Capítulo 10

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Destino

Desci as escadas já sacando o celular.

- Alô? É Burton. Preciso de um K aqui na minha casa. – disse, enquanto seguia para o que eu chamava dearto seguro. Era uma sala de circuito interno de monitoramento. Dali eu monitorava toda a área adjacente à minha casa e dentro dela. Além do circuito de alarmes. Nada entrava ou saía sem o meu conhecimento. Podem me chamar de paranoico ou controlador, mas segurança era primordial para mim. – Quanto tempo? Não, preciso de menos. Mande quem estiver mais perto. Obrigado.

Dei uma checada na rede de alarmes e nas câmeras. Tudo estava ok. Agora era só esperar o K chegar e isso eu também veria. Assim que ele adentrasse as redondezas.

Voltei para as escadas e fui para o meu quarto. Agora era hora de cuidar de mim. Ouvi o barulho do chuveiro do quarto que minha mãe costumava ocupar quando vinha me visitar. Tentei não imaginar a senhorita Ivanovich debaixo dele e fui para o meu próprio chuveiro.

Uma ducha quente fez meus músculos tensos relaxarem.

Mas, ao passar pela porta entreaberta do outro quarto, vi que a senhorita Ivanovich estava deitada sobre a cama. Devagar, abri a porta e entrei. Ela estava estirada sobre a cama. Possivelmente adormeceu assim que pousou a cabeça sobre o travesseiro. Também pudera... Assassinos, tiros, sangue. Com certeza uma noite não rotineira para ela.

Embora não devesse, eu me aproximei mais da cama

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Embora não devesse, eu me aproximei mais da cama. Os cabelos parcialmente secos contrastavam com o branco dos lençóis. O corpo esguio amoldava-se ao tecido fino do vestido. A cabeça apoiada em um dos braços, enquanto o outro estava junto ao peito como se contivesse alguma emoção. A testa estava franzida e o rosto ainda molhado pelas lágrimas que correram.

Engoli em seco ao vê-la assim tão frágil. Vida Ivanovich era uma mulher forte, disso eu tinha certeza.

Ela moveu um pouco a cabeça e uma mecha de cabelo caiu sobre seu rosto. Lentamente como se estivesse desarmando uma bomba, retirei-o expondo novamente o rosto.

Fiquei mais alguns minutos a observando. A leve respiração movia alguns fios que ainda persistiam em ficar sobre seu rosto. Sobre o travesseiro, havia alguns fios soltos e uma ideia me passou pela cabeça. Fui até a penteadeira e peguei um lenço de papel. Voltei para a cama e recolhi os fios que estavam soltos sobre o travesseiro. Antes de sair, ainda dei uma última olhada para minha convidada.

Havia a possibilidade de que Seamus e Hamish não desistissem de impedir que Vida fosse reconhecida como filha de Sir Robert. Então porque não se antecipar a eles?

O laboratório escolhido para fazer o exame de reconhecimento de paternidade, tinha uma filial em Londres. Eu levaria os cabelos de Vida para eles, pedindo que os mesmos fossem encaminhados para Edimburgo bem cedo. Assim, mesmo que nós fossemos atrasados por alguma armação dos MacDougal, não haveria a impossibilidade de se realizar o exame.

Fui para a cozinha preparar alguma coisa para comer. Me limitei a uma salada e frango. Mas deixei mais opções para a senhorita Ivanovich. Dei um sorriso ao pensar que ela havia despertado o meu lado gourmet, já que eu mais comia fora do que usava a cozinha.

Terminei minha refeição e fui escovar meus dentes no banheiro social mesmo.

Quando cheguei à sala, a campainha tocou. Após verificar pelo circuito de monitoramento, abri a porta para o segurança que haviam me mandado.

- Boa noite, senhor. Sou Março. – disse um homem negro, de pelo menos dois metros de altura, sólido como tronco de arvore.

- Boa noite, Março. – o deixei entrar depois dele me mostrar suas credenciais. – Eu vou precisar sair para resolver alguns assuntos. Tem uma pessoa que está dormindo. A sala de monitoramento é ali. – apontei para uma porta fechada.

- Fique tranquilo senhor. Cuidarei de tudo.

Acenei com a cabeça, assentindo. Peguei minhas chaves e sai. 

A Condessa CiganaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora