Capítulo XIII: Telescópio

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Éva acordou e desceu as escadas. Acenou para seu avô que estava no sofá mexendo em alguns livros. Foi ao único banheiro da casa e fez sua higiene pessoal. Depois voltou a sala para fazer companhia a seu avô.

— Terminou aquele último livro sobre focas e outros animais marinhos? — Falou Éva rindo e se sentando ao lado do avô.

— Não ria de meus livros, menina, aquele é um bom livro, aprendi muito com ele.

— Não está mais aqui quem falou — disse a garota rodeando a sala com os olhos — E agora, qual você vai ler? Um que fala sobre hipopótamos ou quem sabe lagartos? — Falou tirando sarro do avô.

— Estava olhando aqui e estou entre: "A vida na selva" ou " Crie seu próprio barco", é, acho que sei o mais importante e qual vou escolher —Crie seu próprio barco!— Falou os dois em uníssono.

Éva pegou o livro e leu a capa — "Crie seu próprio barco" de Enzo Nagamichi, não deve ser um dos melhores de sua coleção, mas ainda deve ser mais interessantes que golfinhos — Falou Michaela rindo do avô.

— Com esse livro eu farei meu próprio barco, e irei velejar por essa imensidão de água, ao lado dos golfinhos — Falou Nílton dando gargalhadas.

Onde você encontrou isso? — Éva folheou o livro rapidamente — Isso daqui não é proibido?

— Assim como o telescópio em seu quarto, nossa não TV, outros livros, eu e nosso porão, o que não é proibido nessa casa? — Falou Nílton abrindo os braços — Eu encontrei em uma de minhas expedições pelo submundo escondido.

— Você se esqueceu da garota também — Falou Michaela devolvendo o livro.

— Sim, Michaela, parece que nós atraímos coisas e situações proibidas, e eu gosto disso — Falou Nílton dando sua típica gargalhada.

— Michaela... Esse é o nome dela, como você sabe? Ela já acordou?

— Porque eu conversei com ela mais cedo, isso te responde as duas perguntas, e antes que pergunte, ela está lá embaixo no porão fazendo uns curativos.

— Vou lá ver como ela está, se precisa de alguma ajuda — Falou Éva se levantando.

Antes de prosseguir ao porão Éva ajudou seu avô a guarda os livros, e deixou o avô lendo seu novo livro sobre barcos. Desceu para o porão. Da escada viu Michaela brigando com as ataduras e tesoura, se aproximou com um sorriso cumprimentador.

— Posso ajudar? — Falou Éva com um sorriso amistoso.

— Por favor, isso daqui é mais difícil do que eu pensei.

— Vim aqui ver como você está, e pelo visto você está em perfeito estado.

— 100% e com dificuldade em fazer um curativo — Falou Michaela com um sorriso tímido.

— Nada é fácil no começo, com um pouco de prática e um bom tutor, rápida você pega o jeito.

— Seu avô parece um ótimo tutor, isso é o que dizem "é de família" — Falou Michaela sorrindo tentando um contato.

— O melhor tutor possível... Pronto! -Falou Éva terminando de fazer o curativo — E medicina é apenas uma das coisas que ele me ensinou — Concluiu Éva.

— Muito Obrigada — Disse Michaela avaliando os curativos.

Um silêncio tomou conta do ambiente, um silêncio normal como todo início de amizade. Michaela desceu da maca enquanto Éva guardava os equipando usados.

— Queria te agradecer também por te me salva antes, por não me odiar e tentar me matar, por, saber... Eu ser de outro lado.

— Não precisa agradecer nós fizemos o correto, e nós não somos muito diferente de você.

RATIUS (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora