Capítulo 15

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O quarto estava decorado com velas espalhadas pelo cômodo todo. Havia ainda balões em forma de coração e até algumas pétalas de rosas espalhadas pelo chão e sobre a colcha branca.

- Nossa! - eu estava embasbacada com aquela produção toda. Para quem se diz não ser romântica, Juliette se mostrou o avesso com aquilo ali que eu via.

- E aí, o que achou?

- Lindo!

- O que isso te lembra?

Olhei para Juliette e sorri.

- A nossa primeira vez com um pouco mais de requinte e romantismo.

Ela sorriu.

- Exatamente, quatro olhos!

Juliette socou meu braço e sorriu.

- Eu queria que aquele dia fosse especial pra gente, principalmente pra você. - expliquei com um sorriso nos lábios e lembrando daquela tarde enquanto deslizava a mão pelo rosto de Juliette.

- E foi!... E, agora, eu quero que hoje seja tão especial pra você quanto foi a primeira vez pra mim.

- A primeira vez também foi especial pra mim. E tenho certeza que hoje vai ser assim também. Só que... Espera aí, Juliette... Você não disse que estava "naqueles dias"?

Ela apertou os lábios e vi que um sorriso querendo escapar deles.

- Ai, Sarah! Você é tapada mesmo!... Eu menti a esse respeito.

- Então, você não tá...

- Claro que não! Eu inventei isso porque você estava muito 'saidinha' e me tentando. Então, eu queria te manter longe de mim pra gente só transar hoje, no dia do seu aniversário. Queria que esse momento fosse mais um presente pra você. Aí, tive a ideia de inventar sobre estar "naqueles dias".

- Quer dizer que me enganou duas vezes?

- Foram mentirinhas inocentes.

Eu sorri. Mal podia acreditar que ia matar por completo a minha saudade dela naquele dia.

- Me perdoa?

Ela me lançou um olhar que nem o do gato do filme Shrek, a mesma tática usada por ela meses atrás para me convencer a deixá-la usar minha blusa no seu segundo dia de hóspede em minha casa. Mas diferente daquela época, hoje eu me rendi facilmente ao seu pedido.

- Tá perdoada.

Seus lábios se juntaram aos meus em um beijo suave e calmo, bem como foi o começo do primeiro beijo que trocamos meses atrás.

Era tão bom beijá-la sem qualquer pressa. Assim como era bom beijar também de forma mais rápida e urgente. A verdade, é que beijar a minha namorada era bom de qualquer jeito e forma.

Eu era louca por aquela insuportável e por seus beijos!

Devagar e ainda com nossas bocas unidas, Juliette fui me empurrando até eu sentir a parte de trás de meus joelhos e coxas baterem em algo. A cama.

- Por incontáveis vezes eu sonhei com você nesses meses. - Juliette confidenciou ao interromper nosso beijo.

Eu sorri toda boba diante da confissão que ela me sussurrou a milímetros da minha boca e enquanto deslizava a mão pelo meu rosto.

- E eu com você. Estava quase enlouquecendo de saudades suas, Ju.

Admití, juntando nossas testas e vendo minha namorada sorrir. De novo ela me beijou. Seus dedos se enroscando em meus cabelos enquanto nossas bocas se saboreavam sem parar.

San Francisco - Versão SarietteWhere stories live. Discover now