O Afonso o soltou e o cara saiu andando enquanto xingava. Nessa hora o sinal abriu, mas quando eu fui arrancar com o carro a Agatha apareceu na minha frente e colocou a mão em cima do capô.

-Desce desse carro Heitor.-ela disse.

-Sai da minha frente a Agatha.- eu pedi me segurando para não gritar.

-Não. Minha mãe pediu para que eu te levasse em casa.

-Eu não preciso de babá Agatha. Sai da frente para que eu possa arrancar.

-Você não tem condições de dirigir Heitor.

-QUE PORRA!...SAI DA MINHA FRENTE AGATHA. TIRA ELA DAÍ AFONSO.- eu gritei.

Eu queria sair logo dali, antes que fizesse uma besteira.

A Agatha me olhou incrédula, mas logo em seguida ficou vermelha de raiva. Ela tirou as mãos do capô e veio até a porta do motorista.

-Abre essa porta.- ela mandou batendo no vidro.

-Agatha...

-ABRE ESSA PORTA AGORA HEITOR.- ela me interrompeu aos gritos.

A Agatha nunca gritava e aquilo era sinal de que ela estava muito nervosa. Ha algumas semanas atrás ela havia me contado que estava grávida e eu não queria deixa-la estressada. Aquilo não era bom para o bebê.

-Que porra!- eu xinguei.

Os poucos  carros que estavam atras de mim começaram a buzinar e mesmo com uma vontade enorme de ignorar a Agatha e dar a partida eu destravei a porta do carro. Ela abriu a porta, me pegou pelo braço e me puxou para fora do veiculo.

-Que merda você está fazendo Agatha?!

-Merda foi você que fez. Você ficou maluco de gritar comigo seu moleque? Esqueceu das surras que eu já te dei?! Grita assim comigo outra vez para você ver o que te acontece.- ela falou e começou a me dar tapas no braço.

O Afonso começou a rir e a minha irritação aumentou, mas eu não revidei. Apenas comecei a me desviar da Agatha. Eu sempre apanhava mesmo, mas era porque se eu nunca ousaria levantar a mão para uma mulher. Na única vez que eu dei um tapa na Agatha meu pai me deu uma surra que eu nunca vou esquecer, até porque aquela foi a unica vez que ele me bateu. Alem do coro eu tive que  escutar um sermão daqueles por ter batido na Agatha, depois desse dia eu nunca mais levantei a mão para ela, nem para mulher nenhuma na minha vida. Mesmo em situações como aquelas.

-Para com isso Agatha.- eu pedi enquanto tentava desviar dela.

-Isso não é nada perto do que eu quero fazer com você. Quem você pensa que é para falar daquele jeito comigo? Hein? Da próxima vez eu arranco a sua língua.- ela falou sem parar de me bater.

-Essa gravidez está te deixando doida nanica. Você ficou maluca de vez garota. Para de me bater.- eu falei e segurei suas mãos.

Ela puxou as mãos com força e me olhou com os olhos serrados.

-Como é? Você me chamou de nanica e doida?-ela perguntou em voz baixa.

-Não foi isso que eu quis dizer.-eu tentei me explicar.

-Nanica é isso que você carrega entre as pernas, idiota.- ela falou e mesmo estando com raiva e irritado eu comecei a rir.

Apesar dela estar errada eu tinha que admitir que aquela tirada tinha sido boa. Quando eu comecei a rir ela ficou mais irritada, tanto que até avançou em mim, mas eu fui mais rápido. Antes que ela me acertasse, eu a peguei no colo e a levantei do chão.

Carol - Ao seu lado encontrei o amor.  #Wattys2018Where stories live. Discover now