⚛Capítulo 9⚛

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Nicholas●

Arrependimento é uma droga. Não deixa ninguém em paz.

Deixa qualquer pessoa desejando voltar ao passado para concertar seu erro. Estou com esse desejo agora, mais forte do que nunca.

A cada ligação, a cada torpedo, a cada palavra que vem de Darcy, meu desejo de voltar no tempo e nunca tê-la conhecido fica cada vez mais forte.

Ela quase não me deixa respirar, e fica na minha cola o tempo todo. Até meus amigos estavam com medo dela.

Sua presença era tão perturbadora, que quando as férias começaram, eu praticamente implorei ao meu tio por umas folgas no estagio que eu fazia em sua empresa para poder viajar e me afastar urgentemente de Darcy.

Chamei minha prima e alguns amigos para passar todo o feriado na casa de praia do meu tio — com sua permissão — em Miami. E fiz de tudo para que Darcy não descobrisse. Deu certo, mais ou menos.

Ela descobriu, — ela não conseguiu sua fama de perseguidora por acaso — mas com sorte eu já estava bem longe de Manhattan. Mesmo assim, a garota não me deixou em paz, me ligando todo dia.

Como eu pude acabar com minha vida social iniciando um relacionamento com ela, eu não sabia, mas com certeza eu deveria estar muito bêbado para fazer tal coisa.

Cheguei de viagem hoje determinado a acabar com isso de vez. Não tinha mais condições de continuar com uma coisa que iria acabar com minha sanidade. Os ciúmes dela estava me sufocando, sem falar de sua personalidade forte.

Ela precisava de um limite, e eu de espaço.

Estacionei o carro em frente à casa de Darcy, mas não fiz menção de sair do carro. Por um bom minuto tentei imaginar sua reação quando eu dissesse que queria terminar.

Para falar a verdade não foi uma boa ideia tentar um relacionamento, quando eu não conseguia deixar ninguém ultrapassar a barreira que construí há quatros anos.

A única pessoa que deixei chegar o mais perto do meu coração, a única que me conheceu depois do estrago que aconteceu em minha vida há quatro anos, e conseguiu passar pela barreira que construí quando saí da Inglaterra, foi a minha prima, Julia.

Eu não tinha palavras para descrever o tamanho da minha afeição por essa menina, eu a considerava como uma irmã, minha linda gatinha. July conseguiu passar por todas as minhas defesas no pior momento da minha vida, ela simplesmente foi entrando de fininho até que conseguiu o que queria: me conhecer de verdade.

Ela entrou, mas não deixou a porta aberta. A barreira ainda existia e estava intacta e ninguém — nem mesmo eu — conseguiu quebra-la. Eu ainda estava preso à dor que nunca passou, não conseguia superar a perda.

A única coisa que eu pude fazer por mim mesmo foi bloquear tudo, qualquer sentimento de felicidade plena não chegou até mim há muito tempo, então o mínimo que eu merecia era conseguir minha liberdade de volta.

Saí do carro determinado a acabar com essa baboseira de relacionamento. Ia ser um alívio ver Darcy sem ter mais que me exibir por ai como um troféu, como se fosse minha dona.

Quando estava prestes a tocar a campainha, a porta se abriu e uma garota colidiu comigo fazendo seu livro cair.

— Droga! O que há com vocês americanos e esbarrar nas pessoas?!  — falou se abaixando para pegar o livro.

— Primeiro: Não sou americano; Segundo: A culpa não foi minha. — eu não tinha nenhuma dúvida em relação a quem culpar aqui. Ela que não olhou por onde andava.

Mistérios do Acaso (Em Pausa)Where stories live. Discover now