Capítulo III: Árvores e guardas

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A estrada pode ser longa mais o caminho chegará, esse era o pensamento que dava mais estímulo para Michaela em sua nova aventura.

Ainda dentro da casa, Michaela não aguentava mais de aflição, ela queria conhecer esse lugar, ela ansiava atravessar essa barreira física e mental que prendia a todos, ela sufocava nessa “caixa de fósforo” como ela gostava de chamar.

— Mas tem um porém, não será fácil, lá tem segurança, por mais que seja menos que nos muros, lá ainda tem guarda, você está disposta a correr esse risco?

— Claro, eu nasci para isso! — Falou Michaela disfarçando o nervosismo.

— Bom, Eu já terminei seu curativo, logo você não sentirá mais nada nessa mão — Informou a senhora enquanto se levantava com dificuldade.

— Muito Obrigada!

*****

O Sol já estava morrendo no horizonte, as ruas estavam se esvaziando, as pessoas estavam pegando o caminho direto para o conforto de suas casas e família.

As duas caminhava nas ruas e a senhora andava nas sombras da cidade se escondendo das pessoas, pois, ela era proibida de andar pela cidade livremente, não só os guardas a vigiava, mas a população, em geral, se policiavam em atenção a ela, tal atitude cometida por ela no passado era repugnante pela mentes primitivas daquela era.

Michaela olhava de rosto em rosto, as últimas almas que ia deixando as ruas, sua preocupação interna parecia transparecer e agora ela se via inimigo de todos.

As ruas estavam completamente vazias, só os guardas circulam pela cidade o que era um problema, pois, agora qualquer pessoa andando seria muito visada, ser descoberta e iniciar uma perseguição era a última coisa que elas queriam no momento.

Depois de muito caminhar e se esconder nos muros e tendas das casas e comércios pelo trajeto, as pernas já não eram mais as de antes, cansada e dolorida Michaela estava tensa e não se aguentava mais de apreensão:

— É incrível como eles esconderam tão bem tudo isso, digo, até ontem eu não sabia de sua existência e nada acerca de você.

— É minha garota, está vendo como a sociedade é manipuladora. Algumas pessoas sabem de mim, e elas são orientadas para não tocar no assunto e servir apenas como olhos para RATIUS.

— Entendo… Por isso você estava evitando as pessoas no caminho e todos aqueles olhares também.

— Sim. Muitas vezes eles me reconhece e apenas dão um “aviso” para que eu volte para os meus limites, mas meu medo agora, era eles relacionarem você comigo e te prejudicar.

— Muito obrigada por tudo isso.

Mais cinco minutos de caminhada torturante, fizeram ela dar de cara com uma floresta.

— Pronto, querida, essa é a floresta que inicia sua aventura — Falou a senhora apontando para uma grande floresta.

— Ahh, até que enfim, porém, foi fácil demais, você não acha?

— Haha, isso porque a parte difícil começa agora, essa floresta é onde se esconde a sua trilha para liberdade, e também alguns guardas — Falou a senhora sorrindo.

— Ah! que tédio, eu sabia, estava fácil demais para ser só isso, mas tudo que vale a pena requer um certo sacrifício.

— Aqui é preciso cuidado, depois de minha fuga, eles devem ter tornado esse lugar mais seguro; contudo, esses guardas não estão acostumados com ação, e quantidade não é qualidade.

— Eu posso ir sozinha agora, é muito perigoso, você pode ser pega aqui e sabe lá o que vão fazer com você.

— Vou ter que concordar com você. Você tem certeza disso? É uma tarefa difícil.

RATIUS (Completo)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt