Capitulo 2

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Eu consegui magicamente não cruzar com o trio das "populares" durante o dia inteiro, ainda não sei como consegui essa façanha, porque parecia que elas me procuravam não importa onde, só para tornar a minha vida um inferno.
Depois de sobreviver a mais um dia de escola, eu estava andando pelas ruas de Mistrass ( Capital do PTEC ), acabei ficando até um pouco mais tarde na escola porque tivemos mais uma palestra sobre o perigo dos Maliak ( pessoas modificadas pela epidemia que usavam suas diferenças para matar humanos sem nenhum motivo aparente).
Mas então eu vi.
Um grupo de Potestatem estava no final da rua, rindo, se divertindo e aproveitando a vida, coisa que eu não sabia como era.
Não era difícil de se identificar um Potestatem, eles emanavam uma aura mas brilhante do que as dos humanos. E não, eles não são considerados humanos, mesmo que tenham a mesma aparência ( na verdade, eles eram bem mais bonitos ), eles tinham o tempo de vida bem maior que o nosso, não eram imortais, mas viviam bem mais que nós eles eram mais rápidos, resistentes e inteligentes.
Dava para diferencia-los também pelo uniforme da escola Bloody cross. O uniforme deles era apenas uma jaqueta preta de couro com o símbolo da escola que era um círculo formado por galhos dourados, uma rosa vermelha que sangrava, fazendo com que os galhos ficassem um pouco manchados de sangue e na frente dessa rosa tinha uma cruz que, como linha vertical, tinha uma adaga prateada de cabo preto. Essa jaqueta era a unica coisa que eles precisavam usar na escola, o resto da roupa era de escolha própria.
Nesse grupo de quatro pessoas tinha uma garota com longos cabelos pretos e lisos, pele branca e olhos puxados, a mesma usava um vestido florido azul escuro com sapatilhas preta. Uma outra garota de cabelo curto preto e olhos redondos e verdes estava usando uma saia vermelha colada no corpo e curtíssima com um croppet branco e sapatilhas brancas de lantejoulas. Os dois garotos ao lado delas eram gêmeos idênticos, tinham cabelo liso castanho e olhos pretos, os dois usavam um sapato preto, calça jeans também preta e a mesma blusa, porem, uma era amarela e a outra era verde.
     Todos usavam a jaqueta da escola e se mostravam superiores a todos ao seu redor, desdenhando e fazendo piadas com as outras pessoas, apenas por elas serem humanas e eles Postatem.
Quando o grupo se aproximou um pouco mais, o menino de amarelo me olhou assustado e apontou para mim, seus amigos me olharam também assustados e todos falaram ao mesmo tempo.
- Aureum animae - E saíram correndo na direção oposta à mim.
- O que? ... Mas que gente estranha - Falei e continuei meu caminho em direção a minha casa.
Quando cheguei em uma rua estreita e escura, senti novamente aquela sensação de estar sendo observada, o pânico me invadiu e eu apertei o passo, já podia ver a rua principal, as luzes, carros e pessoas. Eu me apressei para chegar lá o mais rápido possível porém os passos estavam mais rápidos que eu.
Eu comecei a correr com todas as minhas forças e senti uma mão em um dos meus ombros, mas, graças a Deus que, nesse mesmo momento, eu cheguei na rua e corri para o lugar mais iluminado e com mais pessoas, consequentemente, com muitos policiais. Eu comecei a procurar algum oficial para contar o que tinha acabado de acontecer, porém algo dentro do meu coração não me deixava chamar alguém, eu queria desesperadamente achar alguém, quando um policial viu a minha cara de desespero ele foi até mim, colocou a mão no meu ombro e disse:
- Está tudo bem senhorita? - ele fez uma cara de preocupação.
Eu ia responder, contar tudo o que aconteceu, mas algo dentro de mim me fez falar:
- Está sim, eu só acabei correndo um pouco demais porque estou atrasada para a hora do jantar - Ri tentando acalmar o oficial, ele logo fez um sorriso, porque eu estava tentando acalmar o policial?! Eu que precisava de uma Maracugina urgente, e estava lá acalmando outra pessoa enquanto eu mesma mal conseguia respirar.
- Ah sim, claro. Tomara que consiga chegar a tempo lá, tenha uma boa noite - O oficial falou e foi se afastando de mim.
- Obrigada, para o senhor também - Disse antes que ele não conseguisse mais me ouvir. Ele se virou e acenou com um sorriso, se distanciou cada vez mais até desaparecer na multidão.
Eu resolvi pegar um táxi, mesmo que adorasse andar, aquele incidente me assustou demais, depois de uns dez minutos o táxi chegou e me levou em casa. Minha casa ficava em um dos melhores prédios da cidade. Meus pais me emanciparam, mas não ia cair bem para eles abandonar uma filha sem nada, então eles pagavam todas minhas despesas, o que, para eles, não era nada mais que apenas trocados.
Era um apartamento dúplex, na parte de baixo da casa tinha a cozinha, sala, sala de cinema e biblioteca, na parte de cima tinha quatro quartos, todos muito grandes, com banheiro próprio e closet. A casa era bem moderna, pedi ajuda para decora-la para um amigo do meu pai que só me ajudou porque ofereci muito mais dinheiro do que normalmente o pagam, tenho que admitir, ele fez um ótimo trabalho mesmo não gostando de mim, afinal, eu era uma Brok, cairia mal para ele se não fizesse um bom trabalho para alguém da falmilia Brok.
A sala era bem grande, branca e com móveis geométricos pretos e vermelhos, junto com uma lareira bem em frente e uma pequena estante de vidro, que guardava alguns livros. No lado direito da sala tinha a escada de vidro que dava para o segundo andar e uma porta que dava na sala de cinema, o cinema era bem equipado, cada cadeira tinha o tamanho de três de cinema normais e a tela de cinema ocupava uma parede inteira. No lado esquerdo da sala tinha a porta que levava para a biblioteca, este cômodo tinha pé direito duplo e as estantes brancas com prateleiras de vidro iam até o teto, escadas q andavam horizontalmente estavam paradas em todas as paredes, no chão, um tapete preto chamava nossa atenção, puffs e cadeiras pretas estavam espalhadas pela sala e almofadas colorias estavam jogadas por todo lado ( eu gostava de mudar de lugar enquanto lia e acabava fazendo bagunça hehe ). A cozinha tinha materiais de ponta, uma ilha vermelha com cadeiras altas pretas ficava no meio e ao redor bancadas brancas com a parte de cima preta, os eletrodomésticos eram todos escovados e tinha de tudo, de cafeteira até desidratadora. Em um dos cantos da cozinha tinha a porta para uma despensa lotada de todas as minhas coisas favoritas.
Quando entrei já fui logo recebida por Anne, um robô doméstico, ela tinha pele e cabelos sintéticos, para se parecer mais como um ser humano e era encarregada de arrumar a casa todos os dias e fazer a comida, eu só não deixava ela arrumar a biblioteca, pois adorava a minha bagunça, era confortável e aconchegante.
- Olá Lua - configurei ela para me chamar assim, não gostava de formalidades.
A um tempo atrás conseguimos inventar a inteligência artificial, com ela poderíamos conversar com robôs como fossem humanos e eles podiam desenvolver até mesmo sentimentos, porem, uma inteligência artificial era cara então nem todos podiam ter, eu até poderia comprar uma, se meu pai não tivesse falado com todos os fabricantes para não me vender nada que envolvesse inteligência artificial. Eu não podia ter nem uma amiga robô? Ninguém para pelo o menos falar comigo sem me olhar com desprezo, ninguém para que eu pudesse chamar de amiga?! Pelo o visto ele não queria mesmo que eu fosse feliz, mesmo quando estava longe dele ele fazia questão de assegurar a minha infelicidade.
- Olá Anne, o que temos para o jantar hoje? - Disse jogando minha mochila em um dos sofás e indo em direção à cozinha.
- Macarrão com queijo e de sobremesa, o seu favorito, pão de mel caseiro - ela me seguiu para a cozinha e esperou eu sentar para começar a servir a comida.
- Obrigada.
Comecei a comer, Anne realmente sabia cozinhar, até porque eu comprei uma personalidade extra para ela, chef de cozinha. Eu comi rapidamente para chegar na minha parte favorita. Os pães de mel estavam divinos como sempre, eu comi uns 10 seguidos e guardei os outros para depois.
Eu me lembrei do que tinha acontecido hoje na volta para casa, mas não falei para Anne por dois motivos. Primeiro porque ela não é programada para responder a esse tipo de coisa, pois ela só tem configurações de empregada e não conhece o que significado de perigo, segundo porque eu sentia que não deveria contar para ninguém sobre isso.
Eu me levantei e Anne já começou a limpar as coisas e a guardar tudo, quando passei pela sala minha mochila já não estava mais lá.
- Anne, cadê a minha mochila?
- Eu a levei para o seu quarto enquanto você jantava. Também já a arrumei para a sua aula de amanhã.
- Ah, obrigada.
Eu entrei no meu quarto, a minha cama ficava no centro e tinha lençóis vermelhos com travesseiros brancos e alguns pretos, tirei a minha roupa, joguei ela na minha cama e fui em direção ao meu banheiro, nele existia uma grande banheira para 5 pessoas e um chuveiro que também jogava jatos de água pelas paredes. Eu me virei para a pia de vidro e lavei minhas mãos, depois, antes de entrar na banheira eu me olhei no espelho, eu sabia exatamente minhas medidas, busto 85 cm, cintura 47 cm, quadril 90 cm, 1,78 de altura e 55kg de peso.
Eu tinha algumas cicatrizes pelo meu corpo, a maior delas era uma no meu quadril, do lado esquerdo, eu consegui aquela cicatriz quando eu me joguei em um rio cheio de pedras e com forte correnteza para salvar um gatinho branco que minha irmã tinha jogado no rio para ver morrer, eu acabei no meio de muitas pedras e bati muito forte em uma, fazendo um enorme rasgo que continua até hoje. Outra dessas cicatrizes era no meu antebraço, que foi quando briguei com minha irmã que queria o meu pedaço de torta de morango mas eu negava lhe dar, com raiva, ela pegou um vaso de vidro e jogou contra mim, quando ele se quebrou acabou fazendo um rasgo profundo, que me fez levar dez pontos. Outra cicatriz era uma na minha perna esquerda, na área da batata, essa foi porque, um dia, eu fui ao estábulo da minha casa para andar um pouco a cavalo e vi meu pai com um chicote batendo em um dos cavalos, pois o cavalo sem querer jogou um pouco de terra no seu sapato. Quando eu gritei pedindo que ele parasse de machucar o animal assim ele disse " Eu prometi das vinte e cinco chibatadas neste animal estupido, já foram quinze, agora você irá receber as outras dez por ele ", ele me segurou com força e bateu dez vezes com o chicote no mesmo local, que fez com que abrisse um rasgo em minha perna. A última cicatriz era no meu tornozelo direito, essa aconteceu quando eu estava tentando pegar uma boneca no meu armário, só que ela estava muito alta, e por isso, peguei uma cadeira de madeira para me ajudar a pega-la, quando estava quase conseguindo, minha irmã chutou a cadeira com muita força, fazendo uma de suas pernas entrar no meu tornozelo quando eu cai no chão. Todas elas foram causadas por aqueles monstros que eu era obrigada a chamar de família.
Depois de tomar um banho relaxante eu fui em direção a minha cama, que já estava arrumada para eu dormir, obra da Anne.
     Eu me deitei e tentei esquecer tudo que aconteceu hoje, porém foi difícil esquecer o desespero que senti e por isso  tive um péssima noite de sono.
Mas eu não sabia o que me esperava no próximo dia de escola.

OIIIII, então, o que estão achando da história até agora?
Como eu já disse antes, essa é minha primeira história e gostaria de saber como tá ficando, eu já pensei em muita coisa e acho q vai ficar bem legal. Desculpa qualquer erro porque quando fui revisar era umas três da manhã kkkkkk
Como eu acabei de entrar de férias vou tentar escrever mais, mas eu não tenho rotina não, pode ter semana que vai sair cinco capítulos de uma vez, outras vão sair poucos. Eu vou tentar não deixar nenhuma semana sem capítulo, só que sempre existe aqueles dias sem inspiração né kkkk
Espero que tenham gostado até agora, ainda tem muita coisa para vir

A Menina De GeloWhere stories live. Discover now