Capítulo 23 - A Herdeira Cena I "Céus como ela é teimosa!"

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A expressão dele relaxou.

- Mas você não parece ter gostado da ideia.

- É que você me pegou desprevenida. Não imaginava que seria logo.

- Querida - ele levantou meu queixo, me obrigando a olhar em seus olhos castanhos - Ela já tem dezoito anos, não é mais uma criança.

Achei graça.

- Eu sei. Mas para mim ela sempre será minha baixinha - ele sorriu - Mas você tem razão, já está na hora de ela fazer alguma coisa para o nosso povo. Ela sempre fica presa àqueles papéis, acho que se envolver mais com as pessoas fará bem a ela. Só tem um pequeno problema...

Baixei os olhos, pensativa.

- Qual? - ele perguntou, tentando imaginar qual seria o obstáculo.

- Eadlyn. Eu duvido que ela vá aceitar.

Eadlyn ao longo dos anos e com todo o treinamento havia adquirido uma personalidade de líder; confiante; decidia; racional, até demais às vezes; falava em público de modo tão articulado que faria inveja até a um político, até melhor do que eu, diga-se de passagem.

Mas, apesar de todos esses obstáculos que ele colocava envolta de si para parecer sempre durona, eu conhecia minha filha o suficiente para conseguir dobrá-la.

- Não se anime muito, você sabe como ela é teimosa - eu disse a ele, enquanto caminhávamos até o quarto dela.

Ele riu.

Paramos em frente ao quarto, bati na porta. A criada demorou um pouco para abrir, e eu adentrei o quarto sorridente, com Maxon logo atrás de mim.

- Oi, mãe - Eadlyn me cumprimentou e se aproximou para me abraçar.

Ela estava tão linda, eu gostava do estilo princesa madura que ela sempre adotava.

Coloquei distraidamente uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

- Gostei do visual - comentei.

Ela deu um passo para trás e correu as mãos pelo vestido.

- As pulseiras dão um bom destaque, não é?

Achei graça.

- Excelente atenção aos detalhes.

Me virei para Nenna, a criada, e toquei seu ombro.

- Você pode sair - mermurrei.

Ela fez uma reverência e saiu.

- Algo errado? - Eadlyn perguntou.

Okay, agora vem a parte difícil.

- Não, meu amor. Só queremos conversar em particular - Maxon respondeu, gesticulando para que nos sentássemos à mesa - Há uma oportunidade que gostaríamos de discutir com você.

- Oportunidade? Vamos viajar? - ela perguntou - Por favor, digam que finalmente vamos para a praia. Será que podemos ir só nós seis?

Adorávamos viajar, mas nunca tínhamos ido para a praia, digo, a família toda. Em parte era por falta de tempo e também porque seria arriscado fazer atividades que exigissem "roupas de banho", se as crianças vissem as cicatrizes de Maxon isso geraria ainda mais perguntas. Elas estavam praticamente curadas, mas ainda visíveis. Prometemos levar esse segredo para a cova, e assim seria. Nós odiávamos negar algo a nossos filhos, mas não tínhamos outra opção, não podíamos arriscar.

- Não exatamente. Não poderíamos ir a lugar nenhum com hóspedes em casa - expliquei.

- Ah! Companhia! Quem vem? - ela exclamou, já animada com a ideia.

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