CAPÍTULO 22

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Sem revisão




- Então, como foi o seu primeiro dia de trabalho? – Pergunto sentando no sofá com uma xícara bem quentinha de café.

Bella acaba de chegar do trabalho, se joga na poltrona ao meu lado e se esparrama toda. Antes de ir ela estava um poço de nervosismo. Acho que trocou de roupa umas cinco vezes antes de decidir voltar com a primeira opção.

- Foi ótimo! O chefe é um espetáculo de homem, todos foram bem receptivos e minha sala é sensacional.

- Já está de olho no chefe né safada? – Jogo a almofada nela, que desvia e rir.

- Não sou cega, meu amor! – Pisca pra mim.

Só Isabella para ficar tarando o chefe logo no primeiro dia de trabalho. Eu não sei o que fiz pra ter uma irmã tarada assim!

- E como foi o seu dia hoje no point dos médicos gatos de Seattle vulgo St. Grace?

- Point dos médicos gatos? Só você mesmo Isabella! - Balanço a cabeça negativamente rindo enquanto tomo um gole do meu café – Foi ótimo. Corrido e cansativo, como sempre.

- Essa vida de médico. – A safada debocha na minha cara, fazendo até careta. – E você e o Henry? – Pergunta toda curiosa, apoiando a cabeça no braço do sofá.

- Estamos bem. Não nos vimos direito hoje por conta da correria, mas ele invadiu meu consultório antes de terminar o plantão dele. – Sorrio ao lembrar a invasão e do quanto prazerosa ela foi. Ah se aquelas paredes falassem...

- Acho vocês tão lindinhos. Dá até vontade de ter um namorado. – Suspira dramatizando – Mas ai eu lembro como homem dá dor de cabeça depois de certo tempo de convivência e vejo que é melhor estar solteira mesmo.

- E sair tarando novo chefe.

- Ai que espetáculo de chefe! – Ela se abana e eu não aguento, gargalhando alto.

Ficamos mais um tempo sentadas no sofá conversando sobre nossos dias, rindo dos detalhes infames que ela me dava sobre o terno do chefe, "feito sob medida para o corpo escultural daquele homem", até que Quel chegou trazendo duas pizzas. Agradeci aos céus por isso, pois não estava nem um pouco a fim de cozinhar ou mover um dedo pra jantar fora. Hoje foi um dia e tanto no hospital, cheio de consultas e para completar o pacote uma reunião mensal que leva horas, além de ser super tediante. Por sorte o Mark também estava lá me fazendo segurar o riso com seus comentários maléficos e irônicos, sem falar que sempre quando eu estava quase cochilando ele me dava um beliscão.

Posso dizer que de todos os meninos o Mark é o meu favorito. Ele se tornou um irmão mais velho que sempre quis ter. Ele tem aquele jeito todo cafajeste de ser, mas esconde um coração e tanto. O Thomas é mais na dele, porém é muito engraçado e carinhoso. Sem falar que o cara merece um prêmio pela sua persistência, pois não é qualquer um que consegue ficar tanto tempo em cima da Quel sem nem mostrar sinal de desistência. O Phillip é um amor! Ele é um cara doce e cuidadoso, mas ao mesmo tempo é duro quando precisa ser. Ele é o cabeça do quarteto, o "paizão".

Pensando neles agora, percebo o quanto eu sou grata por ter cada um desses caras em minha vida. Eu nunca fui muito boa em ter amizade com homens, mas com eles foi algo tão natural que hoje é impossível me ver sem as brincadeiras, provocações e conversas deles. Seja na hora do almoço no hospital, no corredor ou quando saímos em grupo. Eles, junto com o Henry e as meninas são a minha família da vida.

MOVIDOS PELO DESTINOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora