Sim! Eu sou um Anjo!

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... qual é a data de hoje... Eu não sei, eu não sei, eu não sei...

... meu psiquiatra concordou que os meus 'diários' poderiam me ajudar a lidar melhor com a minha realidade (mas juro que ele quis dizer insanidade... ou, talvez, esquizofrenia com fundo depressivo psicótico? ) Ah... Tanto faz...


Eu até já perdi as contas das canetas que quebrei por conta desses diários frutos da desesperança... Era a minha alma quem escrevia e ela sangrava sua revolta e sofrimento.

Mas eu estou gostando de escrever. Quem sabe meus depoimentos não se tornem o testemunho definitivo do meu desespero em um confronto judicial contra Deus?

Ao mesmo tempo para que escrever se o que quero é esquecer a desesperança, quando cenas e mais cenas do cotidiano humano se transformam em redemoinhos de informações desfiguradas em minha cabeça, ou com toda a intenção de apontarem dedos contra mim? "Anjo, não te esquives de teu dever! "

E quanto ao ambíguo verbo 'poder', citado pelo psiquiatra, em sua conjugação abusiva "futuro do pretérito"? Não é um desatino o futuro ter uma conotação de passado e, para o caso, o passado em crise contra o futuro, levando a um caminho de ida e volta sem fim? Não seria essa a insanidade? 

É quase como uma piada macabra! E importa? Ah, sim! Passou a importar por causa do valor a ser cobrado pelos anos perdidos em busca de resposta; nada de valia e desespero pelas horas de trabalho em nome desse Deus traidor de seus diletos filhos...

... ... ... ... ... ... ódio, ódio, ódio...

... como se fosse possível esquecer que tenho asas, seu psiquiatra filho da puta... 

Sim, maldito! Eu tenho asas! É a mais pura verdade! E nem há como revelar isso a você! Sequer sei o motivo de possuí-las, fora que eu as descobri há menos de oito meses! 

Essas asas... não há beleza nelas, só há possessão, dominação, obsessão. É uma ladra carniceira de energias agarradas como vermes às minhas costas... Asas como se fossem agressivas garras...

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Cotidiano de um AnjoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora