Learning to love again.

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Dakota!

Amanheceu... 04 de outubro, dia do meu aniversário. Senti o peso dos meus vinte e quatro anos chegarem, quando me espreguicei para levantar.

Dessa vez, fazer mais um aniversário, tinha um significado diferente. Eu tinha mil motivos para comemorar. Uma filha maravilhosa, uma graduação na faculdade que me rendeu um emprego excelente me dando a possibilidade de, aos poucos, construir a minha carreira, ganhando um bom salário que me dava esperança de realizar alguns sonhos e todas as lembranças ruins que eu tinha, pareciam ter desaparecido por alguns instantes.

Eu estava feliz, mais do que nunca estive. Exceto no dia que Nina nasceu e com ela veio um novo sopro de vida, para a minha vida.

Espreguicei mais uma vez e notei que minha filha não estava ao meu lado. Geralmente, eu que tinha que acordá-la para deixá-la na escola antes de ir para o trabalho.

Me levantei preguiçosamente, fui ao banheiro e joguei uma água no rosto. Olhei no relógio e ainda eram 6:30h da manhã. Eu tinha tempo.

Caminhei até a cozinha e fui surpreendida com uma mesa de café da manhã. Frutas, bolo, leite, café, bombas de chocolate e Tia Tracy e Nina paradas próximas à mesa.

- Feliz Aniversário, mamãaaaae!!! - Nina gritou e veio correndo na minha direção, pulando no meu colo, mal me dando tempo de segurá-la.

- Obrigada filhota! - Enchi o rostinho dela de beijos e ela ria, a cada um deles. Ela se mexeu para sair do meu colo e eu a coloquei no chão.

- Vou buscar o seu presente, espera aqui. - Ela correu para o quarto e tia Tracy olhava para nós duas. Ela abriu os braços e eu dei uma corridinha até ela. Ela me acolheu em um abraço apertado, beijando minha testa.

Minha tia, para mim, era como se fosse minha mãe. Ela foi essa presença clara e obvia na minha vida durante esses anos. Não exitou em me ajudar, em cuidar de mim e da minha filha, quando mais precisávamos de alguém que fosse o nosso apoio.

- Feliz aniversário, filha! - Senti meus olhos marejarem e apertei mais o abraço. - Me orgulho muito de ver onde você chegou, mesmo passando por tudo o que você passou. - Ela fungou. - Você é como se fosse uma filha para mim. Eu te amo demais e quero que só coisas boas aconteçam na sua vida. - Uma lágrima solitária desceu livre pelo meu rosto.

- Obrigada tia. - Segurei seu rosto com as duas mãos e beijei sua testa. - Não sei o que seria de mim e da Nina se não fosse a senhora. - Ela sorriu e nós nos abraçamos de novo. E antes que pudéssemos falar qualquer coisa, senti suas mãozinhas pequenas abraçarem minha cintura. Me desvencilhei do abraço da minha tia e olhei para Nina.

- Senta mamãe, quero entregar seu presente.

- Ok senhorita. - Olhei para Tia Tracy e ela deu de ombros, sorrindo. Me sentei em uma das cadeiras e Nina se enfiou no meu colo, trazendo com ela um papel e uma flor artesanal.

- Esse é o meu presente para você mamãe. - Ela me entregou o papel e havia um desenho. Dois bonequinhos dentro de um coração e de mãos dadas. Um maior e o outro menor. - Essa sou eu. - Ela apontou para o bonequinho menor. - E essa é você. - Ela mostrou o maior. - Nós estamos de mãos dadas porque nunca vamos nos separar. - Meus olhos mais uma vez, se encheram de água. - E aqui atrás - Ela virou a folha. - Tem um poema que a Tia Tracy e minha professora me ajudaram a escrever.

Eu peguei a folha e observei suas caprichosas letrinhas de quem ainda estava aperfeiçoando a escrita e um poema.

"Para mamãe querida, minha estrela guia. Trago-te no coração, amo-te por toda vida.