Capitulo tres

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Louis caminhava pelo largo corredor sorrindo e cumprimentado todos que via, ele simplesmente sabia o nome de todos que estavam ali, sabia dos que tinham passado e os que continuavam. Ele trabalhava ali desde a época de estágio e nunca mais saiu. 

Seu ultimo paciente de estado critico mental, havia a pouco tempo deixado a clinica, o tratamento seria em casa agora, seu estado com certeza estava bem melhor.

Agora ele tinha outro paciente, um adolescente com pouca diferença idade entre eles, mais isso eram só números. No momento, ele ia em direção ao refeitório, só uma parte dos pacientes estava ali para se alimentar a outra viria logo em seguida. Era medidas que tomavam para não haver tanto transtornos. O paciente de Louis estava junto com esses, e ele por hora só observaria o garoto. 

Logo avistou a porta do refeitório, que tinha a parte de cima transparente, varrendo os olhos pelo local, avistou um garoto de cabelos encaracolados com a cabeça baixa remexendo o prato de comida intocada a sua frente. Ele usava roupas largas, uma camisa com mangas longas e uma calça moletom. Só ele tinha a roupa cobrindo todo o corpo. Sabia que era ele o menino, mesmo se não estivesse com sua ficha em mãos, duvidava que não o reconhecesse se não tivesse, pois ele era o único afastado, boa parte dos outros estavam acostumados a convivência, estavam digamos, enturmados. Louis assentiu como que para ele mesmo e dei meia volta indo em direção ao outro corredor que dava para o quarto de Harry. Pegou a chave que estava em seu bolso e adentrou o local. Sim, ele tinha a chave do quarto de Harry, mais isso já era normal por ali. Ele observou o local, não mudou muito do que realmente é, os outros com o passar do tempo adaptavam o quarto a sua maneira, mais o garoto não, estava exatamente como quando ele havia chegado, não que fizesse tanto tempo assim, o ele tinha chegado a pouco mais de dois dias, dois dias e algumas horas para ser mais exato, mais mesmo suas roupas não estavam no armário. Talvez ele tinha esperança de sair rápido não é? 

O sinal sinalizando o fim do almoço tocou e Louis se sentou na cadeira que tinha ao lado da cama a espera do garoto e olhava para o jardim, onde os que acabavam o almoço sempre iam. Sua mão suava e seu pensamento era de que talvez esse fosse diferente dos outros. E ele estava certo não é, mais isso ele ainda não sabia.

(..) 

Harry via todas as pessoas se levantando e caminhando para fora do refeitório, olhou para sua mesa e viu sua comida toda em seu prato. Na verdade, não sabia o por que de ter saído do quarto. Não sentia um pingo de vontade de fazer nada. Ele esperou um pouco das pessoas saírem, não eram tantas, mais preferiu sair sem tumulto. Ele andava pelos corredores como se estivesse a passeio em um parque, pois era tudo aberto, só que ainda sim se sentia sufocado só de olhar as grandes grades que rodeavam a quadra. As pessoas seguiam para o jardim, que rodeava a grande construção, era o tempo de recreação. Harry reparava que algumas sentavam nas sombras das árvores com livros, outras sentavam em rodas e cantavam junto com o som dos violões, a maioria eram jovens, como ele. Ele encontrou um banco vazio e sentou-se lá, imaginando as razões para eles estarem ali, não pareciam com raiva ou magoa de estarem naquele lugar, talvez já estivessem a bastante tempo, tendo que se conformar com o que aconteceu. 

Ele se inclinou apoiando os braços em suas coxas, na parte onde os cortes que havia feito não eram tão recentes e isso deu o que pensar sobre o que aconteceu com ele. Ele estava ali simplesmente porque estava no lugar errado, na hora errada, e principalmente .. porque conheceu a pessoa errada. Ele sofria muito por isso. 

Bom, era o que ele pensava não é “Estou aqui só por isso”. Mais não era por aí. Tinham acontecidos coisas que ele não tinha ideia. 

E enquanto o garoto de cabelos encaracolados pensava em tantas outras coisas que puxavam a outro pensamento, Louis estava em seu quarto, olhando o garoto pelas grades da janela.

(..)

Depois de um tempo ao ar puro, seguia para o corredor de seu quarto, mesmo podendo ficar no jardim, preferia ir ao quarto.

Entrou no local suspirando e passando a mão pelos macios cachos, levantando a cabeça e se deparando com um ser em seu quarto. Arregalou os olhos e abriu a boca mais sem dizer nada. 

Louis se levantou com um sorriso nos lábios fitando Harry parado em frente a porta. 

- Desculpe nos encontrarmos assim Harry. – disse Louis contornando a cama que os separava olhando diretamente nos belos olhos verdes de Harry. 

- Hm .. quem é você? – Perguntou Harry meio desconfortável depois de perceber que o cara a sua frente o encarava já havia um tempo. 

- Ah é .. Primeiro sente-se sim – Louis pareceu acordar de seu transe e se apresentou – Meu nome é Louis, Louis Tomlinson, e bom eu serei seu psicólogo, seu acompanhan..

- Não preciso de um psicólogo. – interrompeu Harry falando meio grosso Louis que já estava acostumado com esse tipo de tratamento no começo.

- Bom, mais acima de tudo, eu serei seu amigo Harry, isso tudo mundo precisa não acha? Um amigo é sempre bom. 

- Não preciso de amigos também, preciso sair daqui, é disso que eu preciso. – disse saindo do campo de visão do outro e indo em direção a janela. 

Louis caminhou novamente para a cadeira e se sentou. 

- É sempre assim Harry, e eu não me importo. Eu não sei o que se passa nem a metade com você, e estou aqui para isso, para te ouvir quando quiser. Mais terá que aceitar, quanto mais difícil você deixar toda essa situação, mais tarde sairá. – Louis afirmou com o corpo inclinado para frente e mexendo em seus dedos em seguida olhando pelos cílios Harry se virar e o encarar com uma expressão mais suave.

am·big·u·ous | Larry Stylinson editingOnde as histórias ganham vida. Descobre agora