Little Cowgirl From Texas

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Foi só impressão minha, não havia mensagem nenhuma. Voltei à minha conversa, visivelmente desapontada.
-Eu também gosto muito do Tom Sawyer. Um dia tens mesmo de me mostrar o que escreveste.
-Prometo. Boa noite, rapazes.
Abracei os dois e fui para a cama. Vi que tinha uma mensagem nova. Desta vez tinha de ser verdade. Podia ser do pai. Não, tinha sido engano. Depois de responder à mensagem fui ver se o meu pai já tinha ouvido o voicemail. Não, claro que não, se não ele tinha respondido. Fiquei tanto tempo acordada que acabei de ler o Gatsby. Pus o livro na mesa de cabeceira e comecei a olhar para o teto. O Dean tinha ido a um bar e o Sam estava a dormir. De repente, ouvi um estrondo de algo a cair ao chão. Parecia que tinha vindo do quarto do Sam. Puxei os lençóis para baixo e fui a correr até ao quarto dele. Bati à porta e abri-a e ele estava em pânico, sentado na cama.
-O que foi, Sam?
-Tive um pesadelo. Dos maus.
-O quê, Sam?
-F...F... Foram... Palhaços...-ele disse, nervoso. Ele tentava esconder, mas notava-se na voz que ele estava a mentir. Mesmo assim, decidi fingir que acreditava durante um pouca para ver se ele não ficava tão nervoso.
-Tens medo deles?
-Desde que eu sou uma criança... Meu deus, pareço um idiota. Mas os meus pesadelos são tão reais...
-Não pareces nada, Sam. Eu não tenho medo deles, mas acho-os um bocado sinistros... Mas agora, conta-me a verdade.-eu disse, com um meio-sorriso malicioso. Ele estudou a minha expressão, surpreendido e até admirado e perguntou:
-Como é que...?
-Nota-se, Sam. Podes contar-me.
-São as alucinações que eu tenho de Lúcifer e do meu tempo no inferno. Isto é horrível. Só queria fazer com que isto parasse.
-Deve ser horrível, mas não podes desistir. Não te preocupes, eu estou aqui para te ajudar.
Ele sorriu. Eu também sorri e ficou um silêncio um bocado desconfortável entre nós. Olhei em volta e ele disse:
-Eu vou lá dentro buscar uma coisa. Fica aqui. Não vale espreitar.
-Ok.-disse, tapando os olhos e depois sorrindo. Ouvi-o a chegar e ele sentou-se ao meu lado. Ele disse:
-Pensei que gostasses de ler este...
Eu abri os olhos e o Sam estava a segurar "As Aventuras de Tom Sawyer". Sorri e abri o livro.

Sam's P.O.V.
-Obrigada, Sam...
-Eu só o li duas vezes, mas das duas vezes que li gostei muito.
-Quando eu estava à procura do meu pai, eu passei pelos sítios onde filmaram o Tom Sawyer. Na cerca que ele teve de caiar, na escola... O Mark Twain escreveu-o tão bem... Era mesmo como eu imaginava, não fiquei nada desiludida.
-A sério? Deve ter sido um máximo. Tu cresceste no Kansas?
-Não. Eu cresci aqui perto, no Texas. Mas como fazíamos caçadas por toda a América nunca ficámos assim num sítio fixo. Mas eu sempre o considerei o Texas como a minha casa. Eu gostava de ficar o dia todo a andar a cavalo no meio do campo... Era assim que eu era feliz, a caçar e a montar, enquanto as outras miúdas falavam sobre rapazes, roupa e coisas pelas quais eu nunca me interessei.
-Gostas de cavalos, hein?
-Adoro-os. São tão queridos... E montar é mesmo giro, sentir-se livre, a andar no meio do campo com o vento a bater na cara... É uma das coisas que eu mais gosto. Ainda por cima eu só montava cavalos selvagens, que eram muito menos treinados e controlados, e era esse sentimento todo de liberdade...
Ela era daquelas pessoas que só queria ser livre e não queria ser igual aos outros, e eu gostava disso. Eu ri e disse:
-Bem, eu acho muito mais interessante caçar e montar do que rapazes e roupas...
-Óbvio...
-És tipo uma pequena cowgirl do Texas...
Ela riu-se e disse:
-Nunca pensei sobre mim dessa maneira, mas é verdade...
Ela bocejou e depois de algum tempo, ela adormeceu. Levei-a até ao quarto dela e pus "As Aventuras de Tom Sawyer" ao lado do Grande Gatsby.

Piper's P.O.V.
Acordei bem cedo, quando os primeiros raios de Sol entraram no quarto. Olhei em volta e estava no meu quarto, com o Grande Gatsby e o Tom Sawyer na mesinha de cabeceira. Devia ter sido o Sam. Ninguém tinha acordado para além de mim, portanto decidi fazer o pequeno-almoço para nós os três. Fiz os cafés e fiz panquecas com chocolate. Ouvi passos e o Dean entrou na cozinha.
-Bom dia, Dean.
-Wow, Piper, não era preciso... Bom dia.
-Claro que sim! Eu gosto de fazer surpresas aos meus amigos...
Sem nenhum de nós ter reparado o Sam tinha aparecido à porta.
-Bom dia Dean, bom dia Piper. Então Piper, fizeste-nos uma surpresa? Obrigado.
-Vocês não têm de agradecer... Eu adoro fazer surpresas. Desde que seja para ver os meus amigos felizes... Então, espero que gostem...
-Estão ótimas... Há quanto tempo é que as sabes fazer?
-Não à muito. Mas a viver cinco anos sozinha tenho de me desenrascar.
-Eu ainda me pergunto como é que conseguiste...-disse o Dean. De repente, alguém bateu à porta. Os meus olhos abriram-se e eu olhei com esperança para a porta.
-Eu vou ver!-eu disse, correndo escada acima. Abri a porta e...
-Bom dia, é a filha da senhora Julia Simmons?-perguntou uma senhora idosa, com uma cara bastante simpática.
-Umm, não. Deve ser engano.-disse, desapontada. Achava mesmo que podia ser o meu pai.
-Oh, desculpe... Tenha um bom dia, querida.
Desci as escadas e disse:
-Foi engano. Raios pai, diz alguma coisa!
-Não te preocupes, ele vai responder-te. Se calhar ele até está a caminho daqui.-disse o Sam, dando-me uma palmadinha nas costas. Olhei para ele e sorri. Ele também sorriu. O Sam era tão querido.
-Ei gente! Tenho um caso aqui.-disse o Dean. Fomos os dois para junto dele e ele mostrou-nos o artigo no computador. "Homem aparece misteriosamente morto nas traseiras de um motel abandonado". Podia ser muita coisa...
-Vamos!
Fomos para o Impala, e eu sentei-me no banco de trás. O homem chamava-se Tim Clay e tinha 57 anos, segundo o artigo. Encostei a cabeça para trás e o Dean pôs os Bon Jovi a tocar. Felizmente tinha trazido o disfarce de agente do FBI e todos os cartões e distintivos falsos que me pudessem incriminar. Até tive de dizer à empregada de limpeza do motel que fazia parte de um grupo de cosplay para ela não me chatear a cabeça. Finalmente chegámos ao local.
-Ok, Dean, tu tratas de falar com o xerife e tu Piper, bem, tu e eu vamos falar com a família do homem. Fomos até uma vivenda pequena, com rosas no alpendre. Bati à porta e uma mulher muito alta, ainda mais alta que o Sam abriu.
-Senhora Clay, Becky Twain, Tom Cobain, FBI. Viemos fazer algumas perguntas sobre o seu marido.
-Oh claro, entrem. Querem alguma coisa, café, chá?-ela disse, nervosa. Comecei a suspeitar que algo se passava.
-Não, obrigada, eu estou bem. Tom?
-Eu também, obrigado.
-Só um segundo, eu já volto.
-Sim, claro. Ela subiu as escadas e o Sam segredou:
-Becky Twain? De Becky Thatcher e Mark Twain?
Eu acenei com a cabeça e ele sorriu.

___________________________Oi hunters😎! Quem é que acham que é a senhora Clay? Será que ela tem algo a esconder? Digam-me o que acham

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Oi hunters😎! Quem é que acham que é a senhora Clay? Será que ela tem algo a esconder? Digam-me o que acham... Obg❤️ e até ao próximo cap!

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