Capítulo 4

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Os dois se ajeitaram no banco se refazendo depois de todo aquele momento delicado de revelações que Paulo fizera, recompuseram - se muito rápido pois não queriam seus amigos se preocupando demais com eles, Paulo foi o primeiro a se levantar para falar com os amigos enquanto Elissah limpava rapidamente a maquiagem borrada enquanto olhava seu reflexo no celular e logo em seguida levantou para cumprimenta-los, os dois cachorros mantinham uma postura alerta na direção de Layla, Edu e Daiana, Elissah ficou a observa-los enquanto Paulo tentava disfarçar seu estado observador perguntando: - O que estão fazendo por aqui todos juntos? - Estava na esperança que você lembrasse, isso só prova que esqueci de te avisar que o novo restaurante ficou pronto antes do prazo e nossas reservas foram adiantadas. Elissah e Edu olharam pro celular quase que ao mesmo tempo e ao ver a mensagem Edu diz: - Esqueci de avisar a vocês disso. Paulo olhou para Elissah que entendeu o recado e virando-se para o irmão disse: - Que tal vocês irem indo? Eu e Elissah vamos mais tarde. A expressão de Paulo refletia algo que Layla entendeu como se fosse algo inquestionável, como uma... não lembrava da palavra, e em resposta Rodrigo apenas assentiu. Durante o trajeto até acidade vizinha, Layla tinha uma terrível sensação de que algo ruim ia acontecer. * Elissah voltava para casa com Rexie que estava com a cabeça pra fora do carro pelo teto solar ( Ele era bem grande ) ainda remoía tudo que seu amigo dissera, não que duvidasse da verdade, mais é que era real demais, e isso a deixara mais confusa do que no inicio, quantos segredos mais teria soterrado dentro de Paulo? E foi assim, coma cabeça nas nuvens chegara em fim a sua casa, e ainda estava sendo bombardeada de cogitações já que Paulo assumira um novo lugar na sua vida. Ela jogou o casaco em algum lugar da casa e foi se despindo até chegar ao quarto, foi direto para o banheiro tomar uma ducha, e enquanto trocava de roupa ela se deparou olhando para o celular em cima da cama, Rexie surgiu no quarto e saltou os olhos dela para o celular e balançou a cabeça em direção a cama como quem diz: - Liga pra ele! ... Depois de passar no jornal e despedir seus funcionários e liberando Edu para o jantar Paulo seguiu para a cafeteria buscar o café de sempre para viagem e foi para casa com a cabeça ainda na conversa que teve com Elissah, agora sabia por que as pessoas procuravam tanto por ele para serem ouvidas e tendo a certeza de que seus segredos estavam bem guardados, era uma sensação reconfortante, quando estacionou seu carro em baixo do Ypê de sua casa cujas florezinhas tingiram o asfalto a sua mente direcionou em ir para casa e seguir direto para o chuveiro tomar uma ducha, fazer um café e se encolher no sofá para ler um bom livro, há muitos anos ele aprendeu que nunca é uma boa ideia remoer o passado, mas queria entender o por que do desgaste de revelar aquelas coisas para Elissah, e provavelmente ligaria pra Rodrigo para avisa - lo de que não iria ir ao jantar. Quando finalmente chegara dentro de casa, foi direto para o telefone e foi quando notou uma mensagem na secretaria eletrônica, era de Elissah! Ela estava pedindo para ele encontra-la na casa dela, foi como uma bomba de alegria que explodiu todos os seus planos cômodos de passar a noite, correu para tomar banho e se trocar, estava agindo como um jovem, mas não ligava, e em meia hora estava dirigindo rumo a casa de Elissah, durante o trajeto ele abriu os vidros do carro para sentir aquela brisa fria envolver seu corpo e diminuir o calor que as batidas desenfreadas de seu coração causaram, mesmo feliz com convite ainda não fazia a menor idéia do motivo que levara ela a chama - lo. * Sentada na cadeira perto da entrada da varanda de sua casa, Elissah aguardava o amigo sem saber o que dizer depois do " Oi " Nunca se sentira tão nervosa para falar com ele do que agora, pensou em chamar Rexie para lhe fazer companhia mas lembrou que ele havia saída, provavelmente para se encontrar com Lexie, também era notável que se vestira com certo capricho para receber o amigo, usava um tomara que caia branco e sua velha calça jeans desbotada, um pequena parte do corpo dela, talvez uma das mais provocativas nas mulheres em geral estava levemente exposta por causa da blusa, e os longos cabelos loiros emoldurada o semblante de sua beleza, mas em seus olhos não haviam palavras para definir o quão brilhava seu olhar. Não demorou muito para ela avistar o carro de Paulo vindo com os vidros abertos, ela sentiu o coração bater mais forte como à muito não batia e ajeitou os cabelos num gesto de nervosismo, Paulo descera do carro e ao mirar Elissah pensou " Meu fôlego deve ter ficado em casa, não estou achando ele!" Ela estava linda, mas novamente não dava para descrever o brilho em comum dos olhos daqueles dois, e ainda parado na frente do carro ele diz sorrindo: - Oi! E ela respondeu ainda mais sorridente num curto aceno: - Oi! Ele mal subiu dois degraus da escada e ela já desceu para abraça - lo, ele beijou lhe a testa e ela aumentou a intensidade do Abraço devolvendo o calor do beijo. . Mesmo já sabendo a resposta, Paulo se viu tentado a perguntar: - Por que me chamou querida? Ela sorriu de modo que a muito não sorria e respondeu ainda colada ao corpo do amigo: - Adivinha querido. E assim ela o beijou suavemente, ele não sabia o que era um beijo a mais de quatro anos, ele aos poucos a envolveu com os braços e correspondeu melhor ao beijo, apesar de que lhe faltava um pouco de prática, ao terminarem os dois se dirigem para a casa, lá, eles decidem primeiro ir devagar com tudo, por hoje iriam assistir um filme e comer pipoca, beber umas cervejas e conversar sobre a vida, sobre eles, sobre tudo, teriam a noite toda para conversar e se amar, e estavam adorando aquilo. * O restaurante era sofisticado e muito bem diversificado e lá estava cheio de tipos, havia mesas reservadas a idosos com isolamento acústico para que seus nervos não se exaltassem, havia também um espaço destinado aos fumantes que ficava quase no fundo do restaurante, e apesar da faixa etária do grupo ser entre trinta e quatro e quarenta anos estavam na ala mais jovial do restaurante escutando um rock suave de uma banda local, a atmosfera estava extremamente agradável o que era um contraposto com o clima que reinava entre aqueles amigos, estavam estranhamente tensos e fora de sintonia, lá uma vez ou outra Rodrigo e Layla lançavam algumas piadas que arrancavam risos rápidos, mas Daiana nem ligava pois a única pergunta que ecoava na cabeça dela era onde estaria Edu. Ele havia pedido licença dizendo que tinha ido ao banheiro e já fazia duas horas que ele não voltara, não seria possível urinar por tanto tempo, será que ele tinha bexiga solta? Daiana estava linda naquela vestido lilás justo e belamente decotado que lhe valorizava as sinuosas e contornadas curvas de seu corpo, além de ter se maquiado com muito capricho e para coroar sua beleza lá estava seu charme natural com aquela pinta que ficava no canto esquerdo da boca, o motivo de tamanho capricho era para impressionar Edu, ela o amava muito mas não havia sido correspondida e isso a levava a culpar os doze anos de diferença que havia entre os dois. Layla pedira a Rodrigo que rondasse o restaurante para ver onde Edu estava, e assim ele procurou em todos os lugares possíveis e em todas as alas e nada, mas havia algo que fazia um tour pela mente de Rodrigo, fora as observações de Edu sobre as estranhas movimentações na casa de Elissah, e agora temia que Edu não estivesse preparado para lidar com aquela situação e também temia pela segurança deles.

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