Capítulo XII : Copo D'água

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Depois do susto com os guardas tudo tinha se acalmado, agora era ver o que tinha que ser feito. Todos sabiam o motivo do guarda está procurando a garota, mas a pergunta que não tinha resposta era de que lado ficar.

Os três conversaram e chegaram a um consenso, esperaria a garota acordar e deixar ela explicar os motivos de estar lá, para só então tirar alguma conclusão do que fazer.

Depois de muito esperar, Owen decidiu pegar o caminho para sua casa.

Nílton e Éva deram conselhos para ele ficar e esperar mais um pouco, ele disse não poder, que tinha que ir para casa dar satisfação a Mãe que a essas horas já devia está preocupada com ele, então ambos assentiram com Owen e o garoto saiu prometendo voltar no outro dia bem cedo.

*****

Michaela acordou, estava deitada em um sofá de couro marrom muito confortável, levantou meio tonta, perdida, sem noção de onde estava, caminhou pelo porão-clínica se apoiando nas coisas, tropeçando algumas vezes em algo .

Se segurando no corrimão da escada subiu com muita dificuldade, parando algumas vezes para tomar impulso e continuar, abriu a tampa do porão e saiu no meio da sala. Olhou em volta e não viu nada, apenas móveis. O silêncio dentro e fora o barulho de grilo.

Caminhou para cozinha ainda cambaleando, chegou na cozinha e viu que a casa estava bem arrumada o que fez ela chegar a conclusão de que alguém morava ali, foi até a pia e pegou um copo d'água, discorreu o líquido pela garganta, tossindo a cada gole que tomava.

Mais um copo de água. Enquanto bebia lentamente sua água em uma avidez implacável fez uma autoanálise em seu corpo e se sentiu outra pessoa, não só pelas roupas que não era sua, mas também pelos curativos que não lembrava de ter feito, e da falta de lembrança de como ter chegado ali.

Segurando o copo com metade de água restante tentou se lembrar do que tinha acontecido, o que e quem tinha levado ela até lá, traçando uma linha de memória tentou montar um trajeto em sua mente, não conseguia se lembrar.

Michaela forçou sua mente a fazer uma cena concreta do que tinha acontecido... Não conseguiu, sentiu uma forte dor de cabeça e deixou o copo cair, colocou a mão na cabeça tentando conter a dor e talvez nem percebeu que o copo caiu no chão.

O barulho acordou o residente que dormia no quarto acima, ouve alguns barulhos de passos no quarto e logo depois passadas na escada.

Na escada quem apareceu foi Nílton,  assustado, pensando ser algum dos guarda que voltará, e, olhando do pé da escada viu no meio da escura cozinha a centelha de Michaela sentada no chão, gemendo com as mãos pressionando a cabeça.

Nílton caminhou para cozinha, andou para ajudar a garota e parou quando sentiu seus pés descalços pisar em vidro no chão, o vidro não tinha penetrado no seu pé, recuou um pouco e estendeu a mão ligando a luz.

A garota se despertou com a luz ligando. Olhou para o senhor parado em frente a ela, os dois se olharam e Nílton falou :

— Você está bem, menina? — Falou a frase que primeiro venho a sua mente, mas era claro que ela não estava bem.

— Não... Minha cabeça... — Falou Michaela em meio a gemidos.

— Certo, essa foi uma pergunta besta... Vem, se levanta, senta em um lugar mais confortável — Falou Nílton se aproximando da garota enquanto se desviava dos vidros e estendendo a mão.

— Não... eu nem te conheço, sai de perto de mim! — Falou Michaela afastando a mão de Nílton.

Nílton não saiu de perto e insistiu em ajudar a garota a se levantar e recebeu outro "Não" dessa vez se afastando e dando espaço para garota que parecia um animal indefeso, encolhida no seu próprio eu, sem destino.

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