Capítulo 4

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SEM REVISÃO

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Heitor

Lá estava eu, no meu horário vago da faculdade, mais uma vez tentando convencer a Carol a me encontrar ou ao menos dizer onde estaria para que eu pudesse vê-la pessoalmente. Já fazia duas semanas que eu conversava com a desastrada de olhos negros, mas só havia a visto duas vezes e em todas elas foi porque ela tinha literalmente se esbarrado em mim pelos corredores. Eu queria vê-la pessoalmente, já havia até a chamado para tomar um chop com o pessoal, mas ela sempre recusava. Aquilo me intrigava, a Carol era intrigante e a cada dia que passava eu gostava mais dela. Nós conversávamos todos os dias por mensagem e só tive uma certeza: ela era diferente. A Carol não era de fazer pose, sempre se enrolava quando me respondia, era engraçada e o principal nunca tinha me perguntado sobre a empresa do meu pai.

Quando as pessoas me ouvem falando isso acham que eu sou ingrato, mas não é bem assim. Eu amo meus pais e me orgulho muito deles, mas desde que eu me entendo por gente todas as pessoas que me conheciam só falavam da empresa deles.

Bastava eles descobrirem que eu era filho do Sr. Cristiano Fênix, dono da multinacional, que começavam a me tratar como se eu fosse de porcelana e não paravam de me perguntar sobre meu pai. Como ele era?... o que fazia quando estava em casa?... se poderiam conhece-lo.... Qual marca de uísque ele gostava de beber?... Que tipo de presente ele preferia ganhar... e por ai vinham varias perguntas.

Pena que meu pai detesta ser bajulado e raramente se abria para novas amizades, ou seja, era uma total perda de tempo e esforço dos pais dos meus colegas e uma bajulação desnecessária que eu precisava aguentar.

Eu gostava de conversar com a Carol justamente porque com ela a conversa era sempre diferente. Não sei dizer exatamente o que, mas era diferente. Suas conversas eram simples, o seu jeito era simples. Ela não falava das coisas que a maioria dos meus colegas e amigos falavam.

Eu estava doido para poder falar com a Carol pessoalmente e estava empenhado em convence-la enquanto conversávamos pelo whatsapp, quando uma das meninas que estavam comigo no meio da turma bufou.

-Heitor, presta atenção em mim. Eu estou falando com você há um tempão e você não larga esse celular.- a Heloisa falou do meu lado.

-Só um minuto.- eu pedi enquanto mandava outra mensagem para a desastrada.

-Heitor, larga isso. Poxa a gente está conversando com você.- a Larissa falou.

Eu enviei a mensagem e guardei o celular no bolso.

-Pronto. Podem falar.- eu falei e sorri para elas.

A Heloisa se aproximou mais, enrolou uma mecha dos cabelos lisos e ruivos e passou uma mão no meu braço.

- Vai ter uma festa na minha casa esse fim de semana e eu queria que você fosse.- ela falou.

-Festinha? Eu já estou dentro.- o Fabrício deu sinal do meu lado.

Eu olhei para elas e pensei por um momento. Já ia fazer três meses que eu tinha chegado no Brasil e ainda não tinha saido para curtir, até que uma festa não seria má ideia. Poderia conhecer gente nova e me divertir um pouco, coisa que eu não fazia desde que tinha pegado a minha ex me traindo.

-Beleza. - eu respondi.

-Por isso que eu amo você Heitor!- a Heloisa falou, pulou  no meu pescoço e beijou meu rosto.

Eu me afastei sutilmente e sorri para disfarçar meu desconforto. Eu já tinha sacado que a Heloisa andava se insinuando para mim e não queria dar brecha. Ela era linda, isso eu não podia negar, mas eu não andava a fim de me envolver com ninguém. Se fosse para tirar o atraso, não seria com alguém da faculdade que eu,  inevitavelmente, teria que ver quase todos os dias.

Carol - Ao seu lado encontrei o amor.  #Wattys2018Where stories live. Discover now