Capitulo Quatro

870 47 4
                                    


Harry pareceu pensar melhor no que Louis tinha dito, e ele também não era aquele garoto ignorante de poucos minutos atrás. Pelo menos, pensava que não. Já Louis encontrava uma outra explicação para a reação do garoto, o que achava completamente normal, e uma das razões dele estar ali.

Ele acenou com a cabeça para Louis mais ainda receoso, decidiu que ia dar uma chance a tudo isso.

(...)

Os dias se passaram Harry não abaixava tanto a guarda, mesmo porque confiar nas pessoas não era seu forte. Na verdade confiar nas pessoas certas, mais com mais tempo, ele descobriria que com Louis era diferente. Ele ainda se sentia traído pela mãe, irmã e amiga, que vieram vê-lo mais tudo o que ele fazia era olhar para a janela ou brincar com os próprios dedos ou com os feixes de suas roupas, não falava nada e seria ate muito se ele abrisse a boca para soltar uns suspiros. Poderia ate dizer que se comunicava mais com o Louis do que com familiares mesmo.

Harry estava lendo um livro quando Louis entrou alegre em seu quarto se  jogando na cama ao lado do dele. Louis era assim, sempre se adaptava a maneira do paciente, era um bom ator diríamos, mais ele não fingia para os outros como podem estar pensando, mesmo profissionalmente, ele se importava com os seus pacientes, e assim era uma forma de ajuda-los que ele achava que resolvia melhor do que se os tratasse com mais restrição, e como tinha dito, queria ser acima de tudo um amigo de Harry, ganhar sua confiança para assim começar com seu objetivo, e ele começaria a trabalhar nisso hoje.

- O que está lendo? – perguntou entusiasmado ao outro que o olhava com a testa franzida. Harry apenas virou a capa do livro para que Louis lesse o título. – Hum, Se Houver Amanhã, Sidney Sheldon. Bom livro .. O modo que Tracy consegue se livrar dos crimes que cometeu, tudo porque no início foi acusada injustamente e colocada na prisão .. é bem interessante. – dizia Louis olhando o teto se lembrando do livro que já havia lido, mais fazendo só um pequeno comentário pois Harry ainda lia.  - Mas hoje, terá que deixar de ver como ela escapava todas  as vezes me forma incrível porque nós vamos fazer algo diferente. – dizia Louis com largos sorrisos nos lábios sentando na cama com um pulo. Ergueu as chaves de seu carro mostrando que sairiam da clinica. – Que tal .. darmos uma volta por aí?

Harry o encarava surpreso, não era permitido sair daquele local, não que ele estivesse com medo de algo acontecer com ele, talvez ele estivesse pensando mais em Louis, e em como ele se livraria se descobrissem que tirou um paciente.

- Não se preocupe, eu tenho autorização, para fazer o que quiser contigo Harry. – Não preciso dizer que o garoto logo pensou em  coisas maliciosas. Apertou os olhos para tirar essas coisas da cabeça, não era certo ter pensamentos assim em relação ao seu ‘amigo’ não é? Mais ele não podia evitar os pensamentos pecaminosos em relação as palavras de Louis, muito menos com aquele rosto tão lindo a sua frente, aqueles olhos azuis tão belos, e aqueles lábios finos rosados tão convidati... Tudo bem, isso não ta ajudando!

- Vamos a uns lugares hoje, quero te levar pra conhecer umas pessoas. – Dizia ele sorridente.

Mais em resposta, Harry o olhava com receio, balançando a cabeça negativamente.

- Vamos Harry, será divertido! – Louis se levantou e pegou uma muda de roupas da bolsa de Harry, que continuava sentado em sua cama com braços cruzados. – Não estou pedindo agora, estou falando que vamos. Vou esperá-lo do lado de fora, sim? – sorriu e deixou o quarto apontando para as roupas em cima da cama.

Harry suspirou, engatinhando ate a beirada da cama, avistando Louis pelo vidro da porta. Ele sorria para os que passavam. “Será possível que ele viva sorrindo?” Se perguntava. Logo levantou-se e vestiu a muda de roupa que foi separada, andou até o banheiro, e ajeitou o cabelo, jogando–o pra frente e passando a mão para ajeita-lo.

Saiu para o corredor e viu Louis a sua frente no celular. O corredor era no máximo sete passos um pouco largos de diâmetro, mais não ouvia muito do que Louis dizia, preferiu apenas observa-lo. Enquanto sorria mais largo, seus olhos quase se fechavam, o jeito que franzia ate o nariz, fazendo uma expressão fofa. Louis se virou pra Harry e logo desligou o telefone acenando pra ele o seguir, tirando o menino de seus pensamentos.

(..)

Louis acompanhou Harry ate seu carro, abrindo a porta do passageiro para o mesmo, que corou com a ação, entrando no veiculo de cabeça baixa. Louis rodeou o mesmo logo entrando e dando partida no carro saindo dos arredores da clinica.

Harry olhava a rua pela janela. Já estava na clinica a duas semanas e o mais próximo que chegava ao lado de fora era no jardim. Fora isso começava a se esquecer como era um lugar movimentado, por diferentes pessoas todos os dias, e onde andavam normalmente sem estarem presas no local.

- O que quer fazer primeiro Harry? – pediu Louis olhando para o garoto, que ainda estava pensativo, e este o respondeu com um dar de ombros.

- Não é legal ficar num monologo Harry. – disse com uma voz mais triste , chamando a atenção do garoto, fazendo um bico que o fez rir.

- Tudo bem. – sua voz era rouca e calma – mais escolha você o lugar okay? – disse com um meio sorriso , recebendo um sorrisão de Louis, satisfeito.

- eu estava pensando em te levar num daqueles grupos que se reúnem durante a semana só pra conversar.- batucava o volante, nesse momento o carro já estava parado, ele só esperava ma resposta.

- Está me tratando como criança.Diga logo que me levara num grupo de autoajuda, igual o da clinica. – A voz de Harry era dura e ele revirava os olhos – Desculpe, não queria soar dessa maneira.

- Tudo bem, é que você não ficou muito confortável lá, e nem as pessoas que faziam com você né – Harry riu ao lembrar de quando foi obrigado a ir num daqueles encontros, no qual alguns ele simplesmente tirava o dia pra perturbar a cabeça das pessoas mais ainda por pura implicância, e em outras simplesmente ficar com a boca fechada só mexendo em seus dedos. – E eu pensei que te levando num local onde não conviva com as pessoas seria mais fácil.

- Acha mesmo que eu ficaria mais confortável pra falar de mim com pessoas que eu nunca vi na vida ? – a ironia era presente em sua voz, ele riu debochado e voltou a fitar a calçada.

- Mais e você? Acha que se fosse colocado num lugar com pessoas que te conhece, que já tem uma imagem formada sua, conseguiria se mostrar outra pessoa totalmente diferente? Se sim, porque nunca se abriu com sua mãe? Ela sempre estava lá pra você, e nunca ouviu que o filho também tinha problemas! – falou olhando pra Harry assumindo uma expressão seria.

- Não é simples assim, você devia saber! – disse emburrado, por perceber que talvez Louis podia estar certo. – Mais nenhuma mãe quer ouvi que o filho tem problemas, principamente os que eu tenho.

- Então não reclame dos meus métodos okay?! – pediu já com a expressão seria fora de seu rosto. – E acho que ela adoraria que conversasse mais com ela, mesmo que não expondo tudo o que te assombra, ela gostaria de saber que você confia o bastante nela, pra ter algum dialogo. Ela ficaria do seu lado.

- Não tem como saber disso.

-Tem razão, mais talvez eu já tenha passado por algo como você, e eu meio que saiba o resultado.

Harry olhou confuso pra ele, que sorriu  girando a chave na ignição, recomeçando a viajem, logo parando em frente a uma grande construção.

- Quero te apresentar algumas pessoas Harry.

 Louis não havia levado Harry até ali só pelo simples fato de ter achado que ele não se daria bem com as pessoas da clinica, na verdade isso era uma desculpa. Ele queria mesmo era trazer o menino para fora daquele ambiente, e apresenta-lo a outras pessoas. 

am·big·u·ous | Larry Stylinson editingWhere stories live. Discover now