A Hufflepuff and a Gryffindor On Christmans (part1)

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Tyler's POV:

Acordei calmamente, o pânico só bateu quando olhei a minha volta e percebi que não havia ninguém no dormitório.
Me arrumei o mais rápido que pude e corri pelos corredores tentando alcançar o trem, mas era tarde. Ao que parece eu passaria o natal em Hogwarts afinal.
Voltei ao dormitório e escrevi uma carta para os meus pais, não contei o que realmente tinha acontecido, apenas inventei algo sobre ter que estudar muito para as NOM's ou qualquer coisa assim.

Cheguei ao corujal e havia alguém ali.
- Connor?
- Tyler! - Ele pareceu surpreso. - Achei que você iria pra casa no Natal.
- Perdi o trem. - Dei uma risada tosca.
Um silêncio desconfortável se estabeleceu por um momento e como se fosse combinado, logo antes da minha coruja sair, um outra entrou voando em direção a Connor. Perguntei se era alguma coisa especial para quebrar a tensão, mas ele disse que era só coisa da família e o silêncio caiu novamente.
- Eu acho que vou ver se ainda tem café da manhã. - Sorri sem graça e ele sorriu de volta.

O Grande Salão estava vazio, sem gente e sem comida, não era a toa, o relógio marcava 10h. Eu teria que esperar até o almoço, então decidi andar pela escola para não pensar na fome que corroia meu estômago.

No campo de quadribol vi uma vassoura voando, definitivamente não era Connor, pois ele tinha pavor de voar.
Subi nas arquibancadas para ter uma vista melhor. O espaço era tão grande que não fui notado.
Continuei andando pelos bancos até chegar no meu tão familiar acento, de onde eu narrava os jogos de quadribol. Sem me sentar curvei as costas colocando a boca próxima ao microfone:
— Pra que tanta beleza se não tem ninguém para admira-la mr. Sivan ~ Sério Tyler? Que péssimo, você faz acabou de superar todos os flerts horríveis que já fez na vida. — Sorri quando Troye olhou pra mim e se aproximou.
— Agora tem você. — Nós dois rimos, porque fora ridículo.
— Achei que não gostasse de quadribol. — comentei me aproximando.
— Eu não gosto, mas gosto de voar. A sensação do vento e de estar livre. — Sorri, ele corou e pareceu sem graça — eu sei que é cliché e soa estúpido.
— Não, na verdade é meio fofo.
Depois desse comentário nenhum dois de falou mais nada, os únicos sons eram os pássaros e o vento gelado que fazia as árvores uivarem, mas esse silêncio não era pesado nem tenso, era leve e reconfortante, então ficamos nele. Eu sorrindo pro Troye e o Troye sorrindo pra mim.
— Vem! — Ele estendeu a mão para que eu me juntasse a ele na vassoura depois que voltamos a conversar e eu mencionei que nunca havia voado antes, exceto nas aulas obrigatórias.
— Não, não, não.
— Vem, você não vai cair, sério.
Depois de alguns segundos de debate me juntei ao rapaz de cabelos cacheados em sua vassoura. Por um instante tive certeza de que iríamos cair, apertei os olhos e segurei Troye pela cinturara me certificando de não soltar.
Acho que ele deve ter percebido meu desconforto, pois a velocidade baixou e ele disse que estava tudo bem, que não íamos cair e que eu podia abrir os olhos e eu o fiz.
Em outra situação eu teria surtado, pedido pra quem quer que estivesse naquela coisa nos descer, mas então olhei a vista — o horizonte não o chão — senti o calor que vinha do Sol e do corpo em contato com o meu, mas ali, naquele dia, com aquela pessoa e naquele momento, eu me senti seguro.
Relaxei um meus braços sem me desvencilhar de Troye, disse a ele que era incrível, que poderia ficar ali pra sempre se tivesse alguém em quem me segurar e ele sorriu novamente. Troye Sivan tem um lindo sorriso.

Troye's POV:

Tyler Oakley tem lindos olhos.
Eu os estava observando quando paramos por alguns instantes.
Durante nossa conversa, diversas vezes interrompidas por silêncios reconfortantes, descobri que Tyler não tinha comido naquela manhã e tive uma idéia.

Andávamos pelos corredores do castelo e Oakley não parava de perguntar pra onde eu o estava levando.
Descemos alguns lances de escada e vimos um rapaz sair correndo de uma porta escura e passar por nós, subindo os degraus de dois em dois.
Connor? — Falamos em uníssono, mas o rapaz não ouviu e continuou seu caminho.
— O que deu nele?! — A pergunta foi retórica, mas Tyler pareceu levar a sério.
Enquanto seguíamos pelos corredores largos o rapaz-que-agora-tinha-cabelos-azuis me contava sobre uma noite esquisita algumas semanas mais cedo e sobre como Connor chegava a Sala Comunal cada vez mais tarde, como ele sabia que o outro mentira aquela manhã no corujal e como algo estava definitivamente errado sobre aquilo tudo.
— Eu não o conheço muito bem, — comecei — mas isso não é do feitio dele.
Tyler concordou com um movimento ligeiro da cabeça que foi logo interrompido quando paramos.

Você trouxe a gente pra olhar um quadro? — Ele parecia frustrado com a situação.
Mas sem responder me aproximei da pintura - que consistia em uma fruteira gigante com uma pêra no centro - e fiz cócegas na fruta verde, que, depois de algumas risadas, se abriu, revelando uma grande cozinha repleta de elfos domésticos.
— Olá senhor Sivan. — Uma pequena elfa se curvou diante mim e abriu um largo sorriso. — Posso lhe servir alguma coisa?
— Oi Winki. — Sorri de volta e pedi por dois pedaços de torta e duas taças de suco de abóbora.

— Achei que alunos não podiam entrar na cozinha. — Tyler comentou enquanto dava um gole em seu suco.
— Tem algumas vantagens em ser da Lufa-Lufa. — Ele me olhou estranho — Somos amigos dos elfos, talvez por viver tão perto, mas se for legal com eles, eles serão legais com você.
Tyler deu uma risada discreta e outro gole em seu suco de abóbora.

A manhã passou rápida e não tivemos nenhum sinal de vida vindo de Connor, nem mesmo no almoço.
— Connor não tinha ficado em Hogwarts? — Perguntei a Tyler enquanto almoçavamos.
— Sim, ele deveria estar aqui. — Mesmo sabendo que estávamos sozinhos, ele olhou Grande Salão a sua volta.
Ficamos em silêncio por alguns instantes, mas não era mais aquele silêncio aconchegante. Tyler estava pensativo, distante.
— O que foi? — Ele não pareceu ouvir. — Tyler?
— Desculpa. — Ergueu a cabeça e me observou vagamente. — Estou preocupado com Connor. Não só que ele se meta em encrenca, mas o que ele está fazendo parece perigoso.
— Ei, — coloquei minha mão sobre a sua, o que o fez levantar os olhos pesarosos do prato e olhar para mim. — Ele vai ficar bem.
Ele sorriu e entrelaçou seus dedos nos meus.

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