Capítulo 6

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Apesar de toda aquela movimentação logo de manhã na recepção do hospital municipal, uma jovem ainda estava encolhida no banco a espera de notícias do companheiro, seus pés estavam em cima do banco e o queixo estava apoiado joelho e seus braços envolviam suas pernas, além de seus olhos incrivelmente azuis estavam mais perdidos do que costumavam ficar, era perceptível a áurea de abandono que se instalara nela, o medo e a dor faziam um eco violento em sua mente que já imaginava o pior e a todo o momento tentava afastar essa sensação. * Rodrigo fora até a delegacia com Edu para se colocar por dentro do andamento das investigações, Layla e Daiana foram ao hospital levar comida para Elissah e ficar por lá mesmo, por fora, Rodrigo, Edu, Layla e Daiana mostravam-se irredutíveis e muito seguros de si, mas por dentro eram consumidos pela angústia, mas precisavam ajudar seus amigos e fariam o possível para encontrar o responsável e fazê-lo pagar. Quando os dois chegaram na delegacia os dois se dirigiram apressadamente até a recepção e Edu é quem pergunta: - Bom dia! Disse a recepcionista amavelmente - Como posso ajuda-los? - Bom dia senhorita, queremos falar com o responsável do caso da tentativa de homicídio a casa de Paulo. - Oh sim, o detetive Rafael os aguardava, é o segundo andar sala sete. - Obrigado. Quando virou-se notou que Rodrigo andava em direção ao elevador com ímpeto e um desespero levemente velado, Edu dá uma pequena corrida para alcança-lo, segurou no braço dele e disse: - Fica calmo. - Isso nunca havia ocorrido antes, como quer que eu reaja? - Com precisão ok? Vamos. * Layla pedira a Daiana que fosse até a padaria e trouxesse sucos e sanduíches para Elissah enquanto ela ia para o hospital, quando chegou lá a única pessoa que estava na recepção estava encolhida no banco, descabelada, enfaixada, com o belo olho com um tom violeta em volta dele e o mesmo tom se repetia no canto da boca e no pescoço, ela estava exausta e já consumida pela angústia, quando ela se virou e notou a presença de Layla ela se levantou com uma força desesperada que só lhe deu a oportunidade de correr e abraçar a amiga que nada disse a primeira instância, lutava para não ter pena dela de tão triste que era o momento, depois de um tempo Layla diz: - Vamos nos sentar. E assim ajudou a amiga a chegar na cadeira, nesse momento Daiana chega com a comida, ela se senta ao lado de Elissah que também a abraça sem dizer uma palavra, Layla retira um lenço do bolso e seca o rímel borrado de Daiana para Elissah não notar que eles estavam chorando, e ainda junto de Elissah, Daiana disse: - Trouxe comida pra você. - Tô sem fome. Disse ela soltando Daiana e tornando a abraçar suas pernas, mas Layla interveio com um ar quase materno: - Filha, come um pouco, o Paulo vai ficar bem e vai precisar de você com saúde, até por que ela vai ficar bem. Nesse momento o doutor surge dizendo: - Tenho boas notícias, conseguimos extrair as balas e á uma grande chance de poderem falar com ele em breve! - Glória a Deus! Disse Elissah relaxando assustadoramente na cadeira, sorrindo com uma leve preocupação, então Layla pergunta: - Melhor comer né? - Verdade. Disse ela sorrindo. * Edu, Rafael e Rodrigo conversavam sobre as circunstâncias que envolviam a estranha movimentação na rua da casa de Elissah semanas atrás, Edu narrava tudo que podia lembrar sobre os últimos dias, claro que um depoimento de Elissah ajudaria muito e de Paulo seria como a ordem de onde deveriam ir já que possivelmente ele deve ter visto algo já que viu agressor de tão perto. Minutos depois Rafael pega suas coisas e os três seguem para seus carros irem para a cena de crime ou para o hospital dependendo das circunstâncias, durante o trajeto eles conversavam sobre a postura de Paulo em relação as movimentações, pode ser que ele tenha percebido antes mas que esperava ter certeza, Rafael anotava mentalmente cada palavra e pensava " Paulo é um cara muito certinho para alguém querer mata-lo " Rafael conhecia bem os dois lados do ser humano, quando serviu no exército viu o pior lado de uns homens e o melhor lado de um deles, foi e ainda é seu amigo por anos, quando seu amigo se tornou capitão ele alavancou a carreira de Rafael que ainda não conseguiu agradecer a altura. Enquanto os dois conversavam, Rodrigo se mostrava fortemente alheio as especulações pensava no estado do irmão e na possibilidade de perdê-lo e em reflexo de seu medo deixava a culpa recair sobre si, culpava-se por não ter insistido mais para ele ter ido ao jantar, por não ter ligado, mas entendia que Paulo já tinha trinta e quatro anos e não era nem de longe um cara ingênuo, mas não pode permanecer nesse seu estado contemplativo pois Edu o desperta dizendo: - Chegamos. Preferiram ir primeiro a cena do crime, Rodrigo acompanhou os dois com certa relutância, não que não tivesse estômago para ver uma cena cheia de sangue, mas sim por saber que todo o sangue que ele encontrara é de seu irmão, ao vê-los, os policiais se apressavam em levantar a fita e cumprimenta-los, e quando entraram na casa observaram-na totalmente revirada, mas a cena isolada no canto da casa bem abaixo da janela era a que mais revoltava Rodrigo, vira a poça de sangue quase seco e imaginava o corpo do irmão ali, o ódio percorreu sua espinha, queria saber quem havia feito aquilo, e não ia descansar até descobrir.

Confie em Mim ( Ou o guardião de memórias )Where stories live. Discover now