Capítulo 22 - Eu não quero dizer adeus.

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 Estava voltando para casa com o Lucas, já estava de noite. A noite está linda, o céu estrelado e lua está grande e parecia brilhar mais do que o normal. Lucas segurou minha mão e fomos andando de mãos dadas.

– Você é a coisa mais fofo do mundo. – Disse Lucas que em seguida me deu um beijo no rosto.

Fiquei sem graça e apenas respondi dando um sorriso. – Você também é muito fofo. – Disse para ele.

– Posso ir para sua casa hoje? Está tão tarde e eu não estou com a chave de casa. Sua mãe se importaria? – Perguntou Lucas.

– De forma alguma, ela é super de boa. – Respondi. – Ah e sem comentar que ela já estava querendo conhecer você! – Disse a ele.

– Então alguém andou falando de mim? – Perguntou ele.

– Recentemente eu contei para minha mãe que eu gostava de meninos, aí eu tive que contar que eu estava saindo com você. – Respondi.

– E ela aceitou numa boa?

– Sim, pelo que parece ela já sabia sobre mim, ela só não queria aceitar!

Chegamos em casa, abri a porta e vi minha mãe dormindo no sofá. Me aproximei e tentei acorda-la. – Mãe? Vai para sua cama! Mããe? – Disse na tentativa que ela se levantasse. – OH MÃE! – Gritei. Minha mãe acordou com a maior cara de susto do mundo.

– MEU DEUS MAX! VOCÊ TÁ DOIDO? – Gritou ela.

– Mãe, tem visita aqui. Dá para fingir que você é legal? – Falei.

– Que? Ah. Olá. É... – Disse minha mãe olhando para o Lucas. – Qual é o seu nome mesmo? – Perguntou minha mãe.

– Lucas. Sra. Bea. – Disse ele esticando a mão para cumprimentar minha mãe. –  

– Eu sou muito esquecida. Então, você é o namorado do meu filho, mesmo? – Perguntou ela.

– Mãe! – Falei com um tom envergonhado.

– Sim e não. Eu não sei se estamos namorado, mas estamos juntos. Entende? – Disse Lucas.

– Entendi, os jovens de hoje não têm mais disso de namorar. Eles só querem ficar e ficar, eu sou de uma geração diferente! Você sabe, não é? – Disse minha mãe.

– Diferente? Sério mãe? Pelo que eu sei, era a mesma coisa na sua época e hoje! – Disse.

– Tá legal, Max! Entendi! Vou fazer algo para gente comer. Fique à vontade Lucas! – Disse minha mãe.

Minha mãe estava indo para cozinha, quando naquele exato momento o telefone tocou. Ela caminhou até o telefone e o atendeu. – Alô? – Disse minha mãe. Durante alguns segundos ela ficou imóvel e em silêncio, o sorriso que estava em seu rosto, desapareceu. Não demorou muito para seu semblante mudasse, ficando com uma face com uma mistura de tristeza e choque. Logo as lágrimas em seu rosto começaram a cair, eu corri até ao lado dela. – Mãe, o que aconteceu? – Perguntei. Minha mãe olhou para mim e largou o telefone que caiu no chão. Ela se aproximou e me abraçou fortemente, seus olhos derramavam lágrimas sem parar. Eu tentei perguntar mais uma vez o que havia acontecido, mas não adiantou. Minha mãe começou a tremer e mal conseguia falar, ela se sentou no sofá e colocou as mãos em seu peito como se tivesse sentindo dor no coração. Eu me assustei ao ver minha mãe naquele estado. – Mãe? O que houve? – Perguntei. Me sentei ao lado de minha mãe e ela começou a respirar profundo na tentativa de se acalmar.

– Seu av... – Disse ela com a voz tremula de tanto nervosismo. – Seu avô, se foi, Max! Ele morreu! – Completo ela. Em seguida minha mãe voltou a cair em prantos.

Eu estava completamente em choque naquele momento, eu fiquei parado durante alguns segundos. Lucas se aproximou e me abraçou, naquele instante eu não consegui chorar e nem mostrar qualquer outro tipo de sentimento.

– Eu vou ir para o hospital dar apoio para o resto da família. Você não precisa ir Max, eu sei que você nunca gostou de hospitais e nem de funerais. – Disse minha mãe.

– Tem certeza mãe? Ele era meu avô? Eu deveria me despedir dele. – Disse enquanto secava as lágrimas que começavam a cair. – Mas... eu não quero dizer adeus, mãe! – Falei.

– Você não precisa dizer adeus! Fique em casa, vai ser melhor. Assim você poderá guardar a imagem do bom homem que seu avô foi e não... E não a imagem dele no cachão! – Disse ela.

– Se você quiser ir Max, pode ir! De verdade mesmo, ele era seu avô. Eu dou um jeito! – Disse Lucas

– Eu vou ficar Lucas e espero que você fique aqui comigo! Se você quiser, é claro? – Falei.

– Claro, fico! Você se importa senhora Bea se eu ficasse aqui por essa noite? – Perguntou ele.

– Não, não me importo. Vai ser melhor! Pelo menos o Max não vai ficar sozinho e você pode ajuda-lo caso ele precise. Qualquer coisa você me liga, vou deixar meu número de telefone em cima da mesa. – Respondeu ela.

– Pode deixar, qualquer coisa eu ligo para a senhora! – Disse Lucas.

– Obrigado e cuida bem do meu filho, por favor! – Disse ela.


Nós, Nós mesmos e o Tempo [1 e 2]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora