Capítulo 6

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O Jornal começou como de costume, notícias sobre a população, orçamentos, sobre como as pessoas estavam se adaptando a abolição das castas, e afins. Foi tudo bem rápido pois já sabiam que tínhamos uma notícia importante para dar.

- Então, Vossa Majestade. Como tem passado? - Gavril quis saber.

- Muito bem, Gavril. Maravilhosamente bem. - respondeu, Maxon.

- Ótimo - ele se virou para mim - E a senhora, Vossa Majestade. Como está?

Engoli em seco.

- Estou muito bem, também, Gavril. E você?

Ele riu

- Eu também estou ótimo, Majestade. - ele se virou para as câmeras e depois para nós dois. - Fomos informados que vocês têm uma grande notícia para nos dar hoje. Podemos saber o que é?

Sorri e minhas mãos começaram a soar, Maxon as apertou mais um pouco.

- Bom, Gavril. Nós... Quer contar a novidade, minha querida? - Maxon perguntou olhando pra mim, e eu balancei a cabeça. Seus olhos denunciavam que ele estava escondendo o riso.

- Rainha America, conte-nos! - incentivou, Gavril.

Respirei fundo e assenti. Eu podia fazer isso.

- Humm Eu... Eu... - tentei parar de gaguejar e sequei as mãos no vestido - Eu estou grávida. - Sorri

Houve uma pausa de dois segundos até a plateia assimilar a informação e depois todos explodiram em aplausos.

- Não me diga! Mas que coisa maravilhosa! Parabéns ao Rei e a Rainha! Illéa irá ganhar mais um herdeiro! - Gavril puxou mais uma enxurrada de aplausos - É menino ou menina, Majestade? - Ele perguntou olhando para mim.

- Ainda é muito cedo para dizer.

- Ah sim, de qualquer forma será um ótimo sucessor do trono. E com certeza trará muitas alegrias a Illéa.

O resto do Jornal seguiu com mais perguntas a Maxon e eu e mais informações sobre o país. Não demorou muito e logo fomos dispensados e eu e Maxon seguimos para o quarto. Quando estávamos saindo eu fiquei ao lado dele e sussurrei:

- Não acredito que você me fez dar a notícia! - lancei a ele um olhar desafiador por trás do riso.

- America, minha querida. Você terá que superar a timidez e aprender a falar no Jornal. E de qualquer forma essa é uma notícia que você teria que dar. - ele disse em meio as risadas.

- Eu não posso ficar fora dos holofotes? A Rainha Amberly quase não falava em público.

- Não porque era tímida, mas porque meu pai não dava muito espaço a ela - ele disse com um olhar pensativo. Então decidi mudar de assunto enquanto subíamos as escadas.

A cada canto do palácio que passávamos várias pessoas nos paravam para dar os parabéns, convidados, empregados, até os guardas.

- Maxon, podemos jantar aqui no quarto? Estou muito cansada. - eu disse adentrando o quarto.

-Claro, minha querida. Pediremos a Mary e ao mordomo que traga nosso jantar. Vou ficar o tempo todo com você agora. Prepare-se para ser muito mimada. - ele disse me abraçando por trás e beijando meu pescoço.

- Mais mimada do que eu já sou?

- Muito mais - ele riu e me beijou.

Mary e o mordomo trouxeram nossos jantares, comemos na cama, ficamos conversando e fazendo carinho um no outro. Até que comecei a bocejar.

- Acho que vou me preparar para dormir.

- Ótima ideia. - ele disse.

Cheguei na suíte e Mary já me esperava segurando minha camisola. Ela não fez perguntas nem quis conversar, talvez tivesse notado o meu cansaço. Fiquei muito grata.

Quando cheguei ao quarto Maxon já me esperava na cama.

- Sabia que você está muito mais bonita agora? - ele disse enquanto me aconchegava em seus braços.

- Como assim?

- Você esta com um brilho diferente nos olhos. - e estava mesmo, saber que uma parte de Maxon crescia dentro de mim, era a melhor sensação todas, e mesmo não conhecendo ainda essa criança, já a amava tanto que chegava a doer. Sorri para ele.

- Eu te amo, America.

- Eu te amo, Maxon.

E ali nos braços de meu marido, o lugar mais feliz do mundo, eu adormeci.

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Estava em um sono delicioso e repousante - porém leve - quando um barulho de música e gritaria ao longe me acordou.

Levantei, fui até a janela do quarto e espiei pela cortina, nosso quarto era o mais alto do castelo,de modo que da janela dava para ver toda a movimentação da rua, mas bem de longe. E então eu avistei muitas luzes e pessoas na rua dançando, cantando e festejando. Só não sabia o quê.

Toquei a campainha, mas nada de Mary aparecer. Será que estaria dormindo? Como não acordou com todo aquele barulho?

Maxon ainda estava dormindo em seu sono profundo - o que não me surpreendeu, seu sono era tão pesado que se o mundo acabasse agora ele nem saberia.

Abri a porta e espiei pelos corredores. Não havia sinal de Mary nem de ninguém. Só um guarda que estava tão longe que eu mal o enxergava - o que era estranho já que os guardas faziam escolta em cada canto dos corredores perto do quarto do Rei e da Rainha. Decidi procurá-la por mim mesma.

Fui andando pelo corredores a procura de alguém e nada. Havia algo errado. Assim que desci as escadas rumo ao local onde os empregados ficavam ouvi vozes, não só vozes mas muito barulho. Segui o som e terminei na cozinha. Onde uma multidão de empregados comiam, dançavam e riam. Cheguei bem a tempo de ver Mary dançando em cima da mesa toda alegre. Levei a mão a boca, rindo. E todos notaram a minha presença. Olharam para mim vários olhos assustados seguidos de reverências. Mary desceu da mesa. Estava tão envergonha, não sabia onde enfiava a cara. Ela me levou para longe e começou a se desculpar.

- Perdão, Majestade. Não imaginei que a senhora fosse precisar de mim, estávamos só festejando o novo herdeiro e eu já ia pro meu quarto esperar algum chamado seu, e desculpe pela bagunça e por não tê-la atendido, por favor não me demi...

- Festejando o quê? - Eu a interrompida.

Ela me olhou confusa.

- O novo herdeiro de Illéa. Todos estão festejando, Majestade. Diante das dificuldades que a Rainha Amberly teve ninguém imaginou que a senhora teria um filho assim tão depressa. Todos estão muito felizes pelo Rei e pela Rainha - ela disse sorrindo.

- Então é isso que as pessoas estão festejando? - eu disse apontando para janela.

- Creio que sim. Depois da abolição da casta Oito não se teve mais motivos para comemorar. Illéa toda esta explodindo em festa esta noite! - ela disse, eufórica. - A propósito, a senhora precisava de alguma coisa? Estava me procurando?

- Não, nada. Pode voltar para a festa - eu sorri empurrando-a para a multidão aos risos.

- Obrigada, Majestade. Tenha uma boa noite - e então ela se despediu com uma reverência.

Voltei para o quarto sorrindo, não conseguia acreditar que o povo estava festejando o MEU filho! Ao chegar no quarto fui em direção a janela e fiquei ali observando todos se divertirem, dançando, cantando e gritando meu nome e o de Maxon. Quando já estava cansada demais voltei para os braços de meu marido – que não dava sinal de que havia sequer se mexido - e ali adormeci, com um enorme sorriso no rosto.

Depois da escolha | CompletoWhere stories live. Discover now