BÔNUS - Henry! (Parte 1)

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Quando Amber pegou aquele buquê, uma sensação estranha se apossou do meu peito que eu era capaz de jurar que eu senti falta de ar.

Virei o resto da bebida, que eu nem sabia mais o que estava no meu copo, de uma vez, numa golada só e saí andando em direção ao mar, em busca de ar.

E aqui estou, faz algum tempo. Não consegui voltar para a festa porque meus pensamentos não me deixam.

Por um momento, arrisquei olhar de volta para onde a festa ainda continuava e vi Amber dançando com nosso filho, que não desgrudava dela. Ian era fisicamente muito parecido comigo, mas tinha todos os trejeitos da mãe e eu me orgulhava muito disso.

Me peguei lembrando do dia que meu filho nasceu. Em momento nenhum da vida, eu parei para me imaginar pai, mas quando peguei aquela coisinha pequena nos braços, meu peito foi invadido por uma sensação, até então desconhecida por mim, mas muito bem-vinda. Era o famoso amor incondicional que diziam que os pais sentiam pelos filhos. E era mesmo incondicional. Eu pude sentir quando pus os olhos no meu filho. E eu seria eternamente grato a Amber por ter me dado o que eu tinha de mais precioso.

Ah Amber... por que as coisas tinham que ser tão difíceis para nós?

Por culpa sua, seu idiota! Uma voz, que eu diria ser da minha consciência, me lembrou disso.

Sorri amargamente e me sentei na areia, abrindo dois botões da minha camisa e arregaçando as mangas até os cotovelos.

Olhando para as ondas, deixei minha mente voar para as boas lembranças que eu tinha do meu relacionamento com Amber.

Eu estava iniciando o meu último ano da faculdade. Lembro-me de estar na entrada do campus com uns amigos do meu curso, observando aquele monte de calouros eufóricos atravessarem o espaço da Columbia University e nós, pensando nas sacanagens que faríamos com os calouros e em quais calouras cairiam na nossa rede.

Sim, eu não valia nada. Eu não era o típico jogador de futebol americano que todas as faculdades tem e que atraem os olhares desejos de 99% das mulheres. Mas eu sempre fui alto, sempre adepto a exercício físico, então tinha um corpo legal e chamava atenção. Além de ser rico, o que realmente não me importava, mas importava para muitas das mulheres com quem eu saí. E mesmo não sendo o famoso jogador de futebol, eu tinha as líderes de torcida no meu pé e quaisquer mulheres que eu quisesse. E foi assim desde que eu me interei do universo feminino.

Nós continuávamos conversando até que uma loira fatal atravessou o campus. E quando eu disse loira fatal, eu não estava brincando. Eu lembro exatamente a roupa que ela vestia. Estava com uma calça jeans clara, um pouco rasgada, uma regata branca, sapatilhas, óculos escuros, carregava uma bolsa em um dos ombros e uma pasta nas mãos.

Ela andava a passos firmes em direção a porta do prédio. Quem olhasse, não diria que ela era uma caloura, mas eu conhecia bem os rostos daquela faculdade e sabia que ela era nova por ali.

Ela parou apenas para pedir uma informação para um dos alunos que estava com uma das placas de informações aqui, agradeceu sorrindo e sumiu para dentro do prédio.

Eu ouvi meus amigos comentando alguma coisa sobre ela, mas eu não dei atenção, porque só olhava para ela.

Em poucos dias e depois de subornar a moça da secretaria, eu descobri que seu nome era Amber Lauren Heard e cursava publicidade. E eu soube, só de ouvir seu nome, que desde o momento que ela cruzou aquele campus, Amber desgraçaria minha vida.

Eu passei quase 6 meses tentando me aproximar. Ela não era como as outras. Definitivamente não era. Ela não caiu em nenhuma das minhas cantadas baratas, não ria das minha piadas idiotas e para ajudar, tinha que conviver com as minhas namoradinhas se pendurando no meu pescoço o tempo todo,

Learning to love again.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora