Capítulo Quatorze - Correr ou ser pega

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Durante a noite toda eu fiquei observando o Justin no sofá, por algumas horas ele dormiu. Eu estava com tanto ódio dele, que eu o mataria na primeira oportunidade que eu tivesse. Mas, por algum motivo aquele sentimento de rancor e raiva foi embora quando eu prestava atenção em seu rosto sereno enquanto ele dormia. 
  

  Após o corte que o Bieber tinha feito na minha perna na noite anterior, ele fez um curativo e até jurei escutar um pedido de perdão - que eu nunca perdoaria - por mais que eu quisesse manter ele longe de mim, eu não podia fazer nada. Eu estava exausta, psicologicamente e fisicamente exausta. Meu estômago roncava de fome e mesmo assim o Justin não acordada. 

   Minha bunda provavelmente já estava quadrada de tanto ficar sentada naquela cadeira nada confortável. Eu só sou acostumada com cadeiras de couro.

  Quando meu pai me encontrasse, eu iria jogar na cara dele todas as coisas que eu sofri em menos de uma semana nessa cidade. Aliás, eu imagino que aqui seja literalmente o fim do mundo, já que ele ainda não me encontrou. E eu faria de tudo para que eu voltasse para  Nova York, nem que eu fosse sozinha.

  Eu me preocupava com a minha mãe, como ela estava sem mim? Como ela estava lidando com isso? 

 Meus pensamentos foram interrompidos pelo toque do celular do Justin. Ele se levantou do sofá meio desnorteado, com os olhos entre abertos, procurando o aparelho que tocava freneticamente. Ele me olhou rapidamente como se quisesse saber se eu estava bem - coisa que eu duvido, nessa altura, eu considero o Justin um ótimo ator - ou se eu não tinha fugido, como se eu conseguisse me mover dali.

      -   Fala. - A voz rouca do Justin ecoou no apartamento.

                              ...

      -  O que? Caralho Alex, você só meu conta isso agora? - Ele gritou e se levantou rápido do sofá indo até mim.

                              ...

      -  Tá. Vou dar meu jeito de tirar a ninfeta daqui. - Justin desligou o celular e colocou dentro do bolso da calça.

Confesso que fiquei morrendo de ódio por ele ter me chamado de ninfeta, confesso também que morri de curiosidade para saber o assunto da ligação. Minha perna voltou a doer, provável que o efeito do remédio estava começando a passar - remédio que acredite, ou não, o louco do Justin que tinha me dado. Aliás, eu era tão louca quanto ele, já que o remédio podia me matar ou sei lá -.

     - Vamos dar uma voltinha, pequena - Ele tirou a corda que prendiam meus pés e sorriu, por mais que ele tentasse esconder eu sei que meu pai estava perto.

       - Vai me levar pra onde?

     - Curiosidade mata, Brooke. - Ele murmurou e em seguida tirou a corda de meus pulsos, senti um alívio tão grande que senti vontade de chorar. Meus pulsos estavam tão machucados que eu duvidava que iriam ficar cem por cento cicatrizados.

       - Meu pai está por perto, não está? - Arqueei a sobrancelha direita.

         - Não te interessa. - Curto e grosso.

Justin me pegou pelo braço e eu revirei os olhos, odiava quando ele me pegava daquele jeito. 

   Justin foi até a pequena cozinha do apartamento e pegou uma garrafa de água e um saco de papel, imaginei que fosse algo de comer.

- Temos dois minutos pra sair daqui.

- Você acha mesmo que eu vou sair daqui? Sua cara não nega que meu pai está chegando para me buscar. - Digo vitoriosa e ele gargalhou.

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