Capítulo 16

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O pub parece bem legal. Lembra um pouco um irlandês que fica na Consolação, perto da Avenida Paulista e que volta e meia vou para lá.

Na entrada tem uma escada que te leva para um ambiente que lembra um porão. Tem um bar com balcão e bebidas suspensas no teto, bem no meio desse cômodo. Telões dispostos pelas paredes transmitem campeonatos de esportes. Em um passa um jogo de tênis com jogadores que definitivamente nunca saberei quem são. Sou da época do Nadal. Ele ainda joga? - Super informada eu sou.

Em outro passa um jogo de futebol transmitido em canal fechado. Parece ser de campeonato europeu.

Em mais um tem uns cavalos correndo e pulando obstáculos. É hóquei o nome? Não. Hóquei é aquele em uma pista de gelo, certo? Bem, já deu para perceber que eu sei tudo sobre esportes.

Ah... hipismo. É hipismo eu acho. Bem, começa com h, quase acerto.

Ao fundo toca uma música do Coldplay que não sei o nome mas já escutei algumas vezes pela rádio. O pub está movimentado, mesmo sendo apenas dez horas da noite.

Alguns caras bonitos estão concentrados nos telões, segurando uma Guinness na mão, enquanto outros estão sentados em banquinhos flertando com alguma mulher. Ninguém à vista me interessa. Então caminho para o bar.

Sim, eu menti.

Peço um drink para o barman e tomo um gole assim que ele dispõe o copo no balcão, de frente para mim, com um sorriso inquisidor. Sim, ele queria que eu fosse clichê e bebesse Heineken no gargalo? Está muito cedo para eu baixar minha dignidade. E também porque certamente este será o único copo que beberei.

Fico com meu drink sentada solitária no banco de frente para o bar. Minhas mãos tocando o copo no balcão. Sei lá, mas algo em mim diz que foi um erro ter decidido vir aqui esta noite. Me sinto deslocada, como se eu fosse uma fraude e não pertencesse a lugar nenhum.

Começo a sentir que tampouco estou em clima para flertes. Eu já vou embora amanhã para a cidade.

Decido que é melhor voltar para o hotel e me aconchegar naquela cama tão fofa e deliciosa. Ao menos eu tentei, não é mesmo?

Não tem como dizer que eu não tentei porque eu definitivamente tentei, não é mesmo?

Fiz uma maquiagem legal. Me arrumei toda. Saí para me divertir um pouco. Só foi uma pena que não deu lá muito certo. Mas eu tentei.

Tomo todo o conteúdo do meu copo e me levanto do banco para caminhar até a saída. Retiro a comanda da minha bolsa e o celular para ligar para o táxi ir me buscar. Já estou com o telefone no ouvido quando olho para a porta de entrada do pub e dou de cara com o Senhor Fitz descendo as escadas e olhando em minha direção.

Sério?

Ou estou vendo uma miragem?

O que tinha nesse drink?

Por favor, alguém me diga que é apenas uma miragem. Não consigo crer no que estou vendo. Mas também não consigo crer que estou bêbada com apenas um copo. Desligo a chamada no celular antes do taxista atender. Algo me diz que vou mudar meus planos para esta noite. Ou alguém mudará por mim.

Senhor Fitz está sorrindo, vindo em minha direção. Ele está tão lindo. Com uma camisa rosa bem clara de botão, com alguns botões não fechados, exibindo partes de seu tórax humilhante bem desenvolvido, e uma calça jeans rasgada propositalmente. Que em qualquer outra pessoa ficaria ridícula mas nele encaixa perfeitamente bem.

Me sento novamente no meu banco. Vou fingir ser casual. Ele não precisa saber que já ia embora e mudei meus planos só por causa dele. Não darei a Senhor Fitz esse gostinho de saber que sua presença me afeta, de alguma maneira. Seja positiva ou negativa, mas me afeta.

Reparo que tem um banco vazio bem do meu lado, no bar. Que droga! Que alguém sente aqui antes dele chegar até mim. Que alguém sente aqui antes dele chegar até mim. Que alguém sente aqui antes dele chegar até mim. Que alguém sente aqui antes dele chegar até mim.

Oh pelos céus, por favor, que alguém sente aqui antes dele chegar até mim, faz favor.

Mentalizo completamente em vão. Quando a gente quer muito uma coisa, parece que o universo ri da nossa cara e dá justamente aquilo que não desejamos, né?

Então já é meio óbvio dizer que Senhor Fitz é quem senta do meu lado no bar? Em um pub. No Guarujá.

NO GUARUJÁ!

Até se eu me mudar para Tókio encontraria esse cara. Tenho certeza absoluta com relação a isso.

- Você estava indo embora?

Ah vá se ferrar! Não acredito que só para completar, ele percebeu. Vai super se sentir agora. Era só o que me faltava.

- Não. Me ligaram, ia sair para atender mas desligaram. - Dou de ombros.

Rá. Morra com essa.

- Entendi.

Jogada de cabelo mental.

- Uma Guinness, por favor - Ele se vira para o barman e pede, entregando sua comanda para anotar o pedido. - E você estava bebendo o que?

Para que ele quer saber?

- Um drink qualquer - Respondo, secamente.

Eu devia ter ido embora. Não, melhor, eu devia nem ter vindo aqui. Poderia ter escolhido outro lugar. Eu não sei.

Senhor Fitz pede uma bebida para mim ao barman e coloca em sua comanda. Ao que ele sai para preparar os dois pedidos.

Ele colocou minha bebida na conta dele? Sério mesmo isso? Para quê?

- Você não precisava.

Senhor Fitz apenas sorri.

- Até porque eu já estou indo embora.

Me levanto mas, antes que eu faça qualquer movimento, Senhor Fitz segura delicadamente meu braço. O toque inesperado da sua pele com a minha me faz parar e olhar para os seus olhos.

- Tem certeza? - Sussurra Senhor Fitz. Seu rosto tão perto do meu que dá para sentir seu hálito que parece com bala de hortelã e canela.

Pelo menos ele não tem bafo.

- Por que? Tem uma ideia melhor?

Meu tom foi irônico mas acho que acabou soando de uma forma que não deveria. Senhor Fitz faz uma cara de quem pensa que estou flertando com ele. Alguém diz para esse homem que ele pode estar louco porque eu nunca, nunquinha, flertaria com ele? Não é Lizzie????

Lizzie????




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Bora fofocar <3

Beijos e até o próximo capítulo.

Um encontro com Sr. DarcyWhere stories live. Discover now