Final parte 1

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Hoje é meu último dia no hospital, tanto como eu estou feliz por enfim ir para casa, também estou aflita com o que vai acontecer comigo daqui pra frente.

Bryan se mantém distante e quieto por toda a semana, é como se a pessoa que está em meu quarto não fosse ele. Sei que ele esta aqui, mas sua mente parece estar tão longe e inalcançável. Eu parei de tentar compreender esse seu comportamento depois do segundo dia que estive acordada. Eu sei que ele percebeu minha mudança de humor, eu estava pra lá de chateada, mas Bryan não fez quase nada para melhorar essa situação. O que acabou me chateando ainda mais.

Continuo tendo os mesmo pesadelos frequentemente, as vezes opto por ficar várias horas acordada e dormir só quando não aguento mesmo manter meus olhos abertos, pois tudo é melhor do que reviver aquele inferno todo santo dia. É como se estivesse enraizado em mim… não sei se um dia irei me esquecer dele.

Hoje meus amigos se ofereceram para me levar para casa, ou seja para minha verdadeira casa, acho que ate eles sentiram o clima estranho que esta entre nós, porém Bryan os recusou na hora. Esse foi o único momento desde sua súbita saída, que ele enfim demonstrou algum tipo de emoção, sem ser o silêncio. Confesso que sua atitude me pegou desprevenida. Eu fiquei dividida entre o alívio e a raiva. Pois só quando ele viu que estava perdendo, que foi acordar pra vida.

Mas mesmo não sendo meus amigos que vão me levar embora, eu ja deixei claro para o Bryan que eu estou voltando para Sidney hoje, queira ele ou não.

-Preciso sair rápido, mas em meia hora eu ja estou de volta, tudo bem? Ele pergunta apreensivo.

-Tanto faz. Murmuro desanimada.

Eu o amo, mas toda essa distância que ele impôs, está me matando por dentro. Nos matando também.

-Eu te amo, nunca se esqueça disso... Depois de dizer essas palavras meio sem jeito, Bryan se curva diante da minha cama, e deposita um beijo lento em minha testa.

Meu peito se aquece com sua pequena demonstração de afeto, só que eu gostaria de um pouco mais… sinto falta dos seus beijos apaixonados de antes. Agora é como se ele me mantesse a um palmo de distância.

-Eu também… sussurro desviando meus olhos dos dele. Não Quero deixar transparecer minha mágoa. Só que é meio difícil, eu nunca fui boa em enganar ninguém.

Ele me lança mais um olhar triste e ao mesmo tempo tão intenso, que por um instante penso que poderia ser perfurada com esse olhar. Com um leve aceno de cabeça ele se vai…

Após alguns minutos, e várias tentativas de manter minha mente limpa, para evitar pensar besteira. Enfim ouço a porta se abrir, algo em meu interior se agita de ansiedade só com o pensamento de ser Bryan, mas ele morre no instante em que vejo meu amigo Ernest adentrar pelo quarto.

Não que eu não goste que ele esteja aqui, mas eu gostaria que fosse outra pessoa.

-Ei, qual é a dessa carinha triste hein? Ele pergunta ao se sentar na cadeira ao lado da minha cama.

-Não estou triste, só muito cansada de ficar aqui trancada, quero ir pra casa.  Dou um sorriso fraco, e olho para longe.

-Bom essa sua desculpa não me convence, eu te conheço Clara… passei um tempo relativamente grande te observando de perto, para saber que essa cara não é só de cansaço.

Eu suspiro frustada, eu não consigo mentir para ninguém mesmo. Eu estou tão cansada de tentar fingir pra tudo e pra todos. Eu gostaria muito de gritar umas verdades na cara de certas pessoas. Seria muito libertador.

Apaixonada por um CEOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora