Capítulo 32 - Você não pode me deixar.

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Eu estava deitado no sofá, com a cabeça no colo da minha mãe. Ela estava alisando meu cabelo enquanto assistíamos um filme que estava passando na televisão. Eu gostava quando ela ficava alisando meu cabelo daquele jeito, aquilo de alguma forma de relaxava. Eu não sabia como explicar aquilo, mas era bom. De repente alguém toca a campainha, minha mãe olhou para mim e disse que ela iria atender a porta. Ao abrir eu escutei uma voz familiar. – Olá, boa tarde. O Max está em casa? – Disse aquela voz. Eu me levantei na hora e fui em direção a porta para confirmar.

– O que você está fazendo aqui, Noah? – Perguntei.

Noah entrou sem pedir licença e nem nada e veio em minha direção.

– Você não pode ir para embora para Londres Max. Você não pode me deixar. Ok? Eu sei que eu fiz merda, mas eu gosto muito de você. Eu acordo pensando em você, eu almoço pensando em você, eu durmo pensando em você. Tudo o que eu faço, eu acabo pensando em você. Você não pode ir, Max. – Falou Noah.

– Mas... – Disse tentando explicar para o Noah que eu não iria embora, mas ele acabou me interrompendo.

– Você precisa me dar uma chance, ok? Eu gosto de você. Eu gosto muito de você e eu sei que você ainda sente algo por mim também. Eu estou disposto a fazer tudo diferente a partir de agora. Sábado meus pais vão dar um jantar e eu quero que você vá comigo, para que a gente possa recomeçar. E você não vai como meu amigo, eu irei te apresentar para todos como meu namorado. – Disse Noah.

Eu fiquei parado sem reação olhando para o Noah. Eu encarava minha mãe e depois olhava para o Noah e fiquei assim durante alguns segundos, eu como sempre, não sabia o que dizer. Eu não esperava por aquilo, assim, de repente. Quando eu ia abrir a boca, Lucas apareceu.

– Oi, eu vi a porta aberta e então eu entrei. – Disse Lucas.

– Lucas? – Falei

– Fique à vontade, Lucas. – Disse minha mãe tentando disfarçar. – Eu vou fazer algo para gente comer, lá na cozinha. Até daqui a pouco.

– O que ele está fazendo aqui, Max? – Perguntou Lucas.

– Ele veio...

– Eu vim parabenizar ele pela viagem. – Disse Noah após me interromper. – Apenas isso.

– Ok, então.

Noah saiu e em seguida Lucas fechou a porta e olhou para mim tentando entender. – Que viagem? – Perguntou Lucas.

– Ele acha que eu vou para Londres.

– Quem contou para ele sobre Londres? – Perguntou Lucas.

– Eu não sei, não tenho a menor ideia.

– Sério? Ele vem aqui e fala sobre algo que só eu e você sabíamos?

– Não era só eu que sabia sobre isso, a Emma e a Julie também sabiam disso.

– Então foram a Emma e a Julie que contaram para o Noah?

– Lucas, eu NÃO SEI. Eu não faço a mínima ideia de quem foi o ser humano que contou para o Noah sobre Londres, OK? Se quiser brigar por isso, por favor, pode parar. Não estou afim de ficar brigando por nada.

– Para você é nada, mas para mim é tudo. Eu tenho ciúmes, ok? Não posso ter ciúmes?

– Eu também sinto ciúmes, mas nem por isso eu fico brigando por nada, Lucas.

– Cada um tem seu jeito de demonstrar que se preocupa com o outro, Max. Esse é o meu jeito de mostrar que eu me preocupo com você, que eu me preocupo com nós, entende? Esse é o meu jeito de mostrar que tenho medo de te perder, só isso. Mas se isso é 'nada' para você, então não posso fazer nada.

Lucas abriu a porta e saiu. Eu voltei a ficar parado e dessa vez olhando para o nada e sem reação. Minha mãe voltou da cozinha e me olhou com uma cara de 'Meu Deus, que merda foi essa que acabou de acontecer?'.

– O que faço, mãe? – Perguntei.

– Eu não tenho a menor ideia, nunca tive duas pessoas brigando por mim.

– É sério mãe.

– Ok, primeiro. Lucas ou Noah?

– Como assim?

– Quem fez seu coração bater mais forte após essas duas declarações de amor?

– Bom, eu não sei.

– Como assim? Como assim você não sabe, Max? No fundo, todo mundo sabe.

– O Lucas é sempre assim, fofo e todo romântico, mas o Noah. Ele me faz meu coração sair pela boca, quando eu o vejo. Quando eu o encontro, eu só queria poder abraça-lo.

– Então, parece que você sabe a resposta. Você deveria aceitar o convite para ir nesse jantar na casa do Noah no sábado.

– Não posso mãe, sábado é o dia que o Lucas vai viajar. Esqueceu?

– Aí merda! O que você vai fazer?

– Eu não sei, o que eu devo fazer, mãe?

– Filho, essa é uma decisão que eu vou deixar você tomar sozinho. Eu não posso interferir mais do que eu interferi.


Nós, Nós mesmos e o Tempo [1 e 2]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora