O Portão do Abismo ( História do meu filho)

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Ao olhar mais profundamente para o meio daquela tempestade enquanto colocava o pássaro em cima da minha estante, eu vi alguns movimentos estranhos ao olhar para a janela do meu vizinho. Não conseguia ver claramente, podia ser uma briga familiar. Logo depois, escutei alguns altos gritos, mas também não soube decifrar de onde veio; se era de fora da casa ou dentro, a tempestade e o barulho do vento realmente me deixou completamente confusa. Assustada, fechei a janela com muita pressa e com muita força e fui fazer minhas coisas matinais.

Finalmente tinha conseguido reparar naquele pássaro e ele era simplesmente lindo. Ele era completamente branco, como penas angelicais. Ele também tinha um topete bem alto e engraçado. Tanto o bico quanto as patinhas e as unhas eram completamente brancas também. Acho que era um pássaro albino. E ele era muito fofo.

Mesmo assustada, eu ainda tinha que arrumar algumas coisas na casa, algumas tarefas que minha mãe sempre deixava pra mim na noite antes de ir trabalhar. Todas as noites ela escrevia um bilhetinho num papel verde ou azul e o colocava na geladeira, porque a primeira coisa que eu faço depois de acordar é a geladeira... Eu faço porque a amo e entendo que ela precisa de uma ajuda pra cuidar dessa casa um tanto que grande, mas eu não fico feliz fazendo. Não são muitas coisas nem coisas muito demoradas na verdade. Agora que terminei meus estudos, isso não faz diferença, eu tenho tempo pra de tudo um pouco.

Ao descer as escadas, escutei barulhinhos nos tacos do corredor às escadas, me seguindo. Muito assustada, olhei para traz correndo e vi aquele pássaro fofo, dando tudo de si para me seguir. Ele andava que nem um pequeno pinguim, a cada passo ele ia para a esquerda e para a direita, foi um momento muito engraçadinho. Ele provavelmente era um pássaro caseiro, nada acostumado com gaiolas...

Na porta da geladeira, vi tudo o que eu tinha que fazer, não era muita coisa e eu terminei com rápido, completamente encantada com aquele pássaro fofo me acompanhando em tudo o que eu fazia.

Ao terminar, aproveitei o cômodo mais quente da casa, a sala, para me deitar, descansar e assistir um pouco de TV enquanto eu jogava alguma coisa no meu celular. O pássaro se deitou no chão, do lado do sofá em que estava deitada e tive que levantar e pegar algum pano pra enrolar nele e coloca-lo junto a mim.

No canto do meu olho, eu vi um vulto passando do corredor para a cozinha. Achei que não era nada demais. Desliguei a TV, fui para o meu quarto, todo bagunçado e com um pouco de sono, esperando minha mãe chegar com o almoço pronto. Ela é dona de um restaurante, ela cozinha muito bem e as receitas dela são ótimas. Ela sempre chega com uma marmita de alguma comida "refinada" que fazem lá. É um trabalho árduo pra ela porque ela quer participar sempre da preparação dos pratos, ela não quer contratar um supervisor, ela gosta tudo do jeito dela. Ela é uma pessoa de um coração muito bom e ela não é uma chef brava e odiosamente ruim, ela na verdade é muito compreensiva, mas até ela, que geralmente é muito calma, chega estressada pela pressão dela mesma aos finais de semana. Não é legal vê-la estressada.

Ao contrário, meu pai é um mecânico robótico. É uma novidade no momento, todo mundo quer. Eles não são nada inteligentes, na verdade, completamente burros, mas alguns chegam a ter até uma personalidade. É incrível e difícil de explicar. Ele não é dono do estabelecimento; mas trabalha com o que gosta, apesar de ser uma coisa bem complicada. Ele tentou várias vezes criar um mini robô para ficar aqui em casa, me fazendo companhia, mas não deu muito certo. Ele era meio estranho... Eu não disse isso á ele diretamente, mas eventualmente SEM QUERER O ROBÔ SE JOGOU NA BANHEIRA, EU NÃO SEI POR QUÊ! E ele também é uma pessoa bem paciente, boa e divertida, quando quer. Ele não é de falar muito.

Depois do almoço em família, o natural de todos os dias, eu apresentei o pássaro e perguntei se eu podia ficar com ele. Eu expliquei a situação pra eles e falei que o pássaro era extremamente dócil e educado. Ambos não acharam que o pássaro era um problema, só falaram pra ensinar ele a fazer suas necessidades em algum jornal especifico depois de terem visto algumas coisas no chão.

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