A Hufflepuff and Gryffindor On Christmans (part2)

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Tyler's POV:

Estava escuro, nada podia ser visto na penumbra. Minhas palmas estavam suando e tentava seca-las em minha capa. Fazia o possível para não fazer barulho, mas estava ofegante.
Troye e eu decidimos descobrir o que Connor estava fazendo e podia sentir a respiração quente do menino-de-olhos-muito-azuis em meu pescoço e seu corpo contra minhas costas enquanto nos escondiamos atrás de uma das prateleiras da seção proibida.
Os livros sacudiam incessantemente atras de nós, temiamos ser pegos e o medo só piorou quando ouvimos mais alguém entrar na sala. Uma luz passeava alguns metros a nossa direita.
- Quem seria tão estupido e descuidado para entrar na seção proibida com uma lamparina acesa? - Troye se aproximou e seus lábios tocaram levemnte minha orelha.
- Além de nós dois e Connor não tem mais nenhum aluno na escola. - Constatei -Deve ser um professor.
Olhos vermelhos reluziram perto da lamparina passante e um ronronar profundo ecoou no espaço. Troye e eu nos entre olhamos e mumuramos em unissono antes de sair correndo em direção a porta:
- Filtch.

Paramos alguns metros adiante perto da estatua da bruxa de um olho só, sabiamos que estavamos seguros em uma passagem isolada que ninguém usava e paramos para respirar.
Depois que o estresse e o susto passaram começamos a rir e nos sentamos no chão, alí mesmo, no meio do corredor, no canto do castelo, no meio do caminho, onde ninguém podia nos ver.
- O que você acha que ele estava fazendo? - Perguntei - Digo, Connor.
- Não sei, não dava para ver nada e ele estava em silêncio.
- Você acha que foi um erro segui-lo? - Apoei minha cabeça sob o ombro de Troye pensativo.
- Não, você só está preocupado, - ele abraçou meu ombro firmimente - mas foi arriscado. - e apoiou sua cabeça sobre a minha.

Na manhã seguite acordamos no mesmo canto distânte de tudo no qual adormecemos. Seu braço ainda me abraçava e eu ainda deitava em seu ombro alto.
Nós dois ja havíamos despertado, mas não nos mexiamos. Apenas ficamos ali como se não houvesse amanhã. Nossos corpos estavam em contato há tanto tempo que nossas respirações sopravam em sincronia e o silêncio era tanto que podíamos ouvir nossos corações baterem em uníssono.
De repente percebi que um calor inquietante e ao mesmo tempo aconchegate havia tomado meu corpo, mas ainda era dezembro, ainda era madrugada e a neve ainda congelava o pico das árvores.
- Tyler, - ouvi meu nome ser chamado do outro lado do corredor e Troye e eu nos assustamos. - Não vi você no dormitorio noite passado e pensei que algo poderia ter acontecido.
- Como se você estivesse sempre no dormitório durante a noite. - cocei os olhos ainda cansados e olhei Connor de canto.
- Não é a mesma coisa. - ele debateu extremamente defensivo e Troye me olhou, assustado com meu comentário. - Você não entenderia.
- O que eu não entendo é porque você esta tão esquisito, costumava ser responsável e pontual e agora nem vai mais nas reuniões dos monitores. - Troye pareceu se encomodar com o tom ligeiramente grosseiro de Connor.
- Parem de se meter nas minhas coisas, vocês vão acabar se arrependendo.
E assim ele saiu pelo mesmo caminho que veio, deixando o olhar se domorar alguns instantes na porta no final do corredor antes de desaparecer a alguns metros de distância. Não tinha notado a passagem, então me aproximei para vê-la melhor e Troye me seguiu confuso.
Tentei abrir a porta de ferro, mas estava trancada, empurrei e puxei diversas vezes mas nada acontecia.
- O que você esta fazendo? - Troye segurou minha mão me fazendo parar e me distrai por um intante com aquele calor esquizito.
- Connor ficou encarando essa porta antes de sair, não acho que ele estivesse me procurando.
- Vou conseguir fazer mudar de ideia?
- Não
- Se é assim, - ele sacou a varinha e apontou para a fechadura - alorromora. - a porta abriu silenciosamente para o lado de fora e fechamos depois de entrar.
A sala era ampla, em seu canto direito havia uma harpa e alguns metros a frente um buraco com dobradiças soltas - algum dia, provavelmente, aquele alçapão teve uma porta - o ar era úmido, pesado e cheirava a cachorro, o aroma parecia pairar por ali há muito tempo.
Sivan já estava na beira do buraco tentando enxergar o que havia ali quando me aproximei. Não dava para ver muito, apenas uma grossa camada de visgo do diabo com um enorme buraco no meio.
- O que tinha aqui? - Ele perguntou curioso, seus olhos azuis de destacavam na iluminação fraca.
- Me preocupo mais com o que Connor quer aqui.
Comecei a caminhar perto das janelas, buscando qualquer evidência que provasse que algo importante havia estado ali, mas era apenas cimento, vidro e um chão empoeirado com um buraco quadrado no meio.
Um ronronar soou no corredor levando meus olhos a Troye e a porta em alguns segundos.
- Madame Nora! - Susurramos em unissono.
Ficamos em silêncio por alguns minutos torcendo para que Filtch não entrasse na saleta escura e assim que ouvimos seus resmungos se afastarem decidimos que seria melhor ir para o Grande Salão tomar o café da manhã.

Troye's POV:

Tyler parecia distante enquanto comia seus ovos e remechia o cabelo azul. Comecei a imaginar no que estava pensando, se era Connor, a sala escura, Filtch e madame Nora, as provas finais, mas não conseguia descobrir, então apenas observei.
O resto do dia não foi muito diferente, andamos pela escola em silêncio, estavamos apenas ali, exitindo e era simples e agradável. Eu queria existir assim pra sempre. Eu não precisava tentar, me esforçar nem me justificar, apenas existir e era mais que suficiente.
Voamos depois do almoço como haviamos feito no dia anterior, fomos até a cozinha e conversamos com Winki enquanto o jantar era preparado e, por fim, fomos a sala comunal da Lufa-Lufa onde estavam nossos presenes de Natal. Ganhei um par de luvas, cadernos novos e livros sobre herbologia, Tilly recebeu penas e tintas de cores variadas e um rolo de pergaminho de 3 metros, além de uma carta de seus pais com 50 galeões para que comprasse algo.
Sentamos lado a lada perto da mesinha onde o calor da lareira pudesse aquecer nossos pés, que agora calcavam apenas meias. Meus dedos tamborilavam na superfície do móvel em um ritmo qualquer e deixei meus olhos se perderem no fogo. Tyler brincava de aumentar e encolher o pequeno cacto sobre a mesa e balançava a perna de forma inconstante.
- Feliz Natal - disse, assim que o relógio bateu meia noite, o olhei de canto de olho e sorri.
- Feliz Natal - ele sorriu de volta e, inesperadamente, me deu um abraço carinhoso.
Senti meu coração explodir contra meu peito e de repente eramos nós que aqueciamos o fogo, então o abraço chegou ao fim e nos afastamos, mas meu interior ainda teimava em se agitar mesmo que eu tentasse cala-lo, teimava em olhar os olhos azuis esverdeados mesmo que eu tentasse observar o fogo queimar, teimava em se aproximar do corpo menor mesmo que eu tentasse me afastar. Senti a mão de Tyler segurar a minha, então desisti de calar meu interior, desisti de olhar o fogo, desisti de me afastar e apenas deixei que os lábios se encaixassem, se beijassem e se tivessem.

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