Capítulo 13

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— Você precisa provar as panquecas de blueberry dela, Asher. — eu digo com a boca cheia — São uma coisa de outro mundo.

— Melhores que essas de chocolate?

— Ah, muito melhores. — sorrio. Agnes faz um gesto de agradecimento e o Asher lhe pisca um olho de uma forma bem sexy, fazendo-a corar.

Estendo a mão sobre a mesa para pegar a jarra de limonada, mas o Asher se adianta. Enche um copo pra mim e outro pra ele. Sorrio agradecida. Ele é um ótimo amigo. Na ausência do Nick, foi realmente bom ele ter ficado comigo ontem depois de eu lhe contar sobre tudo. Eu não acho que teria conseguido dormir sozinha.

— Obrigada. — falo olhando nos seus olhos.

— Não por isso. — ele pisca pra mim também e volta a comer.

— Sério, Asher. — pego suas mãos e as aperto bem firme — Obrigada.

A campainha toca e Agnes se apressa em atender a porta. Possivelmente para nos dar privacidade, tendo ela com certeza percebido o teor de seriedade na minha voz.

— Ah qual é! É só um copo de suco.

— Você sabe que não é disso que eu estou falando. — digo revirando os olhos — Obrigada por ontem e por ainda estar aqui hoje, depois do que eu fiz com você.

— Como eu poderia não ficar se você precisava de mim?

Acaricio sua mão e aumento meu aperto nela. Ele foi paciente. Secou minhas lágrimas. Ouviu meu lamento sobre o quanto o meu pai foi imbecil ao me abandonar. Me confortou nos momentos em que minha garganta se fechou não conseguindo botar pra fora a emoção de vê-lo de pé bem na minha frente. Ele foi o amigo que eu precisava naquele momento. Estar com o Nick sem dúvidas seria melhor, mas o Asher cumpriu seu papel com louvor.

Mas apesar de ter entendido o meu lado, de não querer saber nada desse homem e nunca mais vê-lo outra vez, ele me aconselhou a fazer o contrário, argumentando que eu me arrependeria bastante depois. E de certa forma, acho que ele tem razão. Se eu nunca mais o vir, sempre terei esse sentimento de algo mal acabado. Preciso saber seus motivos pra fazer o que fez, pois mesmo que eu não consiga perdoá-lo, eu terei o encerramento desse assunto. E o Asher se ofereceu para falar com a moça das flores e saber se ele deixou seu endereço na floricultura.

Um pigarro atrás de mim chama a minha atenção. Viro-me e vejo o Robert com uma mão no bolso da sua calça jeans, girando a chave do seu Camaro no dedo indicador da outra. Sua expressão é séria e eu instantaneamente largo as mãos do Asher, que logo percebe a minha mudança dada a postura que adota com isso. Robert nos observa com cautela por um tempo e pra ser bem sincera isso me deixa um pouco nervosa e incomodada. Não estou fazendo nada de errado, estou?

— Bom dia, Ellen. — ele enfim sorri e vem até mim, beijando meu rosto em ambas as faces. Já o cumprimento ao meu amigo é bem mais frio — Asher.

— Bom dia. — Asher e eu dizemos quase ao mesmo tempo.

Robert ergue minimamente as sobrancelhas, na certa por causa da nossa sincronia, mas não fala nada sobre isso.

— Eu gostaria de falar com o Nick. Ele já está acordado?

Asher se levanta e vai à pia. Robert e eu acompanhamos seus movimentos por um tempo, enquanto ele joga os restos da sua panqueca no lixo e o suco quase intocado no ralo. Depois olhamos um para o outro e lembro-me que ele fez uma pergunta.

— Na verdade, o Nick não está. Ele não veio pra casa esse fim de semana. Disse que precisava ficar em Nova Iorque.

— Que estranho. — Robert franze a testa — Ele não me falou nada.

Recomeço (SR #2)Where stories live. Discover now