Capítulo 8

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E os dias se seguiram com Nathan liderando uma feroz procura em busca de Rafael e os dados, revistaram a casa dele, do Edu, de Rodrigo e Layla, de Elissah e a de Paulo também, mas não achou nada, e seguiu assim por uma semana, nesse meio tempo Daiana e Edu finalmente se entregaram a paixão arrebatadora que um nutria pelo outro em segredo e Rafael aos poucos desmembrava as informações tanto da vida do detetive especial quanto á de Paulo, afinal, só entendendo o passado que você descobre o futuro de alguém. Na manhã seguinte, Daiana acorda e vê Edu sentado na cama, ela sorriu e levantou-se devagar, a coberta era á única coisa que cobria seu corpo e ao se levantar a mesma deslizou de si, ela inclinou seu corpo nas costas de dele e beijando-lhe a nuca disse: - Bom dia! Ao vira-se, ela já havia pegado o cobertor e coberto o corpo, mas o modo que ela segurava expunha uma pequena parte do seio direito, ela estava descabelada, sonolenta e tão linda que que os seus quarenta e seis anos pareciam não pesar, ele se aproxima dela e a beija longamente antes de dizer: - Bom dia, dormiu bem? - Como um anjo, sabe, acho que talvez um de nós deveria comentar a noite de ontem.Disse ela com as maçãs do rostos ficando rubras, mas a resposta de Edu fora um sorriso maroto acompanhado de um ar travesso: - Algo me diz que tenho que deixar esse comentário pra você fazer. - Foi bom pra caramba! Disse ela com um sorriso travesso, e ele responde com satisfação: - Sabia que deveria deixar você comentar. Ela levantou-se para ir ao banheiro abandonando a única coisa que cobria seu corpo, Edu não deixou de mirar sua namorada de cima em baixo, ela olha com um tom sedutor e diz: - O que foi? Nada que você nunca tenha visto. Edu foi até a cozinha e tratou de fazer o café para Daiana, depois da noite de ontem tinha muito que agradecer a ela, e também para o Rafael que estava trabalhando bastante para obter as informações necessárias. Quando chegou no quarto do porão onde Rafael já se encontrava em atividade, ele estendeu o copo de café ao detetive e disse: - Você dorme garoto? - Eu queria cara, mas achei coisas tão interessantes que fiquei sem sono, e também tem o fator de que sua cama pode acabar quebrando, você devia parafusar ela na parede. - Por que cara? Perguntou Edu rindo: - Na hora do pega pá capá incomoda a beça. - E como. Disse ele deliciando as lembranças: - Não vai perguntar o que eu descobri? - Ah, claro, o que você descobriu? - Primeiro, para saber quem atacou, pesquisei sobre Paulo e Elissah, por parte dela tudo tranquilo, todos os registros, vacinas, escolas que estudou está tudo ali, já de Paulo, já de nosso conhecimento que ele tem uma passado conturbado, mas segundo os registros, ele fora preso em 2011 pois saqueou o computador do FBI e fez backups dos arquivos de um caso em específico. - Mas por que o caso da morte de Everton e Ally seria investigada pelo FBI? - Acho que foi por causa das circunstâncias e dos envolvidos. Segundo as informações que Paulo conseguira, a colisão fez com o carro de Everton despencar no abismo, como é conhecido o precipício da curva de saída da cidade, era um carro oficial da promotoria, e quem dirigia era o detetive Natanael Marinho que aparentemente morreu no local. - Como assim, aparentemente por que? - Por que na versão oficial dada pela policia de Riverton dizia que Everton vinha em alta velocidade e colidira com o carro da promotoria, ou seja, jogaram a culpa na vítima. - Mas Everton não corria em alta velocidade, ele sempre teve medo disso. - Exatamente chefe, por isso que Paulo resolveu investigar, digo, esse foi um dos motivos que o fizeram investigar. - Tem outro? - Sim, no mesmo dia, na entrada de Iowa, pai e filha foram mortos eletrocutados por causa da chuva de raios, seus rostos ficaram totalmente desfigurados impossibilitando reconhecimento facial. - E o que tem haver um coisa com a outra? - Quando encontraram o carro de Everton horas depois na costa, não havia nenhum corpo! * Paulo já conseguia caminhar sozinho pelos corredores, mas ainda não estava bem o suficiente para o Dr. Luís Miguel lhe dar alta, perambulava a caminho do jardim do hospital com os pensamentos detidos em 2010, quando recebeu a noticia da morte de seu amigo, mas não conseguia acreditar que ele morrera, ainda bem mais correndo no trânsito, primeiro, Everton era extremamente hábil no volante, mas era medroso no que dizia respeito a velocidade, aqueles exames que lhe indicavam alguma doença já tinha noção do que eram, mas por que o médico do exército dissera isso a ele? O mistério de todo a essa estória sapateava na mente de Paulo que só ouvia o barulho dos sapatos dos dançarinos e absolutamente mais nada, e foi com a cabeça submergida em perguntas ele chegou ao jardim onde Elissah o esperava junto com Layla e Rodrigo, este por sua vez levantou e foi na direção do irmão e abraçando-o disse: - Que bom que está melhor! - Eu sei, você me amam. Rodrigo soltou aquela risadinha e pensou " Pelo menos o humor ainda está intacto ", Elissah levantou-se e o abraçou graciosamente e beijou-o com graça semelhante, após terminar ela diz: - Bom dia meu amor. - Bom dia querida! Logo Layla fora quem o abraçou e conduziu ele ao assento e disse: - Se você morrer eu te mato ouviu? Ainda vou querer você por perto. - Querida. Disse ele beijando-lhe a testa - Eu levei quatro tiros e não morri, entrei pra galeria da imortalidade. E todos riram. * Rafael passara horas sem sair daquele quarto, montar uma linha do tempo já era uma tarefa complicada, mas montar uma linha do tempo de quem é a completa e complexa personificação de um guardião de memórias é uma tarefa que só os loucos sabem, enquanto fazia isso Edu e Daiana saíram por dois motivos, primeiro queriam desfrutar da presença um do outro, mas também tirar os policiais que achavam que estavam escondidos vigiando a casa, dando assim um pouco mais de tranquilidade para o amigo trabalhar. O que era curioso é que de 2010 pra cá tudo está claro como água, mas antes disso é tudo um amontoado de informações que aparentam não ter conexões, quero dizer, outras, e como não estava conseguindo andar para frente nessas pesquisas ele resolveu investigar os ocupantes do carro no dia do acidente, tinha a Chris Morgan que é a atual comissária de policia, já o Natanael ele não estava conseguindo nada, talvez ele fosse a peça que faltava para entender o mistério, buscou a ficha dele e foi direcionado a um banco de dados de ex-policiais de Nova York, o rosto lhe parecia muito familiar mas não lembrava de onde, na ficha dizia que o mesma falecera em 11 de janeiro de 2010, enquanto lia Edu surge ofegante e perguntou ao fitar a foto no monitor: - Pesquisando sobre o Nathan? - Não, por que? - A foto dele tá no monitor. - Tem certeza Edu? Perguntou Rafael ampliando a imagem: - Claro como água, mas por que? - Ele provocou o acidente, mas a promotoria estaria envolvida dos pés a cabeça, tantos Chris Monagan quanto o presidente do país não estariam em seus cargos, então zeraram Natanael Marinho e criaram Nathan Martins. - Então o que ele faz como detetive especial? - Boa pergunta, com cara sem passado pode ser qualquer pessoa, e por hora estou sendo acusado de tentar assassinar Paulo e Elissah. - Esse cara quer te encontrar mesmo. - Pois é, mas é só uma questão de tempo até nosso último e mais rico recurso chegar. - Bom, vou dar um pulinho no hospital, já que Elissah não sai de lá talvez encontre ela e os outros, - Vai lá. * Nathan estava na sala vaga que ficava ao lado da sala de Rafael, pesquisava assuntos concernentes com a investigação quando ouve batidas estridentes na porta e antes que pudesse fazer algo uma figura imponente adentra a sala, João Paulo, prefeito de Riverton e grande amigo de Paulo, Rafael, Rodrigo e Edu é um homem alto e com uma forte presença, tanto é que Nathan não conseguiu continuar sentado quando ele chegara, e quando ele começou a falar era impossível ignora-lo: - Boa tarde detetive, sou o prefeito João Paulo, e soube que o senhor está acusado o detetive Rafael de tentativa de assassinato a seus dois melhores amigos, pode me explicar o motivo? E sentindo-se estranhamente desconfortável com a presença de João, Nathan falou com a voz mais educada que conseguiu: - O senhor não tem direito de... Mas não pode completar a frase pois João assumiu uma postura altiva e disse: - Escute aqui, sou o prefeito, sem bem até onde posso ir, além do mais sou o principal financiador e fornecedor bélico da divisão especial e eu posso fazer com que você seja reduzido a patente mais miserável que existir e se ela não existir, criaremos uma! Agora responda a pergunta detetive. - No dia seguinte ao atentado. Disse Nathan engolindo a seco - O detetive Rafael desapareceu levando consigo dados já conseguidos e documentos, o ato de tentar encobrir as pistas o torno culpado. - Não meu amigo, isso o torna um suspeito, quero que retire a acusação e o ponha na lista de suspeitos. - Isso ai sou eu quem decido. - Aconselho você a decidir assim. - Se me der licença eu não trabalho a fazer. * Edu e Daiana caminhavam de mãos dadas até o hospital, quando chegaram na entrada encontraram João e sua esposa, Milena, então Edu o cumprimenta dizendo: - Oi amigo, como foram os negócios? - Fracos, comprei uma empresa petrolífera e uma de produtos de química. - Você chama isso de fraco? Então seu forte é conseguir comprar a lua? - Eu queria, mas essas empresas vão melhorar e quando isso acontecer vou vender as ações por cem vezes mais do que elas valem agora, sim, sou um gênio. E caso não tenha ficado muito claro, o João é podre de rico, fizera a maior parte de sua fortuna em indústrias petrolíferas, e após conseguir um milhão, ele investiu e conseguiu mais dois, três e hoje é o homem mais rico do mundo e mago das finanças. Em pouquíssimo tempo os dois casais chegaram ao jardim onde os outros se encontravam, Paulo os recebe com alegria como se aquilo nem fosse um hospital, João falara de como fora a viagem, do sucesso que Milena fazia no balé e na dança em geral, mas enquanto Elissah e Daiana conversavam sobre suas vidas conjugais, Edu chama Paulo um pouco mais afastado dos amigos e diz em voz baixa: - Estou precisando de sua ajuda. - Para que? - Você sabia que o carro de Everton fora encontrado sem corpos? - Mas eles me disseram que horas mais tarde acharam os corpos, mas os rostos estavam impossíveis de distinguir. - Rafael seguiu a todo vapor com as pesquisas baseadas nos dados que você já tinha conseguido roubar antes de ser preso, e no mesmo dia em que ocorreu o " acidente ", Um pai e uma filha de Iowa morreram eletrocutados e seus rostos ficaram irreconhecíveis. A cabeça de Paulo girou, por um momento sentiu-se pisar em ovos, todos o fitaram preocupados, o brilho nos olhos de Elissah eram de preocupação, então ele torna a dizer a Edu com a voz quase sumindo: - Então quer dizer que eles podem estar vivos? - Sim. A resposta de Edu fez o coração de Elissah bater muito mais forte, a ideia de Ally estar viva era a força que precisava para enfrentar aquela situação, mas e se Everton estiver vivo, como ficaria a vida dela já que estava apaixonada por Paulo? Ela e Paulo ficaram se olhando, enquanto a angústia saltava-lhe os olhos a escuridão tomava conta do olhar dele, ele sabia a resposta e Elissah também, nesse mesmo instante o celular de Edu toca distraindo-os de seus estados contemplativos: - Alô, quem fala? - Passe o para Paulo por favor! A voz do outro lado da linha parecia desesperada, mas Edu não passaria até saber quem era, então insistiu: - Primeiro me diga quem é que está falando! - Não há tempo cara, passa o celular para Paulo, é urgente! - Me diga.. mas a voz o corta com uma explosão de raiva: - Passe a porra do telefone pra ele! E de raiva Edu passou o celular para Paulo que diz coma voz ainda meio rouca: - Diga. - Existe uma carta em meu cofre, peça para Elissah pega-la e trazê-la a casa perto do cemitério. - Por que? - Você sabe, confie em mim. - Está bem. - Pode soar meio gay mas eu não liga, eu te amo cara. - Eu também mano. - Contou alguma coisa a ela? - Não, e o que você pretende fazer? - Revelar parte do jogo a ela. - É, talvez ela não suporte a outra parte do jogo. * O detetive Nathan Martins estava mais tranquilo, finalmente poderia concluir aquilo pela qual foi enviado a essa cidade, ia solucionar o caso de uma vez por todas, já que cometera erros, equívocos e imprecisões que não cometeria dessa vez, mas Paulo mostrou-se mais forte do que dava a entender no dossiê que seu chefe lhe deu, mas não só para agradar a seu chefe que ele deveria mata-lo mas também por ele ser o único que podia desmascara-lo, afinal, o acidente que ele provocou matou uma peça principal de toda uma engrenagem e os terroristas para quem ele trabalha não toleram fios soltos, e essa noite amarraria o último. * Seguindo as orientações de Paulo, Elissah foi em casa pegar a carta que estava no cofre de Everton e anotou o endereço, devagar pois não sabia se realmente queria ver o homem da ligação, e se fosse Everton, como diria que ela agora estava com o melhor amigo dele? De qualquer modo iria, afinal, isso poderia se tornar um problema se for ignorado, ela então se apressou em ir até o carro e dirigir até a casa decadente que ficava naquele endereço. A casa era grande e precisava de reparos urgentemente, outrora o verde era predominante na cor das paredes que agora eram erodidas pela ação de intemperismos ao longo dos anos, o lado é visível nos cantos onde deveriam ter flores e as janelas da parte esquerda da casa estavam destruídas, dava calafrios entrar naquela casa, os pelinhos da nunca dela se arrepiaram, ela caminha devagar e em fim chega dentro daquele lar da decadência que era acentuado pelo tom acinzentado daquele fim de tarde e que promete fortes chuvas a noite, respirou profundamente e abriu a porta, e para seu total espanto, o interior da casa estava livre da decadência que reinava na entrada, muito bem mobilhada , bem ao estilo de: - Elissah? Ao olhar para trás, não pode acreditar no que via.

Confie em Mim ( Ou o guardião de memórias )Where stories live. Discover now