Capitulo IV: Rotina Tediosa

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O que era para ser mais um dia ordinário na vida de um guarda, sem muita ação nesses tempos sem crime, se tornou uma confusão para reescrever novamente a história apagada, agora com personagens diferentes, contextos diferentes, porém, o motivo é o mesmo, a vontade de desfrutar da liberdade, usufruir de suas vontades, mesmo que isso custe a sua vida.

— Wag 008 vamos cobrir a maior área possível — Falava um guarda, um homem robusto de cara fechada, vestindo o único fardamento disponível para toda unidade, já que não existia nenhuma hierarquia dentro da frota.

Algumas profissões que você iria executar dentro da sociedade, era te imposto com poucos anos, sem você ter liberdade de escolha nenhuma.

O dispositivo RATIUS que separou as pessoas em troca da “Paz” também definiu sua função social; através de teste de aptidão mental e lealdade nas funções que exigisse.

— Pois é, Wag 003, infelizmente né, acho isso desnecessário, pois, ninguém é louco para tentar alguma coisa — Falava um rapaz por volta do seus 26 anos, devia ter em volta de 1,80 de altura, forte e com ombros altos.

— Pois é, mas alguém já tentou, você sabe disso.

— Uma pessoa na história somente, não é algo alarmante.

— Sei, concordo com você, mas foi o que o RATIUS escolheu para nós, então, que seja feita sua vontade — Falava o homem de cara fechada.

— Querendo ou não, RATIUS ordenou, o que vamos fazer? — Falava o rapaz com uma expressão de decepção, não parecia aceitar muito esse sistema atual, mas como ele disse: Fazer o que?

— Trabalhar, e, Trabalhar ainda mais, vamos!

— E que toda vontade de RATIUS seja feita.

Os dois guardas se dispersaram indo cumprir sua “inútil” função.

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O espaço era coberto por zonas, cada um ficava a cargo de um espaço, e o guarda decepcionado com sua posição na sociedade estava a cargo da zona noroeste, exatamente onde ficava a casa com a passagem secreta.

Esse guarda caminhava pela mata com muito tédio e muita insatisfação, mas nada poderia ser feito, gostava de ser guarda, aceitava ser guarda, sabia desde novo que nasceu para aquilo, mas não era uma tarefa que alegrava muito.

“O que eu to fazendo?” “Para que tudo isso?” “Ninguém vai tentar nada mesmo” esse era um dos pensamentos que passava pela mente daquela guarda.

Ele pensou várias vezes em desertar de sua função, larga tudo e ir fazer algo que te motiva-se mais, talvez trabalhar com o pai, não sabia ao certo seu gosto sempre teve em mente o que era para ser feito e não o que ele gostaria de fazer.

Ao passar em frente a uma casa ele pensou em duas possibilidades para se fazer, fugir daquele tarefa entediante ou entrar na casa e ficar gastando o tempo enquanto não acabava seu turno, ele decidiu ficar com a segunda opção.

Ao entrar na casa ele abriu a geladeira, e um cheiro de comida estragada parecia queimar seu nariz, fechou a geladeira e se abaixo como quem vai vomitar, mas não fez isso.

-Que droga de cheiro é esse! -Falava consigo mesmo

Andou para sala e viu o mesmo sofá velho que Michaela veria, pensou em se deitar nele, mas recuou ao ver o estado daquele sofá.

Bateu com o pé em cima do tapete que escondia a passagem secreta, como quem dizia “Estou te protegendo” e seguiu para a cozinha de volta.

Apenas algumas pessoas sabiam dessa passagem, as pessoas em que o sistema julgou ser mais leal e que não contaria a outra pessoa, nem sob tortura.

O rapaz sentou na única cadeira ao redor da mesa, a cadeira estava em mau estado, quase quebrando com o peso e talvez se ele estivesse segurando um copo a cadeira caia, mas poderia sustentar o peso do rapaz.

O rapaz repousou os braços na mesa e abaixou a cabeça, começou a pensar muitas coisas e acabou sendo traído pela inércia de ação, sua mente o levou para longe do mundo real, um cérebro fluindo ideias, memórias e de tudo, seus olhos foram fechando, sua consciência sumindo e acabou dormindo ali mesmo, com a cabeça repousada sobre os braços.

RATIUS (Completo)Where stories live. Discover now