17 do 5 de 2012

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A mim contra eu próprio? Eu versus Eu! Eu contra mim!

Mais um dia de trabalho e parece ter um pêndulo de ferro descontrolado dentro da minha cabeça. 

Truculência... meus homens dizem que venho pegando pesado. Nós temos um bom relacionamento no nosso departamento na Polícia Federal, a ponto de eu dar a eles o direito de reclamarem quando estou com o humor do cão...

Meu humor não é do cão, meu humor é o de um anjo que deseja arrancar as asas à navalhadas. Ser bom e comedido não é questão de santidade, essa merda toda de igrejas e igrejas. Ser bom é fazer o serviço direito, até mesmo dentro da cabeça da gente com as coisas cotidianas, que cacete... acabei de pensar na minha canção de palavrões, eu a recito com os dentes cerrados... A canção de palavrões é o meu grito de guerra no campo de batalha onde o meu eu divino se encontra...

Meus comandados me prensaram na parede e me ameaçaram de cadeia caso eu não parasse de dar esporro em todo mundo. Até na tia do café eu descontei a raiva. Ela, bem séria, falou: 'Aí, seu delegado, eu deixo de fazer o cafezinho, óh? E um homem do teu tamanho chamando alguém de tia? Está no jardim de infância, é? Vê se te emenda, sujeito! Está é dando espetáculo!"

Caralho... eu sou um delegado da polícia federal, combato criminosos de armas e drogas, e aquela senhora, com seus sessenta e cinco anos, baixinha igual a uma mesinha e mais magra que eu, se vê no direito de tirar sarro?

"Nem tem respeito, dona? "

"Tenho é nada! "

"Tá doido, é doido? " Eu disse, conforme dizia minha mãe.

Entretanto, quando ela e meus homens percebem que não estou nos trilhos, e chamam a minha atenção com ações e palavras duras, é pelo cuidado que nós tecemos ao redor da equipe como um todo, como uma teia de proteção. Eu conto com uma equipe de doze policiais ferozes, incluindo as frescas, maquiadas e bailarinas Maria Antônia e Juliana, nossas atiradoras de elite. Elas e Dona Clara conseguem me botar na linha quando solto os cachorros... mal sabem o perigo que correm quando próximas a mim nos momentos da ferocidade... e eu posso ser muito pior e bem mais perigoso do que eles pensam...

Anjo do cão... Eu gosto de pensar em abandonar a divindade e sair distribuindo porradas!

A mim contra eu próprio? Eu versus Eu! Eu contra mim! Esse é o meu mais novo mantra.


Cotidiano de um AnjoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora