SEM REVISÃO
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CarolDormi com o coração pesado e acordei com o corpo dolorido, tinha ficado preocupada com o Cauã a noite inteira.
Levantei-me mais cedo,tomei um banho rapido e peguei uma roupa da Luna emprestada para ir trabalhar. Aquele foi um dos meus piores dias, não rendi nada. Os meus pratos sairam errados e eu estava com uma dor de cabeça terrivel.
Quando meu horario de serviço acabou eu não tinha a minima vontade de ir para a faculdade. Cheguei a ir até o metro, mas acabei voltando para trás e pegando o ônibus para casa, se é que eu podia chamar aquele lugar de casa.
Durante o caminho eu ficava pensando no que a Luna tinha me falado na noite anterior... de certa forma ela tinha razão, eu sustentava aquela casa e não precisava mais ficar aguentando os desaforos da minha tia e muito menos da Sabrina.
Para ser sincera por muitas vezes eu pensei em alugar um lugarzinho só para mim, mas sempre que decidia me mudar eu me lembrava do Cauã e voltava atrás. Eu não podia abandoná-lo e não poderia levá-lo comigo se fosse embora, então eu não tinha outra opção à não ser ficar sob o mesmo teto que aquelas duas bruxas.
Quando desci no ponto da casa da minha tia eu respirei fundo, engolir o orgulho não era algo facíl no entanto era o que eu mais fazia. Eu não me importava em me sujeitar as humilhações se fosse para ficar com o Cauã.
Caminhei de cabeça baixa por causa da vergonha que estava sentindo dos vizinhos e entrei em casa em silencio.
Minha tia estava na cozinha fazendo o jantar e o Cauã estava sentado no sofá assistindo TV.
-Cacau.- o Cauã falou assim que me viu e correu em minha direção abraçando as minhas pernas.
-Oi.- eu falei pegando-o no colo.
Minha tia me olhou com desprezo ainda na cozinha, mas eu já nem ligava mais, era sempre assim. Toda vez que ela me expulsava de casa eu voltava e apesar de me desprezar ela nunca me impedia de voltar.
-Cacau, hoje eu fiz um tantão de coisa na escola. A plofesola falou que eu tô ficando muito inteligente e que eu sou um menino muito espelto...- ele desandou a falar e eu me sentei com ele no sofá.
-Que coisa boa meu amor.
-Eu fiz um desenho pala você.- ele falou.
O Cauã desceu do meu colo e correu para o quarto, alguns segundos depois ele voltou com a mochilinha dos vingadores na mão.
-Fecha o olho.- ele pediu me dando um sorriso com o dentinho da frente faltando.
Eu fechei os olhos e esperei.
-Posso abrir?- eu perguntei depois de um tempo.
-Espela... Agola pode.
Eu abri os olhos e ele estava com um papel nas mãos e um sorriso de todo tamanho no rosto. Eu observei o desenho... tinha dois bonequinhos feitos com linhas simples , um deles tinha os cabelos encaracolados, vestia um tipo de roupa vermelha e segurava o outro colo que tinha os cabelos curtos e retos e um sorriso gigante no rosto.
-Quem são?- eu perguntei.
-Nossa Cacau, você não viu a almadula do homem de Fello? Sou eu e você. Olha, eu até desenhei o seu cabelo.- ele falou como se eu fosse uma criança e apontando o bonequinho de cabelos curtos no papel.
Me deu até vontade de chorar. Eram esses pequenos gestos dele que me faziam ter certeza de que tudo isso que eu passava valia a pena.
-Ficou lindo.- eu falei dando um abraço nele.
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Carol - Ao seu lado encontrei o amor. #Wattys2018
RomanceLIVRO REGISTRADO- PLÁGIO É CRIME. Carol perdeu a família em um acidente de carro aos dez anos de idade e desde então mora com a sua tia em um conjunto habitacional. Na sua vida existiam dois amores: o pequeno Cauã (Fruto da traição da sua prima com...