Capítulo 61 - Essa Merda Acaba Aqui

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                Bem, vamos ao capítulo:


          O silêncio toma o local. De repente é como se o tempo parasse e tudo e todos congelassem junto com ele. Até o barulho do vento gélido lá fora cessa, mas é inevitável o arrepio que causa em todo o meu corpo.

          — Eu dei uma passada rápida no mercado para comprar as bebidas e, por coincidência, encontrei o Brady e então resolvi convidá-lo não foi, Brady? — mamãe fala animada, totalmente inconsciente da tensão que se iniciara.

          Ele abre um sorriso lateral.

          — Sim. Foi uma coincidência. — solta uma risada curta e sem graça. Não gosto do seu tom. Algo em seu olhar faz o meu coração estremecer e as minhas mãos suarem. Não sei explicar, mas algo não está certo.

         — Você não vai cumprimentá-lo? — minha mãe sorri. Ela realmente não faz ideia do quanto essa situação é desconfortável, e eu não a culpo.

         Eu não lhe contei o que aconteceu àquela noite. Não poderia. A raiva misturada à vergonha de ter sido tão tola e ingênua me manteve calada e quieta durante algum tempo. Sem falar que, se eu lhe dissesse, ela teria ainda mais certeza de que me manter reclusa do mundo é a melhor opção, isso só aumentaria a sua superproteção. Nem para as minhas amigas revelei a fatídica descoberta sobre a verdadeira e grotesca personalidade de Brady Bradley, o cara mais babaca e narcisista que já tive o desprazer de conhecer. E agora aqui está ele, com um sorriso tosco e zombeteiro enfeitando o seu rosto impecavelmente esculpido.

         — Meus parabéns, Cher. — me abraça, pegando-me de surpresa e deixando-me completamente estática e, desta forma, consigo sentir o seu cheiro familiar. O cheiro que ansiei por tanto tempo sentir de perto, agora, parece forte e doce demais, me causando náusea. — Uau, você está incrível! — ele nos separa para me analisar.

          O encaro, buscando em seu rosto qualquer coisa diferente que explique essa sensação estranha que se instalou na boca do meu estômago. Não é apenas pela lembrança daquela noite, aquilo eu já superei e guardei como aprendizado de que, caras bonitos e populares do ensino médio não possuem nada além de proteína e esteróides preenchendo o lugar do cérebro.

          — Passaram-se apenas alguns meses, Brad. Eu não mudei tanto assim. — tento afastar a sensação incômoda que essa situação me causa, mas o calafrio insistente perpetua como correntes elétricas pelo meu corpo. Dou um passo para trás. Não o quero perto de mim. Não quero que ele me toque. — Pensando bem, eu mudei sim. O meu chute está mais forte. — finjo sussurrar e dou-lhe uma piscada satírica.

          Novamente o silêncio se instala, desta vez ainda mais desagradável que antes pois me faz sentir em um espetáculo, onde todas as atenções estão voltadas para nós dois.

As Aparências EnganamOnde as histórias ganham vida. Descobre agora