Capítulo 18

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- Sarah dança uma música só comigo, vai. Eu quero dançar. E se você não me tirar pra dançar, eu vou tirar uma pessoa qualquer.

Com uma das sobrancelhas arqueadas, eu olhei para Juliette ao meu lado. Estávamos só as duas ali, pois os pais dela e os demais que estavam conosco foram se acomodar em uma mesa mais adiante de onde eu e minha namorada nos encontrávamos.

- Isso é alguma espécie de ameaça?

- Não. É só um aviso. Qual vai ser? Danço com você ou com outra pessoa?

Aquele "aviso" dela me fez lembrar da brincadeira que fiz com ela dias trás na praia. E ao contrário de mim, que não ia ter qualquer coragem de chamar outra garota para entrar na água comigo, posto que minha namorada não queria entrar comigo. Eu sei que Juliette não hesitaria um segundo em cumprir aquele "aviso" que me deu agora e tirar qualquer pessoa dali para dançar com ela, caso eu me recuse a lhe conceder uma dança. Portanto, sem dizer nada, eu apenas tomei a mão dela na minha e levei a Ju até onde outros casais dançavam. E nós começamos a dançar. Ainda bem que naquele momento estavam tocando só músicas lentas, pois eu acho mais fácil dançá-las.

- Viu como não custa nada. - Juliette me murmurou poucos instantes depois de termos iniciado nossa dança.

- Não é questão de custar alguma coisa. É só que eu tenho vergonha.

- Você sempre foi tímida assim, é?

- Já fui bem mais. O namoro com você tem me deixado menos tímida.

- Eu não diria: "menos tímida". E sim: "mais saidinha".

Eu sorri, apertando um pouco meus braços em torno de Juliette.

- A culpa é sua. Você me deixa assim. - murmuro, colando minha testa na dela.

- Ah, eu sou a culpa?

- Sim. Totalmente! - confirmo com um sorriso antes de lhe roubar um selinho. Mais adiante notei o pai de Juliette nos encarando nada contente e sorri.

- Que foi?

- Seu pai está nos fuzilando com os olhos.

Juliette virou o rosto e sorriu ao constatar o que eu disse.

- Acho que se ele emitisse fogo pelos olhos, nós já teríamos virado carvão.

- Nós, não. EU teria virado! - corrigi minha namorada e a gente riu.

Juliette e eu dançamos mais do que apenas uma música, foram três. E sempre que eu olhava discretamente em direção ao meu sogro, flagrava seu olhar na gente. Involuntariamente, eu sorria de maneira disfarçada. Com Lourival não havia relaxo.

Acho que devo me conformar que meu sogro vai ser nessa constante marcação e ciúmes em cima de mim até o dia da minha partida.

Depois da nossa dança, Juliette e eu fomos nos juntar aos outros e por lá ficamos até quase as onze quando fomos embora para a pousada.

***

- Esse é o Washington? - apontei um garoto magro que segurava na mão de uma Juliette pequena.

Até o momento eu nunca tinha visto uma fotografia do irmão da minha namorada. Não fazia ideia de como ele era fisicamente. E ao ver aquela foto, eu meio que deduzi que fosse ele com a Ju. Porém questionei minha sogra para ter certeza.

Estávamos só nós duas no meu quarto com Fátima me mostrando o álbum com fotos de Juliette a meu pedido. Minha namorada não se encontrava em casa, pois tinha saído cedo com o pai e sem ter nada para fazer, eu pedi a minha sogra para ver algumas fotos de Juliette pequena. E sem qualquer objeção, Fátima atendeu meu pedido e cá estávamos há uns bons minutos fazendo isso.

San Francisco - Versão SarietteWhere stories live. Discover now