Um pequeno gatinho branco no meio da neve

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Um pequeno gatinho branco no meio da neve. Graças ao seu pelo branquíssimo ele quase desaparecia no cenário, apenas seus olhos se destacavam, um lindo azul. Me levantei para ver melhor. Sério...que delineado era aquele? Dava inveja só de olhar.
- Como você fez isso? - Tinha esquecido completamente de sua antiga forma. Dei um passo para a frente e ergui um braço mas logo me arrependi, seus olhos ficaram mais afiados como se examinassem cada movimento meu. Congelei com o braço suspenso no ar. Depois de alguns segundos seus olhos suavizaram e ele se sentou, ainda me olhando.
- Pode se sentar. Não mordo.......não você - Uma linda voz feminina ecoou no lugar, só depois de alguns segundos que percebi.....a voz saia da criatura - Apenas me assustei antes, não pensei que ia andar na minha direção tão rápido.
O gato tava.....falando? Como assim gente.
- Você tá falando?....como?
- É uma explicação bem longa. Resumindo, eu faço parte de uma raça extinta. Já fui chamada de muitas coisas.... Dragão... Grifo.... Monstro. Mas na verdade eu sou um Nidre. Nós existimos desde antes dos dinossauros mas acabou que fomos morrendo não sei por que, e hoje só existem dois de nós.
- Tá... mas o que exatamente é um Nidre?
     Por que tava achando isso tão normal? Eu tava falando com um GATO
- Pode falar que somos metamorfos. Porém, todos temos nossas formas originais e apenas alguns de nós podem se transformar em humanos, a maioria só consegue virar animais. Os que podem se transformar em humanos vem com uma tarefa, meio que nascem com uma obrigação na vida. Não se pode desviar dessa obrigação mesmo que queira. Temos atributos onde somos melhores, eu sou rápida mas não muito forte. Uso a rapidez ao meu favor.
- Ann....tá. Acho q entendi. Você e uma daquelas especiais? Que pode se transformar em humano e tem uma tarefa a cumprir.
- Exatamente.
Gente....falar com um gato desse jeito...tô ficando doida.
- Você não me falou seu nome.
- Eu não tenho.
- Como assim não tem? Todos tem um nome.
- Quando nasci eu perdi minhas memórias...da minha mãe....família....lar. Não me lembro de nada. Só sabia o que tinha que fazer a partir daquele momento. Sabia minha obrigação.
- Que é....?
- Te proteger.
- Me proteger? Eu nem te conheço direito e já quer ser minha guarda-costas?
- Eu sei...é meio estranho. Eu nem sei o seu nome, só sei que tenho que te proteger com minha vida. Foi por isso que nasci. Esse é meu propósito. Eu esperei por você. Quando usou seus poderes pela primeira vez me acordou e eu fui te procurar, demorou um pouco mas consegui chegar. Afinal, eu ainda não me liguei a você e por isso não fazia a mínima ideia de por onde começar.
- Ligar? Como assim se ligar a mim?
- Quando nos tocarmos pela primeira vez, você no seu domínio e eu na minha forma original, vamos nos ligar. Não sei muita coisa sobre isso. Só sei que para minha missão começar de verdade eu tenho que me ligar a você.
- Eu sinto muito. Não te conheço, e não sei o que vai acontecer nessa "ligação". Não posso sair por aí me ligando a qualquer um.
- Eu entendo. Também estou meio receosa.
- Vamos nos conhecer um pouco, ah...e você poderia parar de ser um gato? É meio estranho.
- Claro - Uma fraca risada saiu de sua boca....focinho? Era doce, assim como sua voz - Quer que eu vire humana?
- Sim! Ia ajudar bastante.
Seu corpo começou a brilhar novamente e ele começou a crescer tomando a forma de um humano. Uma mulher maravilhosa usando apenas uma fina camisola marfim apareceu.
- Eu achava que você era homem - Mesmo com a voz feminina, Ainda achava que era homem.
- Quando dei a entender isso? Sou fêmea - Ela riu, mostrando o seu sorriso lindo - Eu não consigo ficar muito tempo nessa forma.... ela exige muita concentração.
- Ok, vamos fazer isso rápido então. Primeiro de tudo. Temos que lhe dar um nome.
- Hum.... Não faço a mínima ideia de um nome.
- Tem que ser um nome lindo. Deixa eu pensar - Olhei para o céu esperando uma inspiração.
- Sophia?
- Nah....Abigail?
- Não.....
- Valentina?
- Meio grande...queria um nome curto é fácil de falar.
- Geralmente tenho muita criatividade, mas agora deu branco.
- Haha em mim também - Olhei para ela enquanto ria.... seu sorriso era lindo, me dava uma paz que poderia olhar para ela assim pelo resto da minha vida. Nem percebi que também tinha aberto um sorriso - Tá rindo do que?
- Nada. Vamos voltar ao assunto....Ah é, uma última pergunta.
- Sim?
- Você falou que perdeu a memória, como sabe o que você é.
- Assim como eu sei da minha missão, sei do básico sobre minha espécie.
- Entendi...
- Estou sem ideias.
- Kiná? É o nome de uma garota de um anime que eu vi.
- Não gostei muito não...
- Ana?
- Muito comum.
- Já sei. Lea?
- Gostei. Simples, pequeno e pratico.
- Sim, agora seu nome é Lea.....hum...Comida favorita?
- CARNE! Eu amo carne. Qualquer tipo eu como.
- Sem ofensa, mas eu acho q isso já era esperado de um animal.
- Sim. Haha.
Estava escurecendo, o dia acabando e com ele minha conversa.
- Você pode...me mostrar a sua verdadeira forma?
- Eu não tenho problema com isso, mas você provavelmente vai se assustar. E não esquece, não podemos nos tocar.
- Me assustar? Agora tô curiosa.
- Ok, eu avisei. Lá vai.
Seu corpo voltou a brilhar e começou a aumentar....aumentar e aumentar. Devia já ter uns dois metros. Era um animal de quatro patas e de dois metros, aumentou mais um pouco, deixando com uns dois metros e meio. Eu olhava para cima maravilhada até que a luz desapareceu. Não conseguia me mover, falar, nem mesmo respirar. A aura que esse ser exalava estava me esmagando, me comprimindo até que não existisse mais. Ela mostrava um poder, liderança, perigo. Conseguiu, sem fazer nada, deixar a filha de uma deusa incapaz de se mover. Ela era....perfeita. Com seu pelo preto e azul, se destacava na neve branca, o sol queimando em laranja se punha atras dela, a deixando mais linda e imponente.

 Com seu pelo preto e azul, se destacava na neve branca, o sol queimando em laranja se punha atras dela, a deixando mais linda e imponente

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Que sensação é essa? Que desejo de toca-lá é esse? Eu não consigo.....controlar. Andei até ela com passos lentos e a mesma abaixou sua cabeça. Parece que sente o mesmo.
Levantei minha mão, já estava a centímetros de sua testa. A toquei.
Foi a coisa mais estranha e gostosa que já vivi. Seu pelo era macio de um jeito que podia dormir lá pela eternidade, seu cheiro era de lavanda, que me acalmava a cada respiração. Ela abriu seus olhos e eu os olhei, o turquesa mais lindo existente. Depois de nossos olhares se cruzarem foi aí quem aconteceu.
Eu estava vivendo suas memórias. Ela tinha nascido em algum lugar duzentos anos atras, quando completou cem anos de idade recebeu sua missão....essa voz... era minha mãe? Minha mãe que tinha passado essa missão para ela? Vamos ter o que conversar no próximo sonho. Logo depois de falar com a Deusa ela procurou um lugar calmo, se deitou e adormeceu. Permaneceu assim por duzentos anos. Até o dia em que congelei a cabana no meu ritual. Ficou dois anos me procurando e me achou hoje. Podia sentir o que ela sentiu quando me viu... uma mistura de medo, admiração, confiança e respeito. Sabia sua opinião sobre mim, o que ela tinha pensado da nossa conversa. Eu era ela, sabia de tudo. Tinha perdido cem anos de memória, não foi fácil isso. Quando acordou entrou em desespero por não se lembrar de nada, ficou triste por não se lembrar da sua família....seus pais.
Nos separamos e ficamos encarando uma a outra por um tempo.
- Eu posso matar seus pais? - Ela disse, quebrando o silêncio.
- Pode, eu ajudo se quiser. Mas eles são difíceis demais de alcançar - Sorri...um sorriso triste é olhei para o céu - Você dormiu durante duzentos anos?
- É....
- Parece que tenho uma velhota do meu lado - Rimos.
- Velhota? Eu seria só cem anos mais velha que você, já que você nasceu duzentos anos atras. Quem é a velhota agora?
- Ainda você - Rimos.
- Você sabe....que tem muita coisa para acontecer ainda, não é?
- Eu sei... mas nesse momento quero só viver um dia de cada vez... me controlar e descobrir quem eram aquelas pessoas do meu ritual.
- Eu vou te ajudar.
- Vai me ajudar....mesmo?
- Sim. Eu vou ficar com você por todo caminho. Nunca vou te abandonar.
- Isso parece meio estranho...até no banho?
- Sim - Ela me olhou com um olhar malicioso - Mas agora falando sério. Não posso e nem vou te largar, vou te servir e ser o que você precisar.
- Não quero que me sirva - Ela me olhou surpresa - Quero que sejamos amigas.... que você seja minha irmã, pois a verdadeira eu não amo. É isso o que eu quero. Que confiemos uma na outra incondicionalmente, eu não mando em você, vou te ajudar em qualquer coisa que queira. Agora...somos uma família.
- Família.... sim... agora faço parte da sua família - Uma lágrima saiu de seu olho. Eu sei o quanto ela valoriza a família, o quanto ela sentiu quando perdeu as memórias da sua.
Abracei sua cabeça e encostei minha testa na dela.
- Eu nunca vou te abandonar Lea. Vamos botar pra quebrar juntas.
- Arrebentar a cara de geral.
Sorri. Ela também sorriu com seus dentes afiados. Não tinha medo dela. Ela era minha família, não devemos temer a família. Devemos amá-la com todo o coração. Era isso que eu ia fazer. Vou ocupar toda a tristeza de seu coração com memórias felizes. Com amor.
- É isso aí.


OI GENTEEE
Esse deve ter sido um dos maiores capítulos. Tentei fazer esse maiorzinho pra compensar as semanas sem postar.
Gente, da uma passada no perfil da minha friend Yaromo-san os livros Descendentes da Luz e Agente R.R são maravilhosos.
Espero que tenham gostado.
Comentem, votem e PLISSS passem para os contatinhos.
Desculpa qualquer erro
Até o próximo cap.
Bezu.

A Menina De GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora