D e z a s s e t e.

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"Bom dia." Falo simpática para a Eloise quando entro no Gospel's.

"Olá!" Ela diz feliz.

"Parece que o fim de semana foi bom para alguém." Eu rio.

"Foi mesmo." Ela ri. "Conheci um rapaz lindíssimo!"

"Logo vi que o sexo masculino tinha que estar envolvido nessa felicidade." Abanei a cabeça negativamente ainda rindo.

"Não sejas assim." Gargalha. "Convidei-o para aparecer aqui hoje, depois vais ver porque razão não haveria eu de estar feliz!"

"Tudo bem, se tu o dizes." Pisquei-lhe o olho.


Visto o meu avental e começo a trabalhar. Infelizmente Louis não me sai do pensamento, a sua cara de choque e incompreensão quando disse que iria voltar para casa, pela simples razão de não querer que Auriel sofresse o que eu sofri – embora ela seja mil vezes mais mimada por ambos os pais do que aquilo que eu era.

Sentia uma certa culpa por deixá-lo assim sozinho depois da espécie de confissão que ele me dera, mas eu não era capaz de gostar dele da mesma maneira. Sabia que um de nós sairia magoado, mas não esperava realmente que isso acontecesse de verdade.

Ás vezes devemos ter medo de dizer o que sentimos por saber que vai destruir a outra pessoa, devemos enterrar esse sentimento dentro de nós e preferimos que ele nos destrua por dentro, simplesmente porque queremos cuidar do outro ser demasiado ao ponto de não queremos deixá-los magoados. É uma coisa dura, uma coisa que magoa quando optamos deixá-los saber o que sentimos, mas por outro lado talvez é a melhor coisa a fazer.

Vejo a silhueta de Louis e este entra no café. Dou-lhe um pequeno sorriso e recebo o mesmo de volta. Louis senta-se numa mesa e eu faço sinal a Eloise de que vou lá atendê-lo.


"Olá amigo." Falei em tom brincalhão.

"Olá," ele sorriu. "A que horas sais?"

"Ás 19h30." Respondo. "O que vais querer?"

"Pode ser uma meia de leite e uma torrada."

"Muito bem, trago já."


Debruço-me ligeiramente sobre a mesa e deposito um beijo rápido na sua bochecha, afastando-me logo para dar a Eloise o pedido enquanto ia atender outras pessoas. Passa quase apenas um minuto até ela me chamar por ter o pedido de Louis pronto, vou sorridente até ao balcão e pego na chávena e no prato, mas assim que me viro e encaro a porta sinto o meu mundo a desmoronar e a chávena cai juntamente, partindo-se em pedaços e deixando o líquido espalhar-se pelo chão.


"Oh meu Deus," Eloise diz aflita. "Estás bem?" Continua no mesmo tom.


O meu olhar apenas se dirige a Louis e este olha para a porta, seguindo os meus olhos. O seu ar torna-se logo de espanto e eu fico surpresa.

O seu cabelo loiro, pintado como sempre, está mais comprido e com um jeito bonito. As suas feições já não são aquelas de cara abebezada, mas sim de um homem, um jovem adulto. Os seus dentes estavam agora direitos e na sua cara estavam uns óculos, provavelmente para o "estilo". Vestia uma camisa azul e umas calças de ganga num tom azul escuro.

Estava deslumbrante, tinha que admitir isso. Estava outro Niall.


"Ora, será aquele rapaz a tua razão para a destruição da chávena?" Eloise "acorda-me" dos meus pensamentos enquanto brinca um pouco com a situação.

Depressed // H.SWhere stories live. Discover now