— Então beija logo. – digo e ele sela nossos lábios, o beijo dele era calmo, era como se fosse so eu e ele ali naquele momento, era um beijo com gosto de quero mais. E então ele finaliza o beijo com selinhos.

***

Miguel narrando

Saímos do parque já estava prestes a dar 21h00, estávamos entrando no apartamento da Amanda.

— Será que seu pai ainda vai estar lá? – pergunto e sua feição muda no mesmo instante.

— Não sei, apenas quero que se ele ainda estiver lá, que diga logo o que quer e vá embora. – diz e entrando no elevador e se olha no espelho.

— Você não acha que já está na hora de perdoar ele? Se ele vem tanto atrás de você, é porque tem um motivo. Vai ver o perdão seja o que ele quer. – digo já sabendo que ela não iria aceitar, e a mesma olha pra mim por um breve minuto. A porta do elevador abre e saímos.

— Vou pensar no seu caso. – fala já abrindo a porta.

E vimos Milena sentada no chão com Olivia nos braços, e o pai da Amanda com os brinquedos de Olivia nas mãos, mostrando para a mesma.

— Chegamos, Milena essa hora já era pra ela estar dormindo. – diz pegando logo Olivia no colo.

— Ela estava dormindo, acordou ta com dez minutos por causa das frauda, mas agora não quer dormir de novo. – diz Milena e olha pra mim, apenas dou um sorriso de canto a canto. E parece que ela entendeu.

— Filha eu preciso conversar com você. – diz e já percebo o rosto dela mudar.

— Preciso colocar Olivia para dormir, depois eu converso com você, fique na sala com Miguel. – diz vai para o quarto.

Milena diz que está muito cansada, então me desculpo por ela ter ficado com Olivia e a mesma diz que sempre será um prazer cuidar dela, ela dá um último tchau e vai embora.

— Você é o namorado da minha filha? – pergunta se sentando no sofá e eu me senti também.

— Sou sim, já está tarde e provavelmente Amanda não vai querer falar com o senhor por estar muito cansada. Quer deixar recado e eu avisar a ela?

— Na verdade eu só posso dizer isso a ela, mas como eu já estou morrendo mesmo não vai fazer diferença. – fala e eu fico sem entender.

— Não fale assim senhor Mike, todo mundo vai morrer um dia. Mas ninguém sabe quando, mas pelo jeito que o senhor falou aconteceu alguma coisa? – perguntei preocupado.

— Aconteceu sim, eu estou morrendo aos poucos e não sabia, eu estou com câncer, e já estou em um estado avançado. – fala e dá uma pausa, não acredito no que eu acabo de escutar.

— E por que o senhor só veio dizer isso hoje? – pergunto pondo a mão em seus ombros.

— Porque eu descobrir ontem, foi ontem que peguei uns exames, eu tinha passado mal e minha secretária pediu pra eu fazer o mais rápido possível, porque eu ficava bem quase todos os dias. – fala e vejo lágrimas caírem de seus olhos.

Como Amanda reagirá quando souber? Ela já perdeu a mãe, por causa do câncer e perder o pai pelo mesmo motivo não vai ser fácil.

Por favor, me ajuda. Faz ela m ouvir, eu sei que ela não vai mudar mas quero que ela saiba disso por mim, sei que cometi erros imperdoáveis, e me arrependo todos os dias por isso, mas eu preciso dizer isso a ela. – fala no exato momento que Amanda aparece, ela agora não estava mais com seu vestido branco e sim com seu pijama mais fofo que já pude ver

— Olivia já dormiu. O que o senhor queria me dizer mesmo? – sentou -se do meu lado.

— Meu amor, o que ele tem pra te falar é algo extremamente importante. – digo e ponho minha mãe sobre a sua.

— Ai, falando desse jeito fico até nervosa. Diz logo Mike o que você quer. – fala apoiando sua cabeça com o braço que estava no encosto do sofá. — Você nunca se importou comigo, abandonou minha mãe quando eu nasci, depois volta e me faz passar por aqueles momentos horríveis em que seus amigos abusavam de mim, e agora vem com essa cara?

— Eu não quero nada, apenas vou dizer quatro palavras filha, eu estou com câncer. – diz e em segundos lágrimas saem dos olhos da Amanda.

Ela não falava nada, não se mexia, olhava somente para ele, chorando e chorando.

— Amanda? – falo e não tenho respostas.

E então a única coisa que Amanda faz é abraçar seu pai que estava a sua frente. Não um abraço qualquer, um abraço de pai e filha, um abraço confortante, um abraço que só pai e filha sabe como é.

— Vamos achar um jeito de curar você pai. – falou entre o choro.

— Não tem mais nada a se fazer filha, mais nada. – fala e começa a chorar, só se ouvia choro e soluços ali na sala.

— Pai... Me perdoa, por favor. – fala e chora com mais intensidade.

— Eu te perdoo meu bem, sempre vou. – diz a abraça muito. Decido sair dali e deixar aquele momento só pra eles dois.

— Vou para o quarto meu amor. – digo beijando a cabeça dela e me levanto indo para o quarto.

Entro no mesmo e fecho a porta me sento na cama e começo a pensar em tudo que me aconteceu, sendo bom ou ruim. Percebo que Olivia começa a abusar e então vem aquele choro, pego ela e vou para a varanda e enquanto canto com ela em meus braços, a mesma olha pra mim põe a mão no meu queixo. Ficamos assim no mínimo 20 minutos.
Então sinto aqueles braços quente, em meio aquele frio que estava, ainda bem que Olivia estava com seu macacão e de luva. Amanda vem para o meu lado e olha para o horizonte, seus rosto ainda estava vermelho, seus olhos estavam marejados.

— Então como foi? – pergunto quebrando aquele silêncio.

— Ele vem passar uns dias aqui, o que acha? Até eu ver que ele está melhorando. – fala e olha pra mim.

— Eu acho uma ótima ideia, assim vocês podem começar do zero com o tempo que resta. – digo e vejo lágrimas começarem a sair de seus olhos.

— Agora sim eu estou completamente arrependida pelo que eu fiz, esse tempo todo ele vinha aqui, veio atrás de mim, e eu não dei nenhum um pingo de atenção.

— Agora isso já ficou para trás meu amor, comecem do zero agora. Mas, vamos mudar de assunto isso não está te fazendo bem. – falo e ela concorda passando as mãos em seus olhos, ela olha pra Olivia e faz carinho em seu rosto.

— Parece que agora a Olivia ganhou um papai. – fala e eu dou o sorriso de canto a canto. — Não é meu amor? – fala.

— É sim, meu bem. – digo e ficamos mais um tempo ali.


OliviaWhere stories live. Discover now