Capítulo 9

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 As dores voltaram com certa força em Paulo, e o Dr. Luís Miguel fora rápido em aplicar o medicamente e coloca-lo na cama novamente, Rodrigo e Layla eram os únicos lá e não cogitavam a ideia de sair tão cedo, Layla odiava quem fez aquilo com Paulo, ela o amava como o irmão que ela não teve, ela ficou abraçada com Rodrigo em completo silêncio, porém o mesmo fora rompido por Edu que chegou em um tom sério dizendo:

- Confirmado que Everton está vivo. - Meu deus, que bom! Disse Layla beijando Rodrigo, enquanto Edu ainda estava com a face amarrada, então ela pergunta: - O que foi? - Cara, quando vê-lo terei que pedir muitas desculpas pelo modo que atendi o telefone se quiser manter meu emprego. - Relaxa. Disse Layla acariciando os cabelos dele - Ele é bastante compreensivo. - Ou não. Disse Rodrigo rindo do amigo. * Elissah não conseguia conter e nem tentava conter a emoção, era muito bom saber que sua família estava reunida de novo, e seu marido estava vivo! Ela o cobria de beijos e abraços, procurava alguma forma de extravasar sua alegria e certificar-se de que tudo aquilo era real, e ainda quase colada a ele pergunta: - Por que você não voltou? Hein, você podia ter voltado, assim eu não ficaria nessa sinuca de bico. E ainda enlaçado a ela, Everton respondeu com a voz carregada da mais pura emoção: - Por um momento ou dois, eu achei realmente que estivesse morto, mas quando eu despertei eu vi que havia batido com muita força a minha cabeça depois de ter conseguido resgatar a Ally, que antes que você me pergunte está lá dentro dormindo, ela passou por males bocados. - Olhe. Disse ela entregando a carta - Paulo mandou entregar isso. Paulo. A angústia tomou conta, já não sabia se seguia com o marido ou dava uma chance a Paulo, dilemas. Ao ver o sorriso de satisfação e triunfo estampado no rosto de Everton ela pergunta: - O que tem nessa carta? - São os dados que a agência precisa para poder pressionar o governo atual a penalizar algumas células terroristas ativas no país que que estão incubadas em empresas responsáveis pelo financiamento das campanhas dos principais políticos do país. - Amor, não estou lhe entendendo. - Querida, eu sou um agente especial e chefe da divisão especial. Elissah não deixou transparecer seu espanto e perguntou: - A quanto tempo? - Doze anos. - O Paulo sabia? - Foi ele quem a criou, ele é o cabeça-pensante disso tudo. - Meu Deus, tem mais alguém que eu conheça? - Rafael, João, Crislane e Melissa. - As minhas irmãs? Agora sim ela deixou transparecer seu choque. - Sim. - Então foi por isso que tentaram te matar. - Precisamente, mas alguém cuidou de mim. - Quem? - Fernanda! * Com as informações conseguidas por Rafael esta manhã, Nathan sumiu de seu posta da polícia junto com os arquivos, o que tudo indica que ele mesmo finalizaria o serviço, e como João e Paulo não eram amadores naquilo que faziam, implantaram o sistema que Melissa elaborou para o dia que isso aconteceria, mas esse esquema já havia sido implantado no hospital a mais tempo, Luís Miguel tem sido um grande aliado deles, mas por conta da condição de Paulo vai ser meio complicado manter o esquema com a mesma configuração, e a missão foi de capturar um " terrorista" para proteger seu líder.. Paulo ainda se encontrava em grandes dificuldades para se mover, de qualquer modo todo seu equipamento estava no quarto, tinha noção de que Nathan voltaria pois precisava concluir o serviço, mas sua mente não se voltava totalmente a esse assunto, na verdade estava quase toda voltada para Elissah, e em como a ganhara e perdera em tão pouco tempo, mas por outro lado estava feliz ao vê-la bem e com sua família restruturada, estava bem até demais com aquela situação. Do lado de fora do quarto de Paulo, João, Edu, Miguel e Rafael conversavam, quando um barulho vindo do jardim do hospital os desperta a atenção, João fez um sinal para os quatro irem por caminhos apostos, ele seguiu calmamente pelos corredores, foi quando deu para ver que no jardim haviam cinco homens armados, João saca com desenvoltura invejável e dispara, obviamente errou de propósito, uma vez que mirou na câmera escondida nas árvores, não queria a polícia de Riverton comprovando a existência da equipe deles, cada um dos amigos apareceram em lugares distintos e os capangas não sabiam quem havia disparado, por via de dúvidas começaram a disparar contra eles, todas as armas usadas de ambos os lados usavam silenciador, nenhum ali estava afim de chamar a atenção. Rafael para a direita para esquivar-se de um dos atiradores e com muito precisão conseguiu alvejar o joelho, o homem solta a arma e caí no chão se debatendo, foi no momento que para acabar com a agonia dele Rafael atirou na sua cabeça, o dr. Miguel estava totalmente perdido naquilo, João então se aproximou dele e entregou uma arma na sua mão dizendo: - Vai com tudo garoto! E assim ele começa a atirar sem tanta destreza quanto aos seus colegas, e isso fica evidente quando ele deixa sua arma cair após levar um golpe de um dos criminosos que acabaram de aparecer para reforçar o grupo que já estava ali, mas no manuseio de armas brancas ou na força corpórea o doutor se saia muito bem, ele conseguiu se livrar de seu agressor e rolar para os arbustos sem que prestassem muita atenção nele, e fica lá por alguns segundos, quando ambos pararam para recarregar Miguel corre no meio deles e pega sua arma já atirando, e quando os bandidos conseguem recarregar a arma Miguel retira o cartucho e lança para João que o coloca na arma e já puxa o gatilho, e faltou agora mais cinco, enquanto continuavam a trocar tiros João diz a Miguel com o tom brincalhão: - Not bad my friend! E assim virou-se em função de seu aguçado reflexo e aplicou um golpe oriental em um dos capangas, mas tanto Rafael quanto Edu sabiam que não sairiam dali tão e essa era a chance que Nathan precisava para matar Paulo. ... Ao receber o sinal de que haviam caído em uma armadilha e não poderiam auxilia-lo, Paulo se levanta com dificuldade e troca de roupa, era impossível fazer qualquer coisa naquela roupa de hospital, se pôs de pé mas ainda se apoiava na cama, pegara a maleta que estava do lado dela e pegou as duas pistolas e seus respectivos coldres e os colocou no cinto, pegou uma arma maior e colocou na mochila em suas costas, e a outra arma maior que havia com ele e fora com ela em punho, e bem devagar saiu do quarto, por sorte, nas semanas que esteve ali conseguiram esvaziar o hospital, Paulo foi meio que se arrastando pelas paredes do corredores, e pouco a pouco sentia a vibração da marcha de alguns homens, pelo impacto das passadas acreditava que eram homens bastante fortes, a medida que os passos se tornam mais intensos ele sentia que podia ser a última vez que fazia o que sabia de melhor, e mesmo que não ganhasse todos os segredos que guardara morreriam com ele, ele então ativa seu comunicador que o leva em contato direto com seu amigo e diz: - Melhor vir ajudar os outros no jardim, veio mais capangas do que imaginávamos. - E onde você está? - Eles estão no jardim. - Paulo... - Confie em mim. E desligou o comunicador sem dar a chance de Everton tentar usar qualquer tipo de argumento que possa dissuadi-lo a não enfrentar Nathan e os capangas sozinho, , provavelmente ele não quis " sujar as mãos", todos aqueles homens olhavam para Paulo com se ele fosse um prêmio máximo de uma competição, provavelmente aquele que o matasse ganharia algo de valor, fazer o que, ele era amado por todo o tipo de criminoso em alguns países, mas mesmo com o risco iminente de um massacre contra sua vida, Paulo não perdia a chance de debochar da morte, então diz no tom de voz mais debochado que conseguiu fazer: - O que estão esperando? A mulher de cada um já disse que sou muito homem, que tal virem aqui pra eu mostrar como uma homem de verdade faz? Pronto. Quando você ofende a mãe ou a mulher de um homem ele perde a cabeça, imagina ofender as duas, agora imagina fazer isso com alguns assassinos de países diferentes? Quando se deu por conta já estava se defendendo de golpes e os aplicando como podia, atirava em quem dava para atirar, oferecia o rosto para poder atirar com maior precisão, se via no meio de gigantes lutando pela sua vida e de muitas outras, e tudo isso em nome de memórias? Até quando é sensato guardar memórias por alguém? Até o último segundo da vida! * Apesar de não ser mais um bebê, Ally estava anilhada no colo de Elissah que não conseguia se afastar dela nem que fosse nem por um segundo, e essa mesma força de atração levava seus pensamentos tanto a Paulo quanto a Everton e consequentemente esbarrava na sua irmã, sua filha relatara todos os momentos angustiantes que passara e até aquele momento estava atenta, mas quando sua filha começou a falar dos tempos em que estava com a tia ela parou de dar toda a atenção, foi no momento de devaneio que Ally perguntou: - Mãe. - O que foi querida? - Como tá meu tio? Elissah respira fundo, e com pesar no coração ela responde: - Sim filha, ele está... ... Bem no meio de dois brutamontes, com dificuldade conseguiu abrir um espacate perfeito e os derrubou, levantou-se rapidamente e descarregou o que sobrava de balas em sua arma, quando acabou recebeu um chute monstruoso de baixo para cima, foi o suficiente para dar tempo para pegar as pistolas e simplesmente as descarregou em cima de seu agressor e logo viu que aquela briga não levaria a lugar nenhum, Nathan não estava ali e provavelmente destruiria as provas, os capangas também contam como provas, mas depois que Paulo alcançou a arma que estava na mochila só sobrou quatro dos vinte e um que se propuseram a lutar, foi quando os cinco lutadores notaram um objeto rolando na direção deles, momento perfeito para Paulo matar o última que o segurava e começar a correr loucamente, tinha um caminho relativamente longo e não podia perder muito tempo ali. * Rodrigo, Layla, Everton e os outros já esperavam Paulo no lado de fora, não sabiam em que ala do hospital Paulo estava e não chegariam a tempo de ajuda-lo, mas havia uma sensação crescente de angústia na mente de todos. * E nesse crescente desespero Paulo ouviu a explosão, estava quase na porta mas o fogo era tão rápido quanto e o alcançara enquanto pulava para fora do hospital , sentia a fina chuva arder contra seus ferimentos, , não via nada além de escuridão, e foi nesse turbilhão de pensamentos que ele alcançou o chão, conseguiu abrir os olhos levemente, e apenas viu passos vindos em sua direção e por fim vira a consciência se esvair junto a chuva.

Confie em Mim ( Ou o guardião de memórias )Where stories live. Discover now