Capítulo 24

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Oi queridxs! 

Desculpem a demora, mas eu comecei a trabalhar agora e com faculdade e serviço o tempo para escrever fica curto. 

Para as leitoras que ansiavam, especialmente  a mamarenally: o Heitor finalmente vai ter um concorrente a altura.

Deixe seu comentário e sua estrelinha.

Beijinhos e até mais.

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Carol

Eu acordei pela manhã e resmunguei quando senti o vazio ao meu lado. Espreguicei-me e bocejei ainda sonolenta. Olhei para aquela cama com os lençóis de seda bagunçados e suspirei frustada. De que me valia lençóis de seda? Para que ter travesseiros de penas de ganso? Aquilo não valia de nada, eu trocaria tudo aquilo só para ter o Heitor do meu lado pela manhã. Aquela cama se tornava enorme e fria sem seu corpo grande e quente do meu lado. 

Levantei-me e me arrastei até o banheiro, tirei minha camisola, entrei debaixo do chuveiro e tomei um banho demorado. Depois que senti meu corpo despertar eu sai, fui até o closet e olhei para aquele monte de roupas, todas organizadas por ordem de cores. Não sabia o que vestir, mas pela primeira vez o motivo não era falta do que escolher e sim muitas opções. Optei por um short jeans e uma camiseta com estampa africana, eram confortáveis e frescos, perfeitos para aqueles dias quentes e ensolarados que faziam naquela última semana.

Sai do quarto e fui caminhando pelo longo corredor até a cozinha, preparei meu café da manhã e me sentei na mesa para comer sozinha. Enquanto saboreava minha torrada com geleia e meu suco natural de laranja me peguei observando a cobertura onde morava agora. Eu já frequentava aquele apartamento há dois meses, mas nunca havia reparado no quanto aquele lugar era grande. Para ser bem sincera os únicos lugares que eu conhecia mesmo era a suíte, a sala, a cozinha e a piscina que ficava no andar superior, até porque quando eu estava naquele apartamento eu praticamente não saía da suíte, o Heitor não era um homem que se cansava facil, traduzindo quando íamos para o apartamento custávamos sair do quarto. Agora, sozinha naquele lugar, eu começava a me dar conta do quão luxuoso e espaçoso era.

Terminei de comer meu pequeno cafe da manhã, lavei a pouca louça que havia se formado e caminhei pelo apartamento. Abri todas as portas e cada vez mais me fascinava com o que encontrava, três suítes, dois quartos, dois banheiros sociais, uma biblioteca pequena que também servia de escritório...tudo bem mobiliado, com elegância e sofisticação. No andar superior ficava a piscina privada, eu caminhei em volta daquela enorme redoma cheia de água cristalina, fui até a sacada e olhei ao redor, observei os meus novos vizinhos. A primeira grande diferença que eu notei foram os carros, elegantes, esportivos, caminhonetes, vários estilos e todos, indiscutivelmente, custavam uma fortuna, pelo menos era o que eu imaginava. Depois olhei para os prédios residências que ficavam ao longo da rua, todos eles altivos, com piscinas, quadras poliesportivas, academias e jardins bem cuidados e vistosos. Olhei para as poucas pessoas que caminhavam na rua, mulheres e homens conversando educadamente enquanto passeavam pelas ruas limpas e seguras do bairro Gran Victoria, também vi um grupo de mulheres jovens no prédio a frente jogando uma partida de tênis em uma quadra apropriada, naquele momento senti uma angústia no peito, porque aquele era o retrato de uma sociedade desigual. De todos os moradores que eu observei, encontrei apensa dois negros, a grande maioria era brancos. Em compensação os empregados, as babás, as zeladoras, os motoristas...eles em sua maioria eram negros. Eu olhei aquilo tudo na minha frente, balancei a cabeça e ri, porque me lembrei de uma vez que ouvi que racismo não existia, que aquilo era vitimismo... me veio uma vontade de mostrar aquela cena para a pessoa que me falou isso. Lembro que meu pai sempre dizia que a escravidão nunca acabou só mudou de roupa, os negros em sua grande maioria ainda eram subjugados, mas era bom ver isso mudando aos poucos. Eu mesmo era uma pessoa que vivia subjugada dentro de um padrão e hoje me sentia poderosa com meu black, não nego que em parte eu devia isso ao meu lindo noivo, mas agora eu usava o black porque percebia como era lindo. Hoje eu via que eu era bela, afinal quem disse que para ser bonito tem que estar dentro de um padrão? A beleza vinha de todos os lugares.

Carol - Ao seu lado encontrei o amor.  #Wattys2018Where stories live. Discover now