Chegando ao fim

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-Vamos precisamos passar em mais um lugar ainda. Diz Bryan decidido a acabar com todos nossos fantasmas em um só dia.
Gostaria de ter pelo menos uma pausa disso tudo, só que infelizmente não dá.

-Calma antes de ir preciso de um café urgente! Me levanto indo em direção ao elevador, mas ai me lembro que aqui não é a empresa que costumo estar, entao não sei onde ficam as coisas. -Mas primeiro você tem que me dizer onde fica sua cafeteira. Me viro para encara-lo.

Ele me dá um sorriso de canto de boca, e também se levanta indo em minha direção.

-Fica aqui na minha sala mesmo, sou muito viciado em café, então pedi para colocarem uma aqui na minha sala.
-Vamos eu preparo um pra gente.

O sigo ate a outra extremidade da sala e vejo que tem uma porta lá, ao abrir me deparo com uma sala pequena, com uma geladeira, micro-ondas e uma pequena mesa onde se encontrava a magnífica e linda cafeteira. Meus olhos brilham só de ver aquela belezura.

-Quem dera tivesse uma dessa na sua outra sala hein, nao ia sair nunca de perto dela. Digo brincando.

-Podemos providênciar se voce quiser. Bryan diz sem nem se importar muito, logico pra ele tudo é sempre fácil assim. Se ele quer, ele manda e a coisa acontece. Pessoas ricas e suas ordens... Não eu nao me considero uma pessoa rica, mesmo que meu marido seja. (Louco eu sei).

-Tendo uma na nossa casa ja esta otimo amor, depois a gente vê esse negócio da empresa.

Bryan parece bem acostumado com a maquina e em poucos minutos já estou com a minha xícara de café em mãos. A o doce cheiro de cafeína, como eu amo isso!

-Você não quer voltar pra lá, não é?  Ele perguntou um pouco desanimado.

-Não é isso, eu só queria poder trabalhar em um lugar onde meu marido não seja dono, quero fazer meu próprio negócio, conquistar  minhas coisas sozinhas, você entende?

Na verdade nem eu mesma entendo muito bem essa minha paranóia de não querer ser uma dependente dele, o certo seria administrar as coisas junto dele. Mas não me vejo dessa maneira, tudo ja está conquistado, seria muito simples chegar lá e só mandar. Quero ter minhas conquistas, me orgulhar dos meus esforços para ter algo.
Chegar e casar com alguém rico, e ficar rica da noite pro dia é fácil demais, casei com ele sabendo das suas condições, mas não são elas que me farão ser diferente do que era antes.

-Ou seja não quer trabalhar comigo. Ele deposita sua xicara de café vazia na mesa, e sai andando para fora da sala.

Antes de ir atras dele, eu encho novamente meu copo com um pouco mais de café, e sigo falando atrás dele igual uma tagarela.

-Você entendeu o que eu quis dizer, só está com o orgulho ferido por eu querer ser independente... Eu amo trabalhar com você, mas quero ir atrás dos meus sonhos e projetos também. Falo sem nem parar para respirar, e assim agora estou sem folego, me sento um pouco no sofá para respirar tranquilamente.

-Tudo bem, então me fale mais sobre seus sonhos e projetos, assim posso abrir um negocio para você administrar sozinha, e problema resolvido. Bryan parece triunfante com sua atitude.

Mas que droga de pessoa rica, porque eles sempre tem que esfregar na nossa cara que podem tudo?

-Bryan quero conseguir essas coisas sozinha, você entendeu essa parte? Pergunto chateada.

-Para isso voce teria que começar do baixo, ou seja trabalhar para alguém, e como essa pessoa nao seria eu porque você decidiu que não quer... - E sendo ciumento do jeito que eu sou, jamais deixaria você trabalhar para um desses chefes tarados, então sim vou abrir um negocio para você gerenciar.

Termino o restante do café e deposito a xícara na mesa de centro. Não vou discutir com ele porque não adianta, mas esse assunto ainda não terminou.

-Esquece esse assunto, vamos focar nos que viemos resolver primeiro. Dei por encerrado, e me levantei para ir de encontro com o elevador.

-Mas você sabe que eu vou ganhar essa. Ele diz vitorioso atras de mim.

-Aham vai sim. Murmuro em resposta.

***

Dentro do carro um silêncio se instala entre nós, nenhum dos dois quer falar nada, pois sabemos que vamos acabar tocando no mesmo assunto novamente. De qualquer forma o trajeto foi bem rápido, em menos de 10 minutos já estavamos parando o carro.
Eu desço primeiro e me deparo com uma placa escrita " Clínica Psiquiátrica" em negrito e letras bem grandes.
Naquele instante meu coração literalmente parou por um segundo. Isso não deve ser o que estou pensando.

-Você?  Você... não acredito... q que...
Não consigo nem pronunciar uma frase inteira, o pânico me consome por completo.
-Eu não vou ver o Christian, me desculpe, não da! Vamos embora Bryan. Digo com lágrimas nos olhos.

-Quem disse que é o Christian que está aqui?

-Então é quem?

Na mesma hora que eu pergunto, minha ficha cai instantâneamente. Só pode ser apenas uma pessoa.

-Nao... É tudo que eu consigo dizer.

-Olha anjo, eu não sei se o que eu fiz foi a coisa certa, mas no momento em que a fiz pareceu ser tudo que poderia ser feito... -Eu acho que você vai ficar bem brava comigo por ter feito isso sem te consultar antes, mas você estava passando por tanta coisa, eu só pensei em fazer o melhor para você e para ela.

-Estou acompanhando o tratamento da sua mãe a algum tempo, no dia em que me contou sua história não pensei duas vezes, apenas fiz o que tinha que fazer. -Para você ficar um pouco atualizada sobre o assunto caso queira entrar e ve-la, ela tem mostrado uma considerável melhora, comparada com o estado que estava antes, digamos que melhorou quase 50%.

Bryan me estuda atentamente, como se fosse uma espécie de experimento. Na verdade não sei o que sentir nesse momento, não sei se choro, fico feliz pela minha mãe, ou fico completamente brava por ele ter feito algo assim e não ter me falado nada a respeito. Afinal ela é minha mãe!

-Você devia ter me consultado antes, ela é minha mãe. Como consegiu colocar ela aqui sem a autorização de algum parente? Pergunto com um misto de emoções que eu não sei explicar.

-O que importa é que eu consegui, não pense que fiz algo para tentar te machucar, só quero te ver feliz.

Ele me olha nos olhos, e quero dizer que olha de verdade mesmo. Me encara fixamente sem desviar em nenhum momento. Eu até tento ficar brava com ele, mas não dá. Esses olhos!.

-Eu quero entrar para ver o lugar, mas não sei se estou preparada para conversar com ela ainda. Procuro algum tipo de apoio nele, algum sinal de que estou fazendo a coisa certa.

Ele acena com a cabeça, e nós dois entramos de mãos dadas na clínica.
Tenho certeza de que ele consegue sentir como minha mão está suando. Eu quase tropecei tres vezes antes de adentrar a tal clínica. Minha pernas se recusão a obedecer corretamente.

Parece que foi ontem que sai de casa, e não mais de quatro anos. Pois a dor daquele fatídico dia ainda está presente. Tudo está presente nesse momento, e eu fico passando a frase "vai dar tudo certo dessa vez" tipo um milhão de vezes na minha cabeça, com a esperança de que de mesmo certo.

Estamos na recepção e um jovem com expressão serena no rosto nos atende. E Bryan explica que só viemos fazer uma visita e olhar o local. Ele nos da um crachá de visitantes, e os seguimos pelos corredores enormes das clínicas.
Fomos apresentados a todos os quartos, as salas, os banheiros, os medicos. Mas Bryan parecia já saber tudo sobre o lugar e sobre os medicos. Então só eu prestei atenção ao que o moço dizia.

-Então vocês tem um paciente aqui? Ele pergunta no fim de sua apresentação.

-Temos. Bryan responde por mim.

-Otimo se vocês quiserem, posso trazer o paciente para terem uma conversa, ou levar vocês até ele. Diz o rapaz muito cordialmente.

-Nao! Obrigada, só viemos conhecer mesmo. Essa foi minha vez de responder.

-Podemos ir ate o jardim? Perguntou Bryan.

-Claro, acho que voce já deve conhecer, precisa que eu os acompanhe ou preferem ir sozinhos?

-Vamos ir sozinhos mesmo, obrigado. Disse meu marido.

Ele pegou minha mão, e abriu uma porta ao lado do que imagino ser uma sala de jantar, pela mesa grande com varias cadeiras em volta.
Saimos para o lado de fora, e avistamos um lindo jardim, com varios tipos de flores, árvores, e alguns pés de frutas.
Era realmente um jardim lindo.
Ali do lado de fora havia alguns pacientes andando pelo gramado, outros brigando com uns jogos espalhados pelo chão. Por incrivel que pareça todos pareciam estar felizes e saudáveis.

Damos umas voltas pelo jardim, alguns deles nos complimentaram. E foi ai que eu vi uma mulher sentada no balanço sozinha, excluída do restante das pessoas.
Automaticamente meus pés me levam em direção aquele balanço, de forma que ando em completo transe e Bryan me segue ate lá em silêncio.
Paro ao lado da pessoa, e decido me sentar no outro balanço vazio. Ela mantem a cabeça baixa o tempo todo, e não consigo ver seu rosto por causa do cabelo comprido que cai envolta.

-Olá, porque esta sentada aqui sozinha? Tento perguntar o mais calma possivel, mas meu coração insiste em bater tão rápido que acabo me atrapalhando com as palavras.

A mulher levanta a cabeca e me estuda bem de perto. E se a segundos atrás meu coração batia rápido, nesse momento ele escolheu parar de bater por completo.

-Filha?

Sei que devia ja ter terminado esse livro faz um bom tempo.
Minha ideia era ter terminado a alguns capitulos atras, mas não podia deixar vocês sem respostas, poque seria crueldade da minha parte ne rsrs.
Bom pretendo escrever apenas mais dois capitulos de encerramento. Estou cogitando a ideia de fazer a continuação desse livro, mas vamos ver ne rs tudo depende de voces.
Estão digam o que acham dessa ideia, e comentem também o que acharam desse novo capítulo.
Voces são demais, amo voces!!!
Beijos *---*







Apaixonada por um CEOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora