Capítulo 6 - Menino orgulhoso.

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Mais tarde, quando o dia ia amanhecendo, eu acordei e levei o maior susto e acabei gritando um pouco alto demais. – O que foi menino? Quase me mata do coração! – Disse Noah. Eu fiquei sem entender o porquê de ele estar ali na minha cama, quando tirei meu cobertor vi que eu estava pelado, aí que eu gritei de novo. Emma subiu as escadas correndo e foi até meu quarto. – Estão se matando de novo? – Perguntou ela.

– Emma, o que ele está fazendo aqui? – Perguntei.

– O que? Você não lembra? Menino, vou ter que explicar de novo o motivo do Noah estar aqui? Sério?

– Eu vim para te trazer para casa, você acabou desmaiando no meio da festa. – Disse Noah.

– Mas e por que eu estou pelado?

– Hm... Isso foi porque você tirou a roupa no meio da noite.

– Ai meu Deus que vergonha.

– Não sinta, quando estamos bêbados fazemos coisas sem noção.

– E por que você me ajudou?

– Eu faria isso por qualquer um que eu visse desmaiar na minha frente. Bom eu vou voltar para minha casa, minha mãe vai fazer um almoço ótimo hoje, se vocês quiserem ir só dar um pulinho lá. – Disse Noah enquanto ia saindo do quarto.

Emma e eu fomos logo atrás dele, abri a porta para Noah e o agradeci. Perguntei para Emma pela minha mãe e ela disse que não sabia onde ela estava. – Quando chegamos ela não estava aqui. – Disse ela. Eu peguei o telefone e liguei para ela.

– Alô, mãe? Onde você está?

– Filho, que bom que você ligou. Me desculpa tive que sair correndo ontem à noite, seu avô passou mal e não tinha ninguém por aqui para cuidar dele, tive que vim correndo. Você e a Emma se viram por aí né?

– Uhum, vamos das um jeito aqui. E o vovô, está melhor? Ele está no hospital?

– Sim, estou com ele aqui no hospital. Ele vai ficar mais algumas horas em observação medica, quando sair aqui te ligo, ok? Beijo meu anjinho, mamãe te ama.

– Também te amo, beijos.

Emma ficou comigo o tempo todo, foi dando as horas do almoço e fome foi batendo. Nem eu e nem ela sabia cozinhar nada e infelizmente minha mãe não havia deixado nada pronto na geladeira.

– A mãe do Noah vai fazer um almoço gostoso hoje! – Disse Emma.

– Sim. O quê que tem?

– A gente poderia ir! Ele nos convidou lembra?

– Eu não entro na casa dele nem morto.

– Então fica aí, eu vou lá. Estou com muita fome. Fica aí morrendo de fome, não ligo. Menino orgulho, falo nada viu!

Emma se levantou e foi para casa de Noah e eu fiquei lá procurando algo para comer. Por mais que eu estivesse com fome eu nunca iria na casa de Noah, ainda mais para pediu um pouco de comida. Emma estava certa, afinal ela é minha melhor amiga a anos e tem que saber muito sobre mim, eu sou muito orgulhoso e por nada iria estar tão próximo de Noah novamente, já bastasse a vergonha que eu havia passado antes.

Minutos depois, alguém bateu na porta, pensei que pudesse ser minha mãe, mas ela nunca sai sem levar a chave. Quando abri a porta, me dei de cara com Noah novamente, ele segurava uma marmita. Assim que eu abri a porta ele foi entrando e foi direto para a cozinha. – Onde ficam suas colheres? – Perguntou Noah.

Eu o segui até a cozinha e perguntei o que ele está fazendo na minha casa.

- Vim trazer algo para você comer ué, sua amiga disse que você nunca, mas NUNCA MESMO, iria lá em casa. Então eu vim até você.

– Eu não pedi esmola.

– UOW, ok. Vou deixar aqui e vou voltar para minha casa.

– Pode levar essa merda aí, não quero.

Noah veio andando em minha direção e segurou meus braços me jogando contra a parede. Ele me prensou na parede me imobilizando, estávamos cara a cara, ele parecia com muita raiva de mim. – Olha, eu sei que eu fiz muita sacanagem com você, mas sério, acabou! Era ensino fundamental, você não consegue superar? Cara, estamos no ensino médio! Vamos continuar até quando com essas briguinhas de criança? – Disse ele.

– Você pode me soltar?

– Vou te soltar, mas antes preciso te pedir desculpas. Você me desculpa? Eu posso fazer diferente agora, não sou mais aquele pirralho. Sei que é meio difícil de acreditar já que eu estava sendo um pirralho meses atrás, mas acredite, essas férias me transformaram e me fizeram despertarem para realidade.

Eu apenas balancei a cabeça respondendo que sim, que eu o desculpava por tudo. Mas ele apertou meu braço e disse que queria ouvir palavras. – OK! TE DESCULPO, está bom assim? – Disse para ele. – Agora sim, vou deixar a comida aí, se caso estiver com fome, aproveite! – Disse ele enquanto foi andando até a porta. Por mais que eu guardasse raiva de Noah, eu pude senti que ele estava diferente, não sei o que aconteceu com ele nessas férias, mas fez bem a ele.

Nós, Nós mesmos e o Tempo [1 e 2]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora