14. Desabafos

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Dia 3.

Shawn's Point Of View.

Acordei com uma enxaqueca terrível – e eu não havia ingerido uma gota de álcool sequer. Levantei lentamente, com minha mão sobre a cabeça. Olhei lentamente para o lado, vendo que Thomas ainda dormia no colchão ao lado de minha cama. Um filme passou em minha cabeça, que latejava constantemente. Comecei a relembrar de tudo que havia acontecido ontem, no final da festa, quando Thomas e Marcus arruinaram com a noite fantástica que estávamos tendo...




Depois de ouvir o que Marcus havia dito, Thomas partiu para cima dele, dando um soco na barriga do meu primo, que caiu no chão com falta de ar. Marie rapidamente abaixou-se para ajudá-lo, deixando Thomas mais furioso ainda.

Marie chorava e olhava para Thomas com raiva. Meu melhor amigo havia estragado tudo. De novo.

Spencer rapidamente foi acolher o irmão e Jake sussurrou em meu ouvido para que eu tirasse Thomas da boate o mais rápido possível. Assenti e caminhei até meu amigo, colocando minhas mãos em seus ombros. Ele estava tenso.

Caminhei com ele para fora da boate, enquanto meus amigos ajudavam Marcus a levantar-se e pegavam uma água para ele beber.

No estado em que Thomas estava, eu não o deixaria voltar para casa de carro, muito menos chegar em casa mais do que bêbado. Entreguei as chaves do carro dele para Spencer, que disse que deixaria o carro dele em frente à minha casa enquanto Jake a seguiria com o carro de minha prima.

Eu sabia que ir direto para minha casa com Thomas no estado em que estava também não era a melhor das opções, então levei-o até o drive-thru da Starbucks e pedi dois cafés bem fortes, entregado um para ele, que tomou tudo.

Depois do café, Thomas havia pedido para não irmos para casa ainda. Olhei no relógio e vi que eram quase três e meia da manhã. Meus pais iriam me matar.

Perguntei onde ele queria ir e ele respondeu que queria ir no parque em que eu, ele, Marie e Spencer costumávamos andar de bicicleta e fazer piqueniques na primavera. Suspirei com o pedido, mas o fiz, estacionando do outro lado da rua do parque, que estava vazia.

O vento frio doía em minha espinha e arrepios percorriam todo o meu corpo. Fechei o casaco e segui Thomas, que só parou quando chegou exatamente na parte do parque onde sempre fazíamos nossos piqueniques.

"Foi aqui, Shawn, em um de nossos piqueniques, que eu segurei a mão da Marie pela primeira vez e ela sorriu, segurando a minha. Foi aqui, Shawn, debaixo dessa mesma árvore, que na época estava cheia de folhas e flores, que eu tive a certeza de que meu sentimento era recíproco. Que Marie sentia a mesma coisa por mim" ele disse, com os olhos cheios de lágrimas.

Permaneci calado enquanto ele sentava-se na grama gelada e olhava para cima, encarando a árvore, que agora estava só galhos, sem nenhuma folha.

"Se eu soubesse que, algum dia, eu seria capaz de fazer o que eu fiz; de magoá-la, repetidas vezes, eu nunca teria deixado ela gostar de mim. Eu nunca teria alimentado meus sentimentos e os dela. Você me conhece minha vida toda, Shawn. Você sabe o que eu sinto pela Marie. Você sabe que eu nunca a teria traído, que eu nunca teria brigado com um de nossos amigos por ela, que eu nunca teria machucado alguém da forma que eu machuquei Marcus e até ela..."

Sim. Eu sabia disso. Mas era difícil de entender ao certo o que estava acontecendo, o que estava passando na cabeça do Thomas e da Marie. Era difícil de entender o que houve com Allie, também.

Crazy Feelings {hiatus} ☹Onde as histórias ganham vida. Descobre agora