Capítulo 34

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O meu dia de aniversário não podia ter sido mais horrível. Não fiz nada. Nada mesmo. Anne estava ocupada, James estava ocupado, Ryan estava ocupado, Sophia estava ocupada, Niall estava ocupada, Louis estava ocupado. Suspiro, só eu é que não tinha nada para fazer.

Tudo bem que eu não queria festejar o meu aniversário, mas eu até me tinha arranjado e tudo e ninguém pode estar um minuto que seja comigo. Ninguém se lembrou que hoje era o dia dos meus anos, à exceção dos meus pais.

Caminho pela rua, depois de me ter apetecido comer um gelado. Coloco os fones aos ouvidos e meto a música a tocar em aleatório. Dou chutes no chão. Agora já tinha as minhas sapatilhas calçadas, juntamente com uns calções de ganga e uma camisola azul bebé, para condizer com a maquilhagem que eu ainda não tinha tirado.

Encontro um banco vazio, num pequeno parquezinho perto de casa e sento-me no mesmo, observando toda a rua e todo o parque. Tudo estava vazio. Assim como eu me sentia agora. Vazia e esquecida. Deixo de ouvir a música e sinto o telemóvel vibrar e vejo que é a minha mãe quem me liga.

- Estou? - Falo assim que atendo a chamada.

- Filha, onde estás? Eu e o teu pai chegamos agora a casa e queremos sair contigo.

Finalmente. Penso para mim.

- Já estou a ir para casa. Dá-me cinco minutos. - Levantei-me do banco e comecei a caminhar para minha casa, que era relativamente perto do parque.

Quando lá cheguei, pude ver através da janela aberta a minha mãe na cozinha. Sorri. Pelo menos eu iria estar com os meus pais, afinal o dia também era deles, pois tinham sido pais pela primeira vez. E isso também é algo pelo que se pode festejar.

Abro a porta, já não trancada de casa, e entro na mesma, dirigindo-me diretamente à cozinha, onde pude ver que a minha mãe estava a cozinhar alguma coisa.

- O que estás a fazer? - Pergunto, dando-lhe um beijo na bochecha.

- Estou a deixar as coisas preparadas, para quando chegar fazer o almoço de amanhã.

- Podes deixar para mim também? Assim eu como em casa amanhã. - Faço beicinho e a minha mãe sorri.

- Claro que deixo, filha. Não quero que andes sempre a comer aquelas porcarias. - Ela fala, referindo-se às lasanhas, hambúrgueres e todas essas coisas que os pais normalmente não gostam, mas que nós somos viciados.

- Aquelas porcarias são boas mãe. - Reclamo. - Mas tu sabes que eu gosto mais da tua comida.

Ela sorri. Eu sabia que a minha mãe adorava receber elogios da sua comida, mas eu realmente sentia aquilo. Então quando era a minha mãe a fazer aquelas porcarias como ela diz, eu ainda gostava mais. As lasanhas que a minha mãe faziam, eram as melhores do mundo. Juro que eram.

- E então, vamos sair? - O meu pai entra na cozinha e fala depois de me ver.

- Sim, deixa-me só acabar isto. - A minha mãe fala, enquanto continua muito atenta ao que cozinha.

Eu e o meu pai fomos então esperar a minha mãe na sala. Sentei-me no sofá, e o meu pai ligou a televisão. Tentei prestar atenção no que nela passava, mas o meu telemóvel vibrou e eu peguei nele rapidamente.

"Oh meu deus, amiga. Desculpa! Hoje são os teus 17 anos!!! Estás a ficar tão velha. Queres vir cá a casa? Precisamos de festejar."

Sorrio, mas logo sinto um aperto no coração. Só agora é que se lembrou que eu fazia anos. Só agora é que a minha amiga Anne me estava a dar os parabéns. Isso fez-me realmente sentir-me bastante em baixo. Porque Anne, tirando os meus pais, fora a única a dar-me os parabéns e já era quase final de dia.

The age between us | L.T.Where stories live. Discover now