Capítulo 13

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Tarde demais. Por que é tão difícil se concentrar? Volta e meia me pego pensando no Senhor Fitz. Sobre sua irmã e o filho dela.

Sobre o que aconteceu com eles. Será que moram aqui em São Paulo? Será que ela mora na casa com ele ou Senhor Fitz mora sozinho?

Tento imaginar onde ele pode estar neste momento. Se voltou para Londres ou se continua por aqui, porém afastado deste prédio por minha causa. Que droga! Eu tirei o Senhor Fitz do seu próprio local de trabalho.

Penso que nunca fosse dizer isso, mas sinto sua falta. Sinto falta do Senhor Fittz.

Oh céus, o que eu estou dizendo?

Mas é a verdade. Sinto falta até de questionar suas atitudes e seus princípios. Sinto falta de poder olhar para aquele rosto tão perfeito.

Ah...

Meu...

Pai...

Senhor Fitz foi até minha casa dizer que estava apaixonado por mim e só agora, AGORA, minha ficha caiu por completo. Estava delirantemente revoltada com ele que nem refleti direito.

Apaixonado por mim. Senhor Fitz apaixonado por mim. E eu? O que eu sinto por ele?

O que Lizzie, ou melhor, Elizabeth Sanchez sente por Felipe Fitz? A verdade é que eu não faço ideia. Claro que ele me afeta de alguma forma. Eu não poderia negar isso. Ele me deixa de certa forma sempre desconfortável quando estamos a sós em algum ambiente.

Quando ele me olhou daquele jeito intimidador na festa, eu até poderia ter pensado em algo. Ele é bonito, afinal. Bonito demais. Não seria difícil se sentir atraída por ele. Exceto quando abre a boca, daí tudo se esvai pelo ralo.

E quando Fitz me deu carona? Nossa, parecia sufocante. Eu tive que sair imediatamente do carro quando ele estacionou ou não conseguiria respirar. É isso. Estar com Senhor Fitz, da forma mais clichê do mundo, me faz esquecer até como se respira.

Seria isso estar apaixonada? Mas o que adianta meus sentimentos agora? Ele se foi.

Senhor Fitz não voltará por um bom tempo. Tudo por culpa minha. Eu e essa minha boca e esse meu lado enxerido de ser. Ele se foi e me deixou sozinha com todo esse sentimento que sinto por ele e sem saber o que fazer.

Tudo parecia tão calmo e pacato dentro de mim antes dele aparecer na minha vida. Agora é como se eu precisasse diariamente ouvir sua voz. Ou ver seu rosto.

Preciso da sua presença. Preciso do Senhor Fitz. Preciso dele em minha vida. Preciso dele para o meu dia.

O que farei agora? O que farei sem o Senhor Fitz? Será que valia mandar um email para ele. Ah, eu não sei. E se ele precisa de espaço? Afinal de contas, eu o dispensei, não foi? Eu dei um fora nele. Ah. Meu. Pai. Eu não apenas dei um fora como insultei o Senhor Fitz. Era mais que óbvio que ele não quisesse me ver.

O que foi que eu fiz?


***


Decido que, para abafar essa voz medíocre que fica invadindo o meu cérebro e sussurrando as burradas que já fiz da vida – que são muitas, vale ressaltar – preciso me encontrar com alguém mais na fossa do que eu. E este alguém é Clarice.

Clarice, você é meu pokemon e eu escolho você.

Tá, isso foi brega. Apaga. Ainda dá tempo? É só Senhor Fitz ir embora que eu começo a ficar surtada e começar a usar o meu lado retardado de ser.

Um encontro com Sr. DarcyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora