Capítulo 18: Justificativas

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- Sim, senho...

***

- O que você quer, Megera? Saiba que eu vou fazer o mesmo que você fez com o Zack.

Os pensamentos de Angelina foram interrompidos pelo grito de Raymond. Ela recuperou o foco e respondeu da maneira que sempre fazia com seus opositores.

- Ainda ressentido pelo garoto? Você é uma pessoa muito rancorosa! Sabia que guardar ódio das pessoas faz mal à saúde?

Antes que Raymond pudesse responder, Emma se intrometeu na conversa.

- Angelina, ele era nosso amigo. Como pôde fazer isso? Qual era seu propósito ao  tirar a vida de um garoto tão novo, tão inocente. Eu sabia que você era capaz de fazer algo do tipo, mas um rapaz como o Zack?

- Nosso amigo? Não seja hipócrita, Emma. Você mal conhecia o garoto e se diz amigo dele?

- Eu, como todos aqui, temos compaixão pelo próximo. Algo que você não tem.

Emma falava com calma e uma postura ereta a fim de mostrar coragem e convicção em sua fala. Era a forma de conseguir a atenção da rainha.

- Você tem compaixão por eles? Engraçado. Eu fiquei sabendo que você tentou matá-los. - Angelina apontou para Raymond. - Acho que talvez não sejamos tão diferentes assim, não é verdade?

Emma engoliu em seco. Demonstrou uma expressão de surpresa, mas não deixou que aquele argumento a abalasse. Tinha que tentar sair daquela situação sem mais mortes. Tentar distrair Angelina enquanto procurava mentalmente uma saída daquela fábrica. 

- Não. Nós não somos nem um pouco parecidas. Eu fiz isso, pois queria evitar que eles sofressem em suas mãos. Eu tive toda uma vida arruinada. Tudo pelo seu desejo de poder, de dominação. Quantas vezes fui trancada em uma solitária, no escuro, sem comida? Quantas vezes chorei pela morte de meu marido? Pelo sumiço de minha filha. Eles ainda podem fugir disto.

- Deixa de ser dramática. Seu marido cavou a própria cova. Era ele quem estava conspirando contra a sociedade. Contra mim. E pagou o preço por sua ousadia.

- E minha filha? Qual sua explicação para isso?

Emma alterou um pouco o seu tom de voz. Já não parecia mais calma como antes. Angelina, no entanto, se mantia calma. Não parecia ter pressa em terminar aquela conversa. Naquele mesmo momento Raymond, Peter e Spike observavam com atenção a conversa. Embora quisessem se vingar de Angelina estavam curiosos para ouvir aquela história.

- A sua filha sumiu de repente. Até hoje não se sabe onde ela foi parar. Está fora do meu alcance.

- Como assim você não sabe? Truman nunca te contou nada? Foi ele quem chegou no hospital naquele dia. Me contou que minha filha tinha sumido misteriosamente. Onde ele está agora?

- Morto.- A rainha deu de ombros.

- Como?

- É isso o que acontece com traidores. As suas cabeças viram troféus. Aliás,  vou guardar a cabeça dele de recordação. Vai ficar do lado daquele amigo de vocês. Qual o nome dele mesmo?

- O nome dele é Zack e esse vai ser o último nome que você vai pronunciar.- falou Raymond

Em uma questão de um segundo, Angelina começou a sentir uma dor enorme de cabeça. Com o tempo ela foi aumentando até que não conseguisse ficar mais de pé. A visão ficava cada vez mais turva e era impossível raciocinar direito. Mas antes que desmaiasse de tanto dor, ela conseguiu pressionar o controle que estava segurando na mão direita todo aquele tempo. 

Todos começaram a sentir a mesma dor que Angelina estava sentindo. E a partir do momento que a dor aumentava em cada um, a dor de cabeça em Angelina ia diminuindo. Todos começaram a desmaiar de tanto dor. O último a cair no chão foi Raymond, que olhava para Angelina com uma raiva indescritível antes de cair. Enquanto ele estava de joelhos no chão, ela falou:

- Você ainda tem que melhorar muito garoto se quiser me enfrentar. Se quiser salvar seus amigos.

Por fim, ela apertou outro botão naquele controle e ele desmaiou.

Todos estavam caídos naquele corredor. Ela foi andando até Raymond, pegou um papel de folha em ofício A4. O dobrou pela metade duas vezes e colocou na mão do rapaz fechando-a de forma que ele segurasse o papel. 

- É meio antiquado dar recados assim, mas vai funcionar muito bem.

Ela olhou mais uma vez para o controle. Ele possuía um botão vermelho no canto superior direito e mais seis botões distribuídos em três linhas de dois. Eles estavam numerados de 1 à 6.

 Ela olhou para Spike dessa vez. Ele estava caído do lado de Peter. Estava no canto oposto ao que Raymond caiu. 

Ela olhou para ele com um sorriso sarcástico e falou. 

- Você vai ficar feliz. Eu vou te levar para matar a saudade do seu grande amor. Um amor épico, um amor grego.

Ela olhou para os robôs que estavam logo atrás a acompanhando e ordenou. 

- Carreguem-no até o navio. Temos uma longa viagem para fazer.

- Sim, Senhora! - responderam todos os robôs

- Eu acho que Luana vai adorar te ver. 

Ela começou a rir enquanto saía daquele corredor e deixava Raymond, Emma e Peter desmaiados no chão. 

Antes de sair gritou bem alto:

- Eva! 

Uma grande voz saiu dos altos falantes que estavam naquele corredor.

- Sim, minha rainha!

- Cuide para que tudo ocorra como planejado. Não podemos falhar. O mundo depende de nós.

- Sim, minha rainha! Tudo acontecerá como planejado.

O corpo de Spike era carregado por aqueles robôs com cautela.  Eram quatro ao todo se ajudando para levá-lo. 

Afinal, o que Angelina queria com Spike? Por que não levar todos de uma vez? Qual o propósito daquilo tudo?

***

E aí? Gostaram deste capítulo? Ele foi mais curtinho dessa vez. 

Muitas revelações, não?

Sabiam que A Terra prometida ganhou o primeiro lugar na categoria Ficção científica no projeto Descobrindo Escritores?

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Até o próximo capítulo. Espero que não demore muito tempo. ;)















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