am·big·u·ous | Larry Stylinson editing

Capitulo Seis

Após o choque de ver o filho naquele estado,  Maura caiu em prantos no colo de Niall, sabia exatamente o porque daqueles machucados e simplesmente não conseguia não se culpar por isso.

- Niall, Niall amor me desculpe. Oh Deus. – Ergueu o olhar para o filho, o rosto já marcado pelas lágrimas.

- Mãe – resmungava o garoto enquanto foi para abraça-lá. – Ai! – gemeu quando a mãe se apertou a ele e se lembrando dos hematomas que deveria ter agora.

- Porque está se desculpando? Nada disso é culpa sua! – dizia o garoto com palavras sinceras para a mãe.

- Eu não tinha ideia Niall, isso é .. é horrível – Dizia ela fungando enquanto as lagrimas ainda caiam de seu rosto – me sinto .. a pior mãe do mundo – soluço – eu n-não sabia ..- ela dizia com a visão e o pensamento longe logo se virando para Niall – A quanto tempo?

- M-mãe – gemeu quando se concertou na cama, sua mãe ainda não havia visto e resto de seu abdômen marcado que ele ainda escondia. – não importa sim? Estou bem. – desconversou ele.

- Está bem? – riu com escárnio - Quanto tempo Niall? – disse com voz mais firme encarando as orbes do garoto  que suspirou fundo e admitiu

- Desde que descobriram minha sexualidade! – baixou os olhos e completou mais baixo que um sussurro mais pra ele mesmo – pelo menos não descobriram a tanto tempo. Sua mãe arfou com o comentário e por azar ou não do garoto havia escutado a ultima parte também. Ela sabia da opção do garoto, já fazia algum tempo e aquilo nunca foi um problema para ela, mais sabia que chegaria uma hora que ficaria difícil para o garoto , só não imaginava que seria demonstrado daquela maneira o preconceito dos que estavam ao redor dele.

Maura já havia presenciado antes uma ‘brincadeira’ sem graça que fizeram com o filho quando saia da escola, - naquele dia ela havia saído mais cedo do trabalho e já que Greg estaria de volta ainda naquela semana, decidiu ir buscar Niall e passarem no supermercado, o garoto adorava inventar comidas com sua mãe – mas aquilo não era nem de longe o que fizeram com Niall dia anterior, nunca tinham encostado nele ou o machucado, antes era xingamentos, palavrões e piadinhas bestas dirigido a ele. Tinham passado do limite dessa vez. Muito.

- Espera aqui quietinho sim? – disse limpando o rosto já vermelho e saindo do quarto quase que correndo. Como se eu fosse fugir por ai. Nem condições para isso. Pensou Niall. Logo sua mãe estava de volta com uma caixinha de primeiros socorros e um panfleto agarrado entre seus dedos. Sentou mais calma na cama e abriu a caixa tirando de lá alguns remédios e gases, começando a passar pelo rosto do filho e sobre seu peito, arregalou os olhos quando foi obrigada a retirar as colchas de cima do filho tendo em vista que ele continuava a querer esconder, vendo seu abdômen com algumas marcas vermelhas e roxas em alguns pontos.Mais o que estava pior era os braços e algumas partes do rosto. Fungou e continuou cuidando dele enquanto o mesmo ficava quieto. Sabia que a mãe uma hora ou outra iria querer parar e sentar com ele para conversar direito, e agradecia mentalmente por não ser agora aquele momento.

Na verdade, Niall não parecia tão surpreso com tudo isso que aconteceu, parecia mais conformado, e era isso que deixava sua mãe com mais raiva ainda.

- Eu vi esse panfleto no hospital. – disse depois de terminar os curativos, mantinha a voz baixa, como se não quisesse perturbar o momento – Eu não sabia por que havia pegado. Bom, a razão talvez seja você né?! – sorriu fraco triste mostrando a folha ao garoto. O papel dizia ser um centro de encontros de jovens e adultos com problemas, tanto social quando emocional. O garoto olhou pra mãe com sobrancelhas franzidas.

- Um centro de ajuda mãe? Serio? – perguntou

- Sei o que esta pensando, não olhe por esse lado, não estou dizendo que quero que vá, mais pode ser uma boa ideia, sei que tem pessoas lá que são diferentes da que esta acostumada a lidar e conviver, principalmente em sua escola. – Travou a mandíbula quando fez menção a escola, sabia que lá era o local onde Niall sofria. –  E por falar em escola, vou arrumar um jeito e te colocar em outra, tudo bem? Irei também acertar algumas coisas com o diretor. – fechou a mão em punho.