A Selva é teu berço
Tua casa sem janelas ou porta
Feita ao ar livre
Nada, ou pouco te importa
Simplesmente vive
Meu mundo é poderoso
Nasci na proteção do cimento
Minha casa não fica ao relento
Estou cercado, mas agüento
Sinto-me grande, sábio
Inteligente e orgulhoso
Tua pele vermelha
De sol e de poeira
Teu corpo preguiçoso
Dorme numa esteira
Teu dia passa vagaroso
De cor branca que predomina
Estou sempre agitado
Não durmo, sou atarefado
Meu viver é atribulado
Sou o maior das criaturas
Nada me domina
Descalço, às vezes nu
Tomas banho de cachoeira
Na fonte sacia tua sede
Come frutos, raízes e mel de abelha
Para morar não tem parede
Minhas roupas coloridas
Perfumado sempre estou
O solo meu pé nunca tocou
Banhar-me em espumas vou
Sou forte, possessivo
Soberano, capaz, sem medidas
Por tudo isso que
Chamo-te de selvagem
Tu podes não me responder
Falta-te malandragem
Senão poderia me dizer:
A diferença de nós
Na ignorância ou sabedoria
Na civilização ou selvageria
Certamente tu me dirias
Índio, selvagem...
Assim me chamas, mas tu és feroz.
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Clube dos Escritores - Talentos do Texto Curto
RandomLivro de autores diversos, com textos selecionados e revisados pelo escritor e professor Paulo Santoro. Para saber mais, acesse meu livro "Dicas para escrever como um escritor profissional". Objetiva publicar talentos de todas as idades que, de outr...