Capítulo 33

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Acordo com um bater na porta e sento-me na cama, observando os meus pais abrirem a mesma com um bolo nas mãos.

Os mesmos sentam-se a meu lado enquanto cantam a tão famosa música dos parabéns. Todos os anos, no dia dos meus anos os meus pais me faziam sempre isto, o que me fazia sentir uma criança. Não que fosse mau. Eu adorava este tipo de coisas. Adorava me sentir novamente uma criancinha.

Apago as velas, assim que eles acabam de cantar e a minha mãe abraça-me deixando o bolo com o meu pai.

- Parabéns filha! - Ouço os dois falarem e agradeço.

- Ai, a minha bebé está a ficar grande. - Ela aperta-me com muita força e eu sorrio.

- Mãe, vá lá. Eu já não sou um bebé.

Quando acabo de falar ela olha para mim bastante séria.

- Tu para mim... - Tenta falar.

- Vou ser sempre o teu bebé, já sei. - Sorrio por saber que a minha mãe dirá isto sempre.

Os meus pais, também sorriem e dizem que mais logo querem ir sair comigo para me oferecer alguma coisa.

- Eu só quero uma coisa hoje. - Falo, deixando-os a olhar para mim.

- Sim? O que queres filha? - O meu pai pergunta, curioso.

- Que vocês ouçam e que tentem pelo menos aceitar aquilo que eu vos quero contar e preciso contar.

A minha mãe olha para mim, já desconfiada sobre o assunto que eu queria falar.

- Queres falar agora? - Ela pergunta e eu aceno que sim. - Então fala. - Vejo a minha mãe sorrir e oferece-lhe um sorriso também.

- Eu uma vez já falei contigo sobre isto... - Falo para a minha mãe. - Mas eu sinto que desta vez preciso de falar com os dois. Eu não vos quero esconder nada. Não quero que essa seja a nossa relação. Quero ser vossa filha e quero que vocês confiem em mim, assim como eu quero e preciso de confiar em vocês, porque vocês são as pessoas mais importantes da minha vida. - Vejo os meus dois pais sorrirem e acenarem para que eu continuasse. - Eu sei que ainda sou nova. Quer dizer, tenho dezassete anos, mas eu apaixonei-me. Apaixonei-me de verdade. Diferente de quando eu namorava com Ryan. Muito diferente.

- Isso quer dizer que as minhas expectativas de tu ficares com Ryan, foram em vão? - Sorrio porque eu sempre soube que o meu pai, que deveria ser o meu protetor e que deveria querer dar um chuto no rabo de qualquer rapaz que me interessava, tinha caído logo nas graças de Ryan e ele sempre apoiou que eu e ele ficássemos juntos.

- Sim, pai. Desculpa... Eu e o Ryan estivemos muito tempo chateados e agora estamos apenas a fazer as pazes... - Falo sem tentar lhe contar o porquê. Haviam coisas que era melhor guardar-mos para nós mesmas. Coisas essas que já estavam perdoadas e que agora não fazia sentido estar a abordar esse assunto morto de novo. - E eu conheci uma pessoa nova. Uma pessoa que eu sinto que realmente é a minha metade.

- A tua metade? Quem é esse rapaz filha? - O meu pai pergunta, enquanto eu observo a minha mãe sorrir, por já saber quem ele era. Ela acena que sim, tentando telepaticamente me dizer que aprova e que eu não me tenho de preocupar. Mas eu só iria sentir isso depois que acabasse de contar tudo ao meu pai. - Pai, tu não conheces este rapaz. Mas eu espero que o possas aceitar, eu quero muito estar com ele, mas não quero ter de estar com ele às escondidas entendes?

- Porque razão terias de namorar às escondidas, filha? Até parece que eu sou assim um homem mau. - Ele sorri, tentando ser simpático para a sua menina.

- Porque ele tem medo de vos encarar, tem medo que não aceitem que ele faça parte da minha vida.

- Filha, tu estás feliz não estás? Isso é que importa... Nada mais importa. E é obvio que se tu gostas dele, nós vamos aceitar esse rapaz nas nossas vidas. Quem sabe até ele seja o tal, o rapaz que te vai amar para o resto da vida? - A minha mãe fala calmamente, talvez me ajudando a acalmar a situação que viria a seguir. Porque as mães entendem sempre o que precisamos e quando precisamos das coisas.

The age between us | L.T.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora