Capítulo 20

Depuis le début
                                    

- Está com ciúmes? - ele perguntou com um sorriso malicioso brotando no canto dos lábios.

-Claro que não - eu disse, lhe dando um beijo rápido e me levantando para sair.

Cheguei no quarto e as criadas logo apareceram, as dispensei e fui para a suíte de Maxon, certa de que ele não apareceria agora.

Eu não sabia ao certo o que estava procurando, mas sabia onde procurar. Ele nunca havia me contado a história toda sobre Daphne e eu nem ao menos sabia como ela era. Depois de um tempo inspecionando o quarto minha atenção se prendeu em uma gavetinha, uma gaveta que ele nunca deixava ninguém limpar nem mexer. O que eu achava estranho pois era o mesmo cuidado que eu tinha com o jarro com a moedinha rebelde que Aspen me dera e que guardei durante toda a Seleção.

Com certeza ali tinha alguma coisa...

Porém, é claro, estava trancado, e eu não tinha tempo de procurar uma chave. Puxei um dos grampos que prendia meus cabelos e enfiei no buraco do trinco, depois de alguns giros ele abriu.

Fiquei surpresa comigo mesma, pelo menos alguma coisa aqueles filmes de ação antigos me ensinaram.

Abri a gaveta e me deparei com o óbvio.

Álbuns de fotografias.

Peguei um, fechei a gaveta e corri para minha suíte em busca de outro álbum para por no colo e disfarçar caso ele aparecesse. Sentei na cama e o abri.

Várias fotos de Maxon criança estavam coladas nas páginas.

Lindo desde pequeno, sempre rodeado de gente e sorrisos. A Rainha Amberly mais nova, ainda mais linda do que eu podia imaginar.

Aquelas fotos me fariam sorrir a tarde toda se não fosse uma princesinha que apareceu algumas páginas depois.

Pele e cabelos claros, olhos azuis-escuros e um ar de nobreza impressionante. Até para uma garotinha de dez anos que nem devia ser tão feminina assim. As páginas seguintes eram preenchidas por várias fotos de Maxon e Daphne brincando. Algumas pareciam ter sido tiradas por alguma criada e outras Maxon devia ter tirado dela. Os dois pareciam muito felizes. Não conseguia imaginar ela declarando seus sentimentos a ele. Uma onda de ciúmes me tomou. Fechei o álbum.

"America, não se preocupe. Não precisa sentir ciúmes. Para o bem ou para o mal ele se livrou de 34 garotas para ficar com você, uma não fez diferença. Além disso ela é casada, tem uma vida agora. Não é mais uma adolescente. E já faz muito tempo...." Uma voz dizia em minha cabeça. Só não tinha certeza ainda se era o anjinho querendo me acalmar ou o diabinho querendo me enlouquecer.

Fui para a suíte de Maxon e guardei o álbum, corri para o meu quarto e me sentei na poltrona da sacada com as fotos das crianças no colo, a fim de dispensar aqueles pensamentos. Felizmente, consegui.

Mais tarde, durante o jantar contamos para as crianças que iríamos viajar para Paris, eles ficaram muito animados. Ahren adorava conhecer gente nova assim como Kaden, e Osten disse uma palavra que resumiu toda sua felicidade "neve!". Em consequência do clima tropical de Angeles nós não tínhamos neve, e eu tinha certeza que ele já estava pensando em aprontar alguma coisa com ela. Eadlyn também se animou, adorava viajar, qualquer coisa para tirá-la da rotina do palácio - que se resumia em escritório/quarto nos últimos dois anos, quando começou seu treinamento para ser sucessora do trono - já era motivo de alegria.

Em alguns dias já estávamos no avião rumo à França. O voo durou algumas horas e chegamos a Paris no fim da noite. Dois dias antes do Natal. Fiquei feliz por ter me agasalhado e aconselhado as crianças a fazer o mesmo, o inverno francês era congelante, e não estávamos acostumados. O verão durava o ano todo em Angeles.

Um motorista do palácio veio nos buscar no aeroporto para nos levar ao castelo. As crianças ficaram impressionadas, a cidade era muito linda, mesmo por trás do vidro blindado, passamos perto do que um dia foi uma torre chamada Torre Eiffel, eu tinha lido sobre ela em um dos livros da biblioteca proibida, que agora não era mais proibida para mim. A França ajudou os Estados Unidos da China na Quarta Guerra mas acabou sendo bombardeada também. A cidade se recuperou mas o maior ponto turístico do país não teve a mesma sorte. Eu não sabia o porquê deles não terem a reconstruído, falta de recursos certamente não era, a França era extremamente rica, algo que ficou bem claro quando chegamos ao castelo. Era imenso, tão dourado e imponente quanto o de Illéa. Nossos aposentos não poderiam ser mais dignos. Os quartos eram tão grandes que você poderia se perder dentro deles.

Cada um ficou hospedado em um quarto, todos no mesmo andar. Criadas e mordomos nos receberam, felizmente meu francês fluente permitiu que eu conversasse com as criadas que me ganharam quase que instantaneamente. Elas ficaram felizes com a atenção o que me fez pensar que nem eram notadas no meio de centenas de funcionários.

O que me surpreendeu foi que uma das - acredite - cinco criadas, me conhecia pois tinha uma irmã que morava em Illéa e sabia tudo sobre a Seleção. Me elogiou pela bondade com o povo e os lindos filhos, fiquei até encabulada.

Os franceses eram muito calmos e amistosos, o que tornou o dia antes da festa bem agradável.

Muitos políticos foram convidados mas talvez devido a amizade de Maxon e Daphne nós éramos meio " especiais" pois até um mordomo ficou a nossa disposição para nos mostrar cada canto do imenso e belo palácio. Maxon cria parecia um sol que irradiava felicidade, se distanciar um pouco da pressão de ser rei fez bem a ele. Algo me dizia que aquele palácio trazia muitas lembranças de sua infância, mas não queria perguntar.

Como estava nevando muito não tínhamos como sair, o que não impediu as crianças de desfrutarem da neve no que um dia foi um jardim nos arredores do castelo.

Nós só veríamos a Rainha Daphne e sua família na noite de Natal, e eu não poderia estar mais ansiosa para conhecê-la...

Depois da escolha | CompletoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant